Peça teatral conscientiza crianças de Brusque sobre o trabalho infantil
Com abordagem lúdica, espetáculo elaborado por artistas da região passará por dez escolas
Com o objetivo de ensinar e chamar atenção das crianças para o trabalho infantil, o grupo Trama foi convidado para desenvolver uma peça que abordasse o tema. A ação faz parte do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), da Secretaria de Assistência Social e Habitação de Brusque.
A peça mostra a história de uma criança que vai morar com o padrinho depois que a mãe é internada em um hospital. O padrinho dispensa a empregada e começa a utilizar da mão de obra escrava da criança, que tem cada vez mais tarefas e menos tempo para brincar e ir à escola. Nesse universo, a criança faz amizade com o Varre-varre (vassoura) e o Seu Dolô (espanador).
“Eles ganham vida, deixam de ser objetos e viram bonecos. Eles são os únicos amigos que a criança tem nessa jornada, eles ajudam ela a enfrentar o padrinho e a sair dali para encontrar a mãe”, explica a atriz e diretora da peça, Jenifer Schlindwein.
Ela explica que a peça tem o intuito de conscientizar a criança. “A peça ensina a diferenciar o que é trabalho infantil e o que é, na verdade, alguma colaboração em casa com a família, como por exemplo ajudar a arrumar o quarto ou lavar a louça”.
Autor da peça, Luís Henrique Petermann passou por um processo de pesquisa em leis de trabalho infantil e reportagens refentes ao caso, além de aproveitar sua experiência como professor para tratar de uma tema tão delicado.
“O tema infantil geralmente é mais difícil, porque tem que tomar cuidado da forma que aborda o tema e da maneira que vai atingir as crianças”, afirma.
Segundo ele, foram utilizados vários casos de trabalho como inspiração para escrever o roteiro. “Eu tentei não focar em apenas um caso, mas tentar atingir todas as crianças de forma geral”, ressalta.
Ambiente lúdico
Segundo o secretário da Assistência Social e Habitação, Deivis da Silva, a pasta optou por trocar as tradicionais palestras e seminários pela peça. “A ideia foi mudar essa sistemática e chamar a atenção das crianças”, afirma.
De acordo com Deivis, a intenção é fazer com que a criança aprenda sobre o tema de uma forma mais lúdica e fácil, para que ela possa levar os aprendizados à família. “A proposta é chamar a atenção dessas crianças. Se o pai ou a mãe fizer uma situação dessas em casa, eles entenderem que é trabalho infantil.”
Programação
A peça já foi apresentada nas escolas Alberto Pretti (Limeira), Isaura Gouvêa Gevaerd (Thomaz Coelho), Augusta Knorring (Cerâmica Reis), Lions Club Companheiro Oscar Maluche (Steffen), Rio Branco e Paquetá. Ao todo, dez escolas receberão o projeto com duas peças ao dia, uma para o período matutino e outra para o vespertino. A apresentação não tem custo para os alunos e é destinada para crianças entre 6 e 14 anos.
Para Jenifer, os mais novos são os que mais interagem com a peça. “Os menores têm uma aproximação maior, por ser uma peça muito lúdica, bem infantil. Eles entram no jogo, tentam ajudar a criança, ficam agoniados com o tratamento do padrinho. A gente faz algumas perguntas no meio da peça e eles vão interagindo, compreendendo que não está certo o que está acontecendo”.
A coordenadora da escola Alberto Pretti, Marcela Cadore Witkowsky, diz que as crianças adoraram a peça. “Eles interagiam com os bonecos, queriam mostrar onde estava o padrinho, entraram no contexto da história. Foi bem significativo”, afirma.
Cronograma
19/06/18 – E.E.F Georgina de Carvalho Ramos da
Horário: às 10h (matutino) e às 15:30 (vespertino)
20/06/18 – E.E.F Cedro Alto
Horário: às 10h (matutino) e às 15:30 (vespertino)
21/06/18 – E.E.B João Hassmann
Horário: às 10h (matutino) e às 15:30 (vespertino)
22/06/18 – E.E.F Angelo Dognini
Horário: às 10h (matutino) e às 15:30 (vespertino)