Patrocínio, folha salarial, cotas de TV: diretor do Brusque explica momento financeiro

Rogério Lana destaca salários em dia e valores que o clube terá à disposição dentro da realidade da Série B

Patrocínio, folha salarial, cotas de TV: diretor do Brusque explica momento financeiro

Rogério Lana destaca salários em dia e valores que o clube terá à disposição dentro da realidade da Série B

O diretor financeiro do Brusque, Rogério Lana, aguarda um 2021 muito diferente para o clube, e também espera que seja “não necessariamente favorável, mas mais tranquilo. Isto porque, com o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro, o quadricolor tem receitas e despesas de níveis jamais vistos em seus 34 anos de história. A diretoria gere um clube com novo patrocinador, cotas de direitos televisivos e folha salarial muito maior.

Lana relata que a grande mudança do Brusque em relação a 2021 vem mesmo por conta do acesso à Série B. A projeção é de que as cotas de TV rendam R$ 500 mil brutos ao mês a partir de março. E um nível mais alto no futebol nacional representa não só mais receita, mas mais despesa, especialmente com a folha salarial de jogadores. O dirigente estima que o valor gire entre 70% e 75% das despesas totais.

“Significa que nós vamos ter uma situação não necessariamente favorável, mas mais tranquila para poder honrar principalmente os salários dos nossos atletas, que mudam consideravelmente de patamar. No ano passado, eram salários em torno de R$ 8, R$ 10 mil. Agora passamos para um valor que é quase o dobro. Então nós temos também que bancar isso, honrar isso”. Com a folha salarial do mesmo nível que a de 2020, ele acredita que o Brusque não conseguiria disputar uma Série B.

O Brusque segue pagando os salários em dia, conforme relata Lana. “No Brusque, o mês tem 30 dias. Não tem 40 dias”, enfatiza, em entrevista realizada no início da tarde de quinta-feira, 4. Por conta das datas dos recebimentos de valores de patrocínio, o clube quita salários no dia 15 de cada mês. “Não passa disso, salvo casos como feriados, em que por ventura ainda não tenhamos a receita dos patrocinadores.”

Mesmo com um ano previsto como mais tranquilo, ainda é cedo para falar em déficit ou superávit ao fim de 2021. Depende de como a equipe irá dentro de campo e da necessidade ou não de frequentes mudanças no elenco durante a temporada. Outro fator está no controle das ações trabalhistas envolvendo o clube.

“Se as ações trabalhistas continuarem de uma forma, vamos supor, agressiva, provavelmente teremos dificuldade com o que se imaginava de superávit ou estabilidade financeira. A gente teria que refazer muita coisa. Porque quando se tem um acordo em que se paga R$ 20 mil por mês, é uma coisa. Você coloca no orçamento. Mas quando não há o acordo e há penhoras, é difícil controlar isso.”

Lana acredita que a estrutura de gestão do clube esteja bastante fortalecida, com setores que foram profissionalizados. “Alguns clubes de futebol do país vêm até nós para perguntar de que forma que conseguimos gerir um clube para que tenha sucesso.”

Em 2021, deverão continuar as despesas com os testes para Covid-19. Em 2020, o Brusque gastou em torno de R$ 120 mil com os exames, que foram, em sua imensa maioria, em RT-PCR. “A CBF assumia uma parte, para quem estava registrado no BID [Boletim Informativo Diário], mas para todo o estafe, comissão técnica, gandula, maqueiro, o clube banca tudo.”

Copa do Brasil

O Brusque recebeu R$ 560 mil brutos por ter chegado à Copa do Brasil de 2021. Lana relata que o clube pediu adiantamento de uma pequena parte do valor para quitar despesas referentes a 2020. O dirigente ressalta também que o elenco fica com boa parte da premiação.

Patrocinadores e transmissão

Em 11 de março de 2020, a diretoria do Brusque apresentou o orçamento e a projeção para a temporada. As receitas mensais com patrocinadores eram em torno de R$ 280 mil, sendo que R$ 220 mil vinham da Havan. Em 2021, este valor saltou para R$ 380 mil. A soma da patrociníos ao clube e cotas de direitos televisivos da Série B deverá ser em torno de R$ 850 mil por mês.

Quanto aos direitos televisivos do estadual, o Brusque receberá quatro parcelas de R$ 100 mil do principal veículo de transmissão. De acordo com Lana, não há certeza sobre valores de outros canais, como a TVN Sports por meio da plataforma FutebolCatarinense.tv e a TV WA na TV por assinatura. O motivo é que a distribuição de verba é proporcional à demanda de torcedores do Brusque.

A mais nova patrocinadora do clube, a Philco, contribui com R$ 25 mil mensais num contrato vigente até 2022. O setor de marketing do clube e a Havan participaram do processo. A Havan agiu como uma espécie de “intermediadora” do acordo, apresentando o clube à empresa e vice-versa.

“É uma empresa com potencial de nível mundial, e o Brusque é um clube de futebol que está despontando agora. Acredito que se o brusque fizer uma boa campanha e realmente a marca tiver visibilidade, os próximos contratos poderão ser diferentes. Acredito que para eles seja um laboratório. O Brusque é um clube de Série B e Catarinense, numa cidade com quase 150 mil habitantes. A Philco é uma marca mundial. São muito importantes para nós, é muito importante o fato de a Philco estar conosco”, comemora Lana.

No caso da Havan, o valor mensal subiu de R$ 220 mil para R$ 250 mil. Nesta quantia, está incluso o aluguel do estádio Augusto Bauer, que a empresa paga diretamente ao Carlos Renaux. O clube paga mais R$ 6 mil em um acordo de exclusividade do uso do estádio. O objetivo é evitar mais desgaste do gramado que o normal. Rogério Lana acrescenta que para Metropolitano x Joinville, jogo que seria disputado no Augusto Bauer na quinta-feira, 4, houve acordo pontual entre os clubes.

Quanto à suspensão do Catarinense e a eventuais paralisações do futebol nacional, o dirigente afirma que não são situações que preocupem muito, por ora, o Brusque. Em 2020, algumas parcelas foram suspensas, mas logo foram quitadas.

“Os patrocinadores cumpriram 100% [dos contratos] e são, além de patrocinadores, parceiros. (…) Quanto a patrocinadores, não tenho esta preocupação. Quanto à CBF, não sei se retardaria os pagamentos ou se seguiria normalmente. No ano passado, fomos um dos poucos times que cumpriram com os salários sem reduções no começo aquela parada, muito por conta das premiações da Copa do Brasil.”

Brusque no videogame

O videogame Pro Evolution Soccer (PES) possui, desde sua versão 2020, os clubes da Série B do Brasileiro. São utilizados escudos, jogadores e uniformes. Em 2021, o Brusque deverá estar presente nas últimas atualizações do PES 2021 e também no PES 2022. O clube não confirma oficialmente o acordo. No entanto, há claros progressos nas negociações, porque o setor financeiro precisou coletar dados bancários usados em transferências internacionais.

 


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