Na hora de escolher o look do dia, quem nunca se deparou com as peças no guarda-roupa e não teve o que usar? As dúvidas sobre se as roupas combinam, se favorecem o tipo de corpo e se as cores ficam legais juntas são comuns e, para ajudar nesses momentos, surgiram as personal stylist, profissionais que fazem assessoria e consultoria de moda e estilo.
Em Brusque, há pessoas que trabalham com isso e ajudam suas clientes a encontrar seu próprio estilo, seja readequando as peças que já estão no armário ou adquirindo novas. Formada em Moda, Renata Tacca começou a se dedicar à consultoria de imagem e estilo em 2017, pouco após o nascimento de seu filho. Natural de Xanxerê (SC), mudou-se para Brusque em 2011 para trabalhar com produção de moda. A proximidade com a consultoria começou com o curso de personal stylist que ministrou no Senac, voltado aos lojistas da cidade que desejavam, além de atender os clientes, dar dicas e orientar a compra das peças.
“Comecei sem muita pretensão, fazia consultoria com as minhas amigas, tanto para ajudá-las quanto para que eu fosse aprendendo”, conta Renata. Ela enfatiza que o trabalho de consultoria de imagem trabalha, de fato, a imagem do cliente, harmonizando o estilo e aparência e também gerando economia na hora de montar o guarda-roupa.
O trabalho de Juliani Gevaerd é parecido: proprietária da marca Starbox, ela começou a se interessar pela área de personal stylist para poder ajudar as clientes da loja na hora das compras, dando dicas do que as favorece e de como disfarçar as imperfeições. Para isso, ela fez um curso em Balneário Camboriú e começou a aplicar os aprendizados no atendimento, ajudando a criar looks e combinar peças.
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“Essa profissão é bem recente. Fazemos desde a consultoria de guarda-roupa até ajudar nas compras para quem quer dar uma repaginada no estilo”, diz. Juliani, antes de se dedicar inteiramente à loja e, agora, à consultoria, trabalhava com seguros. A mudança de área profissional foi também uma mudança pessoal: “Mudei de ramo depois de ter filhos e, como eu viajava muito, não era mais viável para mim. Busquei uma profissão com horários mais flexíveis e, nessa mudança, foi quando eu ‘adquiri’ o meu próprio estilo”.
Como funciona
Um dos pontos que tanto Renata quanto Juliani frisam é a busca pela essência do cliente. A consultoria de imagem e o trabalho da personal stylist não têm o objetivo de “mudar” a pessoa que contrata os serviços, e sim melhorá-la, ajudando a ter um estilo mais harmônico.
“A moda e o estilo mudam, mas a essência fica”, diz Renata. Ela e Juliani seguem um processo de trabalho semelhante. As várias etapas começam num questionário para identificar o estilo da pessoa. Depois, é feita uma análise do tipo físico e também das cores que mais favorecem o cliente.
A partir disso, é traçado um perfil que resulta num “dossiê de estilo”. Com base nessas informações, as profissionais conseguem ajudar a montar looks e combinações, escolher peças que favorecem o biotipo e que ressaltam a beleza da cliente.
Uma atividade que as duas desenvolvem com as clientes é a seleção de peças: o desapego, ou “closet clearing”, é o momento em que a cliente irá olhar as roupas que possui e fazer a separação do que fica e do que vai.
As duas comentam que, em sua maioria, quem procura o serviço são pessoas que estão passando por um momento de transição: novo emprego, mulheres que acabaram de ter filhos, por exemplo. “São pessoas querendo se redescobrir, assumir sua identidade. Hoje em dia, querendo ou não, a aparência importa muito”, diz Renata.
Juliani acredita que muita gente ainda tem receio de contratar uma assessoria de estilo por ter medo de ser “transformada”: “Na verdade, a personal stylist não muda o estilo, vai dar uma orientação. Estamos de olho nas tendências, mas não é só porque está na moda que tem que usar. Oriento a se perguntar: ‘Essa tendência é para mim? Me favorece? Faz parte do meu estilo pessoal?’. Se não, não precisa seguir.”
“Trabalhamos com as peças que a pessoa tem”, diz Renata. “Até podemos comprar novas peças, mas a consultoria é contra o consumismo.” Ela orienta as clientes a, sempre que comprarem uma peça nova que as favorece, nas cores indicadas na paleta, se desfazerem de alguma que não combina tanto com ela.
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“O que acontece também é que muita gente compra as peças sem saber combinar. A ideia é ter peças que possam transitar entre vários looks, usar com tênis, com salto, com rasteirinha, aproveitando a roupa em vários momentos”, pontua Juliani.
Moda sustentável
Como frisa Renata, a consultoria não pretende incentivar o consumismo desenfreado e, partindo dessa mesma ideia, Juliani e outras duas sócias estão iniciando um projeto de moda sustentável.
O estante Florindas, inaugurado em dezembro na Praia Brava, em Itajaí, é a iniciativa dela para fomentar o consumo consciente, com peças que são, como define ela, “boas para o bolso e boas para o planeta”.
“Percebi que as pessoas querem reaproveitar as peças, e vejo que a moda sustentável é o futuro. Ainda é uma minoria que tem essa consciência e preocupação, hoje vivemos numa cultura do fast fashion. Mas a ideia é deixar a pessoa estilosa sem agredir o planeta”, explica.