Pastor Cláudio Schefer completa 25 anos de pastorado em Brusque; conheça sua história
Ele chegou à cidade em fevereiro de 1997 e aqui pretende se aposentar
Ele chegou à cidade em fevereiro de 1997 e aqui pretende se aposentar
O pastor Cláudio Schefer completou 25 anos na Paróquia Luterana Bom Pastor de Brusque. Ele iniciou suas atividades na cidade oficialmente no dia 2 de fevereiro de 1997. Aqui fixou residência junto com a família e construiu uma bonita história com a comunidade luterana.
Filho de pastor, sentiu que tinha vocação para seguir o caminho do pai no fim de 1977, quando tinha 15 anos. “Tive uma experiência de fé muito marcante a partir de uma evangelização que acontecia com frequência na paróquia onde meu pai era pastor. Senti que Deus me vocacionava para uma missão”.
Já no ano seguinte, ingressou no Seminário Teológico Congregacional, em Ijuí, no Rio Grande do Sul, distante cerca de 80 quilômetros de sua cidade natal, Três de Maio. Lá, ficou durante seis anos, em regime de internato.
Em 1954, o futuro pastor realizou o período prático de habilitação ao pastorado em Santo Antônio do Sudoeste, no Paraná. Devido à falta de pastores, não retornou mais ao seminário, mesmo faltando ainda mais um ano para concluir os estudos. “Em janeiro de 1985 fui designado para assumir uma nova paróquia, recém-formada na cidade de Cascavel, no Paraná. Conclui os estudos a distância, por meio de pesquisas e trabalhos escritos”, conta.
Já bacharel em Teologia, em março de 1986, casou com Darli Vani Arndt, com quem tem três filhos: Rafael, Gustavo e Guilherme. “Ao longo de todo o meu ministério pastoral, foi fundamental o apoio de minha esposa”, destaca.
Quando chegou em Brusque, em 1997, a cidade tinha cerca de 60 mil habitantes. De lá pra cá, muita coisa mudou e o pastor acompanhou toda a evolução do município.
“A maioria das pessoas eram pessoas descendentes dos primeiros imigrantes europeus, mas já haviam muitas pessoas vindas a Brusque do interior de Santa Catarina e de outros estados, atraídos pela oportunidade de emprego nas inúmeras empresas do setor têxtil e metalmecânico”, lembra.
Nestes 25 anos atuando em Brusque, uma das marcas do pastor Cláudio na comunidade é o trabalho com casais, pelo programa da Igreja Luterana conhecido como Reencontro de Casais.
Uma vez por ano, o grupo realiza um retiro com 15 novos casais, que são coordenados por uma equipe que continua em atividade ao longo desses 25 anos. “Muitos casais e suas famílias receberam uma nova direção em suas vidas, pois se aproximaram mais de Deus”.
Outro fato marcante do trabalho pastoral em Brusque foi uma situação triste, que teve bastante repercussão na época. No retiro de confirmandos realizado em Bombinhas, em outubro de 2002, dois primos adolescentes que participavam do retiro morreram afogados.
“Eu perdi o chão naquela ocasião e sofri muito, juntamente com os familiares destes adolescentes. Levei anos para me recompor”.
Devido a esse episódio, o pastor realizou uma pós-graduação em Logoterapia, que é uma das abordagens terapêuticas da Psicologia. Durante um congresso sobre o tema em Lima, no Peru, conheceu o casal argentino Gustavo e Cristina Berti. Eles enfrentaram a morte de um filho em um acidente de moto e, por isso, criaram o Grupo Renascer, que tem como objetivo apoiar pais que enfrentam a morte de filhos. O movimento hoje está espalhado pelo mundo.
Incentivado pelo casal, o pastor foi um dos fundadores do Grupo Renascer em Brusque, em 2015. “Desde então, reunimos em encontros terapêuticos, dezenas de pais que enfrentam a dor da perda de filhos. Tem sido uma experiência de vida gratificante”, diz.
Em mais de duas décadas trabalhando em Brusque, pastor Cláudio afirma que o sentimento é de gratidão.
“Não podia imaginar que ficaria este tempo todo em Brusque em atividade ininterrupta na Paróquia Luterana Bom Pastor. Ao recordar o dia da minha instalação oficial na paróquia, pelo pastor regional Meirad Piske, só posso dizer que acima da nossa vontade de servir a igreja aqui em Brusque, sempre prevaleceu a vontade de Deus”.
O pastor pretende cumprir os anos finais de seu ministério oficial na igreja em Brusque. “Daqui vou para a aposentadoria da rotina, mas a missão continuará até o dia em que o Senhor me chamar para o novo céu e a nova terra. Como eu afirmei na minha instalação há 25 anos, me considero apenas um cabo de enxada nas mãos de Deus”.
Descendente de alemães do Volga, os antepassados de pastor Cláudio migraram da região do Palatinado, na Alemanha, em 1765, para a Rússia, a convite da czarina Catarina, a Grande.
Seus avós maternos e paternos migraram da Rússia para a Argentina no final do século 19 e início do século 20. Seus pais nasceram na Argentina e se conheceram ainda adolescentes, durante a catequese. O pai, Emilio Schefer, ainda na Argentina, foi ordenado pastor em 1961.
Pouco tempo depois, ele e a esposa, Ana Teresa Fink de Schefer foram enviados para uma missão de seis anos no Brasil. Chegaram à cidade de Três de Maio (RS), onde os três filhos do casal nasceram: Cláudio, Rosália e Andreas.
Em 1972, Emílio foi chamado para ser pastor na Paróquia Evangélica Congregacional em Panambi (RS), para onde a família se mudou.
“Depois de seis duros anos de missão no Brasil, meus pais poderiam ter voltado à Argentina, mas colegas pastores do meu pai, convenceram-no a permanecer mais algum tempo no Brasil, o que fez com que nunca mais voltassem a sua pátria de origem. Foi em Panambi que meus pais terminaram seus dias na terra e onde estão sepultados”, conta.
Pastor Cláudio mantém contato com os parentes na Argentina pelas redes sociais e de tempos em tempos a família realiza um encontro de primos.