Pedido de aditivo paralisa obras na rua Nova Trento
Empreiteira encontrou rochas no solo e solicitou aditivo, porém, prefeitura não concordou com termos
Há cerca de três semanas, as obras de drenagem e pavimentação da rua Nova Trento, que liga os bairros Primeiro de Maio e Azambuja, estão paralisadas. O motivo, segundo a prefeitura, é que a empreiteira responsável – Adrimar LTDA, de Joinville – solicitou um aditivo no contrato após encontrar rochas no solo. Porém, a administração municipal analisou o pedido e não concordou com alguns termos.
De acordo com a secretária de Comunicação Social da prefeitura, Ana Roberta Venturelli, o Departamento Geral de Infraestrutura (DGI) se reunirá hoje de manhã com a empreiteira para solucionar as divergências e para definir os próximos passos.
Enquanto os serviços não reiniciam, a Secretária de Obras trabalhará no local para melhorar o acesso dos veículos e amenizar os problemas enfrentados pelos moradores. Segundo o secretário da pasta, Jaison Knoblauch, os funcionários devem iniciar hoje os trabalhos nos trechos mais críticos.
Moradores reclamam da poeira e dos buracos
Moradores da rua Nova Trento entraram em contato com o Município Dia a Dia para relatar os problemas causados pela paralisação das obras, que já dura três semanas. O principal está vinculado à poeira que é gerada pelo tráfego de veículos.
A reportagem se deslocou até o local na manhã de ontem e constatou os problemas relatados. Logo no acesso pela rua Primeiro de Maio, a paralisação das obras é confirmada: as placas que indicavam os serviços e que bloqueavam o acesso dos veículos foram deslocadas para as calçadas.
Percorrendo mais alguns quilômetros, é possível encontrar tubos de concreto alocados nas calçadas e, logo a seguir, resquícios da paralisação. Buracos, pedras, terra e placas estão espalhadas por vários trechos da rua. Para amenizar a poeira que atinge a residência, o aposentado Silvio Ademir Klann precisa molhar a rua com uma mangueira.
“Nós entendemos que as obras são importante para a rua, mas que sejam feitas sem interrupções. Não podem deixar parado desse jeito. Eu não consigo abrir as janelas e as portas de casa porque enche de poeira”, lamenta.
A aposentada Maria José Bodenmuller também auxilia na manutenção da umidade na rua. Ela utiliza a água da máquina de lavar roupas para espalhar no local. Enquanto as obras estão paralisadas, o ideal, segundo Maria, seria a passagem de um caminhão pipa.
Morador do local há 40 anos, o corretor de imóveis Carlos Eduardo Daluz, afirma que, além da poeira que atinge as casas e os carros, a falta de comunicação da prefeitura também incomoda a comunidade.
“Alguém poderia pelo menos vir até aqui e nos dizer o que está acontecendo e quando as obras irão reiniciar. Apenas ouvimos alguns relatos dos moradores e cada um diz uma versão diferente. Tive de gastar muita água para amenizar a poeira. Sem contar que em dia de chuva o problema se inverte, fica tudo enlameado”, afirma Daluz.
Outro problema enfrentado pelos moradores da rua é a falta de transporte coletivo. Os ônibus não acessam a rua através da Primeiro de Maio, apenas acessam pelo Azambuja. No entanto, a última parada do veículo ocorre antes da metade da rua.
O presidente da Associação de Moradores do bairro Azambuja, Ademir Roden, entrou em contato com a empresa de ônibus para solicitar o transporte enquanto as obras estão paralisadas. Porém, segundo ele, os responsáveis alegam que a passagem dos ônibus não é segura devido aos buracos e à falta de infraestrutura.
Valor do contrato
O investimento para as obras na Rua Nova Trento é oriundo de convênio com o Fundo de Apoio aos Municípios (Fundam) – R$ 2,2 milhões são recursos do Fundam e R$ 622 mil são recursos próprios da Prefeitura de Brusque. Do total, R$ 1,9 milhão é destinado à pavimentação e drenagem da Nova Trento. O restante será utilizado para a colocação de calçadas na rua Azambuja.