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Pequenas empresas de Brusque e região se reinventam e encontram alternativas para vender durante a pandemia

Participação nas edições da Pronegócio também contribuiu para que empresas passassem pelo período turbulento da Covid-19

Colaborou Luiz Antonello

O início da pandemia da Covid-19, em março de 2020, quando o comércio ficou semanas fechado devido aos decretos do governo de Santa Catarina, é considerado um dos períodos mais críticos na história da Cardium Moda Feminina.

A empresa está no mercado da confecção em Brusque há 30 anos, e durante a pandemia, foi obrigada a se adaptar rapidamente para não perder negócios. “Foi um susto no início. Muitos pedidos foram cancelados. Naquele momento, tentamos lutar com as armas que a gente tinha”, recorda a proprietária Neide Marisa Dalcenter, 54 anos.

Uma das soluções encontradas pela empresária foi manter contato direto com os clientes por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp. A empresa investiu em celulares para a equipe de vendas. Mesmo com as lojas fechadas, eles puderam atender os clientes, tirar dúvidas e apresentar novidades.

Empresária Neide Dalcenter classifica o período da pandemia como um dos mais críticos para sua empresa | Foto: Bárbara Sales/O Município

“Cada vendedor ficou com um celular e investimos para que eles entrassem em contato com os clientes, mandando fotos. Com isso, acabamos produzindo mais material para que eles pudessem divulgar, e deu resultado”, avalia.

Além do contato via WhatsApp, a loja investiu no e-commerce. Antes da pandemia, a empresa até tinha um site, mas não era atualizado. A empresária destaca que o momento a obrigou a investir na plataforma de vendas via internet mais rápido do que o planejado.

“O momento nos obrigou a se adaptar e está dando muito certo. Tivemos que entrar com força no mundo digital no meio da pandemia e esse é o futuro”, afirma. 

Além do próprio e-commerce, a empresa também aderiu aos marketplaces, vendendo seus produtos nas plataformas de parceiros.

Pronegócio como divisor de águas

A produção da Cardium é toda terceirizada, ou seja, além dos vendedores que são contratados para atuar nas três lojas físicas da marca – atacado e varejo – outras dezenas de pessoas dependem do bom andamento da empresa.

Quatro facções são responsáveis por fabricar os produtos vendidos para todo o Brasil e, por isso, a importância de encontrar uma rápida solução para o período crítico do início da pandemia.

Roupas da Cardium são produzidas por facções terceirizadas | Foto: Bárbara Sales

“Temos as empresas que produzem para a gente e todo mundo sofreu. Teve um momento que não produzimos nada. Tentamos vender o que a gente já tinha enquanto as coisas não melhoravam. Foi bem difícil”.

Neide destaca que a realização das duas Pronegócios Web foi extremamente importante para a retomada da empresa, mesmo o número de negócios realizados durante os dois eventos ficando abaixo das edições anteriores à Covid-19.

“Ela ficou longe do resultado de uma presencial na questão de vendas, mas eu vi com bons olhos. Inclusive conquistamos clientes novos dentro da plataforma. Para aquele momento, eu considero que foi um grande acerto”, diz.

A empresária destaca que a partir do momento que a empresa passou a participar da Pronegócio, há 15 anos, teve uma grande evolução. “Foi um divisor de águas para nós. Éramos uma empresa bem pequena e a partir do momento que começamos a participar da Pronegócio, conseguimos clientes de porte maior e crescemos junto”.

30% da produção para a rodada

O empresário Willian Oliari, 34 anos, das marcas brusquenses Olho D’Água e Isabellita, participa da Pronegócio como fabricante há oito anos. De acordo com ele, em torno de 30% da sua produção é voltada para a rodada de confecção. Um número considerado expressivo para a empresa.

“É 30% de vendas que não teríamos. Para nós é fundamental. Já é um processo efetivo para nossa empresa”.

No ano passado, as duas empresas do grupo participaram da Pronegócio Web. Os números, de acordo com Willian, ficaram bem abaixo do que a edição convencional, porém, ele classifica como uma experiência interessante.

Pronegócio é fundamental para as empresas Olho D’Água e Isabellita | Foto: Luiz Antonello/O Município

“Tivemos um número baixo de vendas, mas foi importante ainda assim. O mercado digital está cada vez mais forte e vejo que no futuro, a venda on-line, principalmente para o atacado, estará cada vez mais fortalecida”.

O empresário destaca que o período da pandemia foi um dos mais críticos para a empresa, pois foram praticamente 30 dias sem faturamento e foi preciso apelar para outros canais de vendas, principalmente o Instagram e o WhatsApp.

“Somos uma empresa camaleão e fomos buscar alternativas, outras formas de atender os clientes e não ficarmos parados”.

No período de retomada da economia após a pandemia, Willian acredita que a Pronegócio será ainda mais importante. “Temos representantes da marca em todas as regiões, mas a Pronegócio é diferenciada. O número de atendimentos que faço durante a rodada é muito grande. A nossa expectativa é sempre boa, porque a partir do momento que retornou o formato presencial, já conseguimos recuperar as vendas que perdemos”.