Pedidos de seguro-desemprego aumentam em Brusque; conheça histórias de quem teve o trabalho levado pela pandemia
Mais de mil atendimentos foram realizados no Sine na primeira semana após reabertura
Após a flexibilização da quarentena imposta pelo governo do estado, o Sistema Nacional de Empregos (Sine) de Brusque voltou a atender de forma presencial desde o dia 14 de abril. Com as demissões, o movimento aumentou ao ponto do local atender até 100 pessoas por dia, de acordo com o diretor do Sine de Brusque, Célio de Souza.
Conforme registros informados por Souza, até a quarta-feira, 22, nos seis dias em que o Sine voltou às atividades presenciais, já foram registrados 1.015 atendimentos. Somente para dar entrada no seguro-desemprego, foram 418 atendimentos.
Em apenas poucos dias de atendimento, o número é quase igual ao registrado antes da quarentena. Em março, até o dia 17, antes do isolamento, foram feitos 667 atendimentos, e 494 entradas no seguro-desemprego.
O diretor do Sine não possui dados concretos dos setores que mais demitiram, porém, de acordo com os atendimentos realizados e devido à crise gerada pela quarentena, ele considera o quadro bem diversificado.
O local atende pela manhã das 8h às 11h30, e à tarde das 14h às 17h30, com o sistema de senhas. Há três pontos de atendimento em funcionamento, e além deles, somente uma pessoa pode aguardar dentro do Sine.
O álcool em gel está à disposição, e se o cidadão não estiver utilizando máscara, não pode entrar. As outras pessoas aguardam na rua, com uma certa distância entre si.
Souza informa que no caso dos cidadãos que deram entrada no seguro desemprego pela internet e houve algum problema, não é necessário aguardar na fila. O Sine envia um email ao Ministério do Trabalho, que está trabalhando no formato home office, e informa a situação para o Ministério liberar e não há necessidade de voltar ao local.
Na fila do seguro-desemprego
Na tarde da quinta-feira, 23, o local estava repleto de pessoas aguardando por atendimento. Em sua maioria, o objetivo era solicitar o seguro desemprego.
Kathlen Larissa dos Santos, de 19 anos, trabalhava como costureira em uma fábrica, ainda no período de experiência, quando recebeu a notícia de sua demissão no início da quarentena.
Segundo ela, em torno de sete pessoas que estavam no período de experiência também foram demitidas. Kathlen mora com a mãe e as irmãs, que continuam empregadas, e ainda não começou a procurar por um novo emprego, por causa da situação atual.
Ilda Cavilha, de 61 anos, foi demitida no dia 10 de abril. Ela trabalhava no setor de almoxarifado de uma estamparia, há quase três anos. De acordo com ela, quase a metade dos funcionários foi demitido.
A principal causa das demissões foi porque a fábrica trabalhava com o formato de três turnos, e manteve somente um. Atualmente, ela mora com o marido, que é aposentado. Ilca deu entrada na aposentadoria, mas o processo ainda não foi concluído.
Também na fila para solicitar a entrada do seguro desemprego, Lucas Claudino, de 20 anos, trabalhava como auxiliar de eventos no setor hoteleiro de Brusque. Ele havia tirado férias antes da pandemia e no dia 6 de abril, ao retornar, recebeu o aviso de demissão.
A justificativa da empresa foi a retenção de gastos por causa da quarentena. Claudino havia iniciado os estudos na área de turismo e hotelaria na Uniasselvi e mora sozinho em Brusque, “eu tinha muitos planos mas agora vou esperar tudo isso passar e ver o que fazer a seguir”, finaliza.
Como solicitar o seguro-desemprego pela internet
Souza destaca que apesar de haver atendimento presencial, é possível solicitar o seguro-desemprego de forma online. No celular, a entrada pode ser feita inicialmente com cadastro no aplicativo Carteira de Trabalho Digital, na aba ‘benefícios’, depois clicar em ‘seguro desemprego’ e em seguida solicitação no aplicativo Sine-Fácil. Pelo computador, pode ser solicitado no site empregabrasil.mte.gov.br.