Passeata contra as reformas do governo reúne mais de 250 pessoas em Brusque

Vestidos de preto, multidão passou pelo Centro da cidade protestando contra as reformas trabalhistas

Passeata contra as reformas do governo reúne mais de 250 pessoas em Brusque

Vestidos de preto, multidão passou pelo Centro da cidade protestando contra as reformas trabalhistas

A greve geral programada para esta sexta-feira, 28, em todo o Brasil também atingiu Brusque, que teve o movimento organizado pelo Fórum Sindical. Por volta das 15h, diversos trabalhadores e representantes dos sindicatos de trabalhadores se reuniram na praça Gilberto Colzani, em frente ao Terminal de Transporte Urbano. Em seguida, a multidão iniciou uma passeata pelo Centro da cidade.

Apoiados pela Guarda de Trânsito de Brusque (GTB) e Polícia Militar, que orientaram o trânsito, as aproximadamente 250 pessoas passaram pela avenida Cônsul Carlos Renaux e retornaram à praça. Em frente à sede da Previdência Social, o grupo parou para cantar o Hino Nacional.

O presidente do Fórum Sindical, João Decker, afirma que a experiência valeu a pena e que a resposta foi dada aos deputados federais e senadores. “Para uma cidade do porte de Brusque, que não é acostumada a fazer movimentos por ser um povo diferenciado dos demais, avalio que foi muito satisfatório”, diz.

Para Decker, um dos itens propostos que mais tem gerado descontentamento nos trabalhadores é a questão da reforma da previdência.

“Esta reforma já foi feita em 2015 e já foi muito prejudicial para os trabalhadores e contribuintes da previdência. Essa reforma é para todos, independente da classe social a qual faz parte”, conta.

Na opinião do presidente, o pacote de reformas apresentado pelo governo aos deputados, é um pacote de muita maldade e quem sofrerá será o povo brasileiro.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Brusque e Região (Sintricomb), Izaias Otaviano, afirma que a mobilização deixou claro que foi um ato apartidário para mostrar o descontentamento com as medidas que estão sendo implantadas no Brasil.

“A gente sabe que é difícil fazer uma movimentação nesta cidade, tendo em vista que todo ato que se realiza em Brusque tem conotação de ato político”, acrescenta.

Ele pede ainda que as pessoas fiquem atentas, pois a qualquer momento mais direitos podem ser surrupiados do cidadão brasileiro. “Nosso objetivo é defender os direitos do trabalhador”, garante.

Marli Leandro, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Brusque e Guabiruba (Sintrivest), afirma que sentiu falta de muitos trabalhadores e operários no evento, apesar de tê-lo avaliado positivamente.

“Deveríamos ter conseguido conquistar mais pessoas, mas foi bonito. Estamos satisfeitos com o número, mas não para por aqui. A luta continua e nossa esperança é de que o Senado ouça a voz das ruas, pois o Brasil todo está paralisado nesta data”, diz.

Na visão de Marli, “o dia 28 de abril deverá ser histórico para o Brasil, para que percebam a indignação, revolta e descontentamento da sociedade”.

“A classe trabalhadora será a mais afetada com todas essas reformas. Por isso é preciso reagir e resistir enquanto há tempo”.

Trabalhadores se unem ao movimento
Segurando um cartaz com a frase: “Hoje o governo quer fazer o povo trabalhar até morrer, sem nenhum direito. Queremos justiça”, a aposentada Maria Conceição Grippa, 61 anos, participou da passeata.

Ela diz que apesar de ser aposentada, ainda trabalha e ainda contribui com o INSS, por isso, não concorda com a proposta do governo de retirar um dos direitos do trabalhador.

Alcides Clerice, 47, acompanhou todo o percurso a pé e vestido de preto. Para ele, não é possível concordar com o presidente Michel Temer na reforma da previdência. “Fica muito difícil para nosso futuro e dos nossos filhos. Por isso eu apoio esta causa, que é nobre e é do povo”.

Desempregado, Sidnei Roberto Pereira, 37, também esteve presente no ato, junto da esposa que é professora. Na opinião dele, é necessário acabar com toda a corrupção do Brasil, tirar metade dos cargos que hoje ocupam uma cadeira no Congresso Nacional e cortar também o salário dos deputados e senadores. “É preciso justiça, que seja igual para todos”, afirma.

A grevista Patrícia Cestari, 34, afirma que é importante unir forças na luta pelos direitos do trabalhador. “Precisamos dar nossa cara a tapa e fazer valer nossos direitos, pois é o meu futuro, o da minha filha e de todos nós que está em jogo”.

Grasiela Ristow, 37, acrescenta que um dia pretende se aposentar e por isso, hoje, luta por isso. “Quero que meu filho se aposente também e que ele tenha a oportunidade de fazer uma faculdade, pois com todas essas reformas, pode ser que ele não tenha condições de ingressar em uma universidade”, diz.

 

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