Personagens da história local: Guilherme Krieger – Parte III
A família Krieger fez parte das famílias que ajudaram a estabelecer a Igreja Luterana em Brusque e sua história por aqui começou em 1861, quando os irmãos Karl Johann, Jakob, Wilhelm e Johann Philipp, filhos de Carl Krieger e Anna Elisabetha Cullmann deixaram seu torrão natal na Alemanha e, com suas esposas e filhos, emigraram para o Brasil.
Wilhelm Krieger, o terceiro dos irmãos, nasceu em Algenrodt em 1824, em 1846 se casou com Catharina Reichardt e, juntos, tiveram 11 filhos. O filho mais velho do casal, Wilhelm, tinha apenas 14 anos quando emigrou com os pais e, mais tarde, passou a ser conhecido em Brusque como “Coronel Guilherme Krieger”.
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Atuação Política
De acordo com Jorge Paulo Krieger (2018), Wilhelm Krieger (em português: Guilherme) nasceu em Ida, Algenrodt, Oldenburg, em 1847. Emigrou para o Brasil em 1861, acompanhando os pais, tios e primos. Guilherme casou-se, em Brusque, com Carolina Jungblut, também de Algenrodt, no dia 11/05/1869.
Guilherme Krieger foi membro da primeira Câmara Municipal de Brusque (1883) e durante cerca de um quarto de século esteve envolvido com os destinos de Brusque, chegando a exercer a presidência do Conselho Municipal, acumulando as funções de chefe do executivo por dois quatriênios.
Coronel Guilherme Krieger na Guarda Nacional
Nomeado Coronel comandante da Guarda Nacional de Brusque, Guilherme Krieger passou a integrar a Guarda Nacional, por força do Decreto Presidencial, assinado pelo Presidente da República Prudente José de Morais e Barros em 29/12/1897, e publicado na página 3 do Diário Oficial da União (DOU) de sábado, 01/01/1898.
Naquele tempo, a Guarda Nacional simbolizava a ordem elitista da sociedade, pois os cargos assumidos na instituição estavam diretamente associados a renda e a cor da pele, sendo as patentes mais elevadas nomeadas pelos presidentes de províncias. As tropas não eram remuneradas, tinham a obrigação de prestar serviço até os 60 anos, de providenciar seu uniforme, fazer a manutenção das armas e equipamentos que utilizavam, e pagar contribuições em dinheiro. O Coronel Krieger era o mais abastado comerciante de Brusque daquela época e assim também ocupou o mais elevado cargo da Guarda Nacional da Comarca de Brusque.
O casamento inusitado entre os Krieger e os Renaux
Augusta Carolina Ida (mais conhecida como Ida), era filha do Coronel Guilherme Krieger e de sua esposa, Carolina Jungblut. Ida nasceu em Brusque no dia 06/06/1886, casou-se com Otto Reginald Renaux e teve dois filhos. O casamento de Otto Renaux, filho mais velho do cônsul Carlos Renaux, com Ida Krieger, em abril de 1910, foi considerada uma união inusitada, pois os pais dos noivos, Carlos Renaux e Guilherme Krieger, eram rivais políticos.
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Com o casamento, a história de dois dos poucos casarões que ainda existem em Brusque na atualidade, se misturou. Um deles é o casarão onde em 2019 funciona uma loja de departamentos. A construção, do início do século XX, inicialmente pertenceu à família Krieger. Com o casamento de Otto e Ida, as famílias se aproximaram e os negócios se misturaram. O local chegou a ser moradia de Paulo Renaux, irmão de Otto e, depois de ampliações, funcionou ali a Loja Renaux e hoje funciona a Casas Bahia.
Outro casarão – também conhecido como “Casarão Amarelo ou como Casarão Dom Joaquim” que pertenceu ao Coronel Guilherme Krieger, no Bairro Dom Joaquim, ainda existe. Não há data precisa, mas estima-se que este casarão, construído por Hort Davi, foi edificado entre 1875 e 1880 e hoje é um dos mais antigos prédios construídos no município.
Continua no dia 21 de junho.
Fonte: KRIEGER, Jorge Paulo. Entrevista concedida à autora. 2018.