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Pedágio 13% mais caro gera impacto nas empresas de Brusque

Reajuste da tarifa também vale para as BRs 116 e 376, no Paraná

Os empresários de Brusque já começam a fazer as contas para saber de quanto será o impacto do aumento do pedágio no preço do frete. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) autorizou a Autopista Litoral Sul, concessionária da BR-101, a aumentar os preços em 13,04%. Os valores novos são praticados desde o dia 24.

Na avaliação do empresariado, o reajuste do pedágio no trecho operado pela Autopista terá impacto direto nas planilhas de custos. Os pedágios que serão impactados ficam nas seguintes rodovias: BR-116/Contorno Leste, BR-76/PR e BR-101.

Isso significa que para ir de Brusque a Curitiba (PR), por exemplo, o transportador terá que desembolsar mais dinheiro. A crise ainda não foi embora, por isso os empresários não veem com bons olhos esse reajuste.

Luiz Smaniotto, proprietário da TSL Transportes e membro do Conselho Fiscal do Sindicato das Empresas de Carga e Transporte do Estado de Santa Catarina (Setcesc), afirma que repassar os 13,04% a mais para os clientes é quase impossível. Os contrantes também estão em situação complicada, por isso um acréscimo nas contas pode significar a perda de uma carga.

“Vai impactar, com certeza, mas o repasse é muito difícil, porque a situação econômica ainda está muito complicada”, avalia Smaniotto. Ele lamenta que os reajustes não tenham uma programação, para que os empresários possam se precaver para os aumento de custos.

Smaniotto afirma que os repasses de custos aos clientes são cada vez mais difíceis. Ele cita o caso do aumento recente no preço do óleo diesel, combustível usado nos caminhões e que tem forte impacto econômico nas contas finais.

O dono da Brusville, Emílio César de Souza, também foi pego de surpresa com o aumento no pedágio. Na sexta-feira, 24, ele já fazia os cálculos de quanto será o impacto no preço do frete. Embora difícil, ele afirma que o acréscimo deverá ser embutido no valor do frete para os clientes.

Empresa se justifica

A Autopista Litoral Sul se posicionou sobre o aumento. Em seu site, a empresa informa que, para chegar aos 13,04%, foi levado em conta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as desapropriações do Contorno Rodoviário de Florianópolis e o reequilíbrio do contrato de concessão relacionado a Lei dos Caminhoneiros, que prevê a não-cobrança dos eixos suspensos para caminhões vazios e o aumento da tolerância dos limites de peso, passando de 5% para 10%.

A partir de agora, o carro de passeio pagará R$ 2,60 para passar pelo pedágio. Já caminhões com até dois eixos pagarão
R$ 5,20. A Autopista opera com cinco postos de pedágio na BR-101, a principal rodovia no estado.

A concessionária informa que investiu R$ 2,3 bilhões desde 2008, quando assumiu o serviço. Foram construídos 84 quilômetros de vias marginais e 30 km de terceiras faixas. Esse investimento também possibilitou a operação 24h nas rodovias, com socorro de guincho, resgate pré-hospitalar e inspeção 24h. Em nove anos, 1,7 milhão de atendimentos foram realizados.