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Personagens do cinema e dos games influenciam nas vendas de mochilas para crianças em Brusque

Escolha é geralmente feita pela criança, mas pais devem ficar atentos ao modelo para evitar problemas na coluna

Durante as compras de material escolar, as mochilas também são muito procuradas pelos pais e alunos. Enquanto o público infantil prefere as mochilas com rodinhas e de personagens, os adolescentes optam pela tradicional mochila de costas com cores ou estampas neutras e pouco chamativas.

Na visão dos lojistas, geralmente o que está em alta nos cinemas ou no mundo dos jogos influencia diretamente na venda de mochilas para o público infantil. Já os mais velhos escolhem mochilas com cores sólidas como preto, cinza, ou com estampas como listras, poá e flores.

Nas lojas de Brusque é possível encontrar alguns personagens que estão em alta como a Autentic Games, unicórnios, sereias, Paul Frank, Avengers, Patrulha Canina, Moramaii, Rip Curl, Sestine, Barbie, Batman e muitos outros.

A gerente da Graff, Tânia Regina Winter Bartelt, diz que as mães de crianças menores procuram sempre as mochilas de rodinha por facilita a mobilidade dos filhos, além de possibilitar que eles acoplem a lancheira.

“De 5º ao 9º ano, que é o Fundamental II, nós recomendamos as mochilas de rodinha com mais divisórias porque eles levam muito material. Realmente é um problema. As mães reclamam bastante”, diz.

Mochilas de rodinha conquistam público infantil | Foto: Eliz Haacke

A vendedora da Livraria Mosimann, Rose Blumer, afirma que a partir dos 8 anos os meninos começam a mudar e já procuram por mochilas neutras ou de games. Já as meninas ainda usam mochilas coloridas até os 10 anos.

A administradora da Dokassa, Mari Suzana Cassaniga, diz que o estabelecimento tem mais de 2 mil modelos de mochila. Ela reparou há alguns anos que não é possível manter uma fidelidade dos clientes em relação a um único personagem.

Segundo Mari, não é possível dizer se existe um personagem específico que tenha um volume considerado de venda. “O que acontece hoje é que o nosso público busca ter uma mochila diferente dos amigos. Por isso nós temos trabalhado com maior variedade e menor quantidade de peças”, esclarece.

Ela diz que a mochila de rodinha atinge os alunos de, no máximo, segunda série. Além disso, optar pelo produto também varia da influência dos pais.

Mari afirma que a linha de material segue a linha dos brinquedos. “O que está sendo direcionado nos brinquedos acaba respingando na mochila e no caderno”.

A administradora destaca que a procura por mochilas com material crinkle cresceu, especialmente por cores neutras. “Uma coisa que está bem forte e vem desde o ano passado são os produtos em tom pastel”, declara.

Unicórnios se destacam entre os personagens infantis | Foto: Eliz Haacke

Já o gerente de produto da Havan, Carlos Eduardo Luciani, e a compradora Rute Montibeller Topeng, explicam que a aposta para 2020 são mochilas mais em conta. “O público está fugindo dos produtos de personagens, eles procuram mais atrativos em termos de qualidade e preço”, destaca Rute.

Luciani explica que por esse motivo eles procuram fornecedores que tenham linhas com preço bom e estamparia diferenciada para atender esse público.

Segundo Rute, a loja possui conjuntos de mochila, lancheira e estojo, que são vendidos separadamente e tem uma boa saída. Ela também destaca que as mochilas de costas são as mais vendidas.

“Ela abrange um público maior né. Geralmente a mochila de rodinha atinge um público que vai até o 4º ou 5º ano. A partir disso a criança se torna adolescente e não quer mais uma mochila de rodinha”.

Excesso de peso pode trazer problemas

Apesar de ter uma função prática, a mochila pode prejudicar a saúde das crianças que não usam corretamente. O excesso de peso traz problemas a longo prazo, já que as crianças estão em fase de crescimento e podem ter problemas de coluna no futuro.

A pediatra Mariana Zamprogno Tezza afirma que é importante os pais prestarem atenção nas mochilas dos filhos, para que eles não carreguem excesso de peso. Segundo ela, o ideal seria que todas as escolas tivessem armários para que os alunos pudessem deixar os livros no local.

Ela afirma que o mais indicado para os alunos que precisam levar muitos cadernos e livros é a mochila de rodinha. No entanto, na fase em que os estudantes levam mais materiais, eles não gostam desse formato de mochila e preferem a normal para as costas.

Estampas neutras e minimalistas conquistam adolescentes | Foto: Eliz Haacke

Nesses casos, a médica indica que seja feita uma concentração de peso adequada para a idade da criança “Não pode ficar com uma postura que doa os ombros, ela precisa vestir nos dois ombros e não só de um lado”, esclarece.

Segundo ela, geralmente os pequenos não aguentam carregar mais do que um ou dois quilos. “É preciso avaliar se aquele peso é muito para o tamanho dela, se ela fica um pouco arqueada para frente, com má postura, ou se queixa de dor nos ombros por carregar a mochila”.

Entre problemas que as crianças podem ter devido o sobrepeso estão a má postura, dores musculares e deformidades como a escoliose e cifose. “Eventualmente levar um peso não terá um problema grande, mas se for constante pode causar”, pontua.

Ela também alerta que crianças que já têm problema de crescimento ou que são muito magras, podem ter problemas a curto prazo.

A indicação da pediatra para os pais é que eles testem esses materiais para ver se são firmes, se tem alça larga e acolchoada e se as rodinhas serão duradouras. “Algumas mochilas tem uma alça que passa na barriga para ficar mais bem distribuído o peso. As de melhor qualidade e reforçadas acabam sendo melhores”, finaliza.