Pavimentação feita em metade de rua no bairro Dom Joaquim frustra moradores

Prefeitura explica que não tem recursos para finalizar a obra, que foi iniciada a partir de dinheiro do governo federal

Pavimentação feita em metade de rua no bairro Dom Joaquim frustra moradores

Prefeitura explica que não tem recursos para finalizar a obra, que foi iniciada a partir de dinheiro do governo federal

Moradores do bairro Dom Joaquim reclamam que a pavimentação na rua Leônidas Padilha de Oliveira foi executada pela metade. Há sete anos, eles se mobilizam para conseguir que a rua seja asfaltada, o que ainda não aconteceu por completo.

Algumas pessoas da comunidade tentaram fazer a obra sem ajuda das autoridades há alguns anos, ainda durante a administração Paulo Eccel, mas a negociação com uma empresa privada não deu certo por conta de altos valores e também porque nem todos os moradores estavam dispostos a colaborar.

Tempo depois, o vereador Claudemir Duarte, o Tuta, conseguiu com o deputado Décio Lima uma emenda parlamentar de R$ 250 mil com o governo federal. Assim, a rua ficou apta a ter o asfalto e a pavimentação dentro de um padrão, que a Caixa Econômica Federal exige para fornecer o recurso, que envolve um padrão de metragem mínima, calçadas e acessibilidade para cegos.

Segundo moradores, um projeto foi desenvolvido pela Departamento Geral de Infraestrutura (DGI) da Prefeitura de Brusque apenas para 300 metros da rua. A intenção da comunidade, porém, é que a obra fosse executada em parceria, para que fosse totalmente finalizada.

Nesse tipo de parceria realizada pela Prefeitura de Brusque, a comunidade paga a capa asfáltica através de boletos expedidos pela administração municipal, que investe o valor da base da pavimentação. Os moradores da rua já assinaram o documento, que já está na prefeitura.

A prefeitura, porém, alega que não tem dinheiro neste momento para investir na finalização da pavimentação. Segundo o vice-prefeito Ari Vequi, existem outras comunidades que já fizeram o pagamento dos boletos, e a administração precisa priorizar estes outros locais.

“Não estamos emitindo boletos nesse momento de pandemia. Não podemos enviar os boletos para as pessoas, criar expectativa e não executar a obra. É melhor falarmos a verdade do que enganar o povo”.

No caso da rua Leônidas Padilha de Oliveira, seriam necessários cerca de R$ 280 mil para que a pavimentação fosse finalizada, sendo que R$ 100 mil seriam parcelados entre os moradores.

“Nesse momento, não temos recursos para fazer. Temos várias ruas nessa situação, que a comunidade já pagou, e ainda não começamos. Inclusive, no Jardim Maluche, já tem três ruas com decisão judicial [para que a obra seja realizada], que os moradores já pagaram, obras ainda do governo passado. Não temos só o caso da Leônidas Padilha”, diz Vequi.

Os moradores se mostraram chateados com um vídeo publicado pelo vice-prefeito em suas redes sociais, no qual ele anuncia a finalização das obras na rua. Vequi afirma que a interpretação das pessoas foi equivocada e que o anúncio foi de que a primeira parte da obra estava finalizada.

“Não disse que a rua estava finalizada, apenas que concluímos a obra que estava descrita na placa. Não existia um projeto para a rua toda”.

Vequi explica que o valor recebido pela prefeitura da Caixa Econômica era apenas para a realização do que já foi feito, e que, mesmo assim, a administração municipal teve que completar com R$ 197 mil para que a primeira parte fosse feita.

“Não é uma obra feita por nós [Prefeitura de Brusque]. Foi uma obra licitada, teve concorrência, quem realizou foi uma empresa privada. Está tudo dentro da lei, pode mandar investigar. Entramos com uma contrapartida muito maior do que o normal”.

Divulgação

Além disso, o vice-prefeito afirma que a prefeitura só recebeu do governo federal R$ 50 mil dos R$ 250 mil acertados, e que o restante será parcelado.

“Fizemos isto para não perder o dinheiro, Queríamos fazer o bem e saímos como ruim. Poderíamos ter perdido o dinheiro se não executássemos a primeira parte da obra. Só foi feita porque a empresa Augusto Terraplanagem, que ganhou a licitação, bancou. Não sabemos quando recebemos o resto. Nós vamos realizar a segunda parte, assim que melhorar a economia e em parceria com a comunidade”.

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