Pesquisa aponta consumo precoce de alimentos ultraprocessados entre crianças brusquenses
Estudo mostrou que 38% de crianças menores de dois anos consumiram biscoitos recheados, doces ou guloseimas
Estudo mostrou que 38% de crianças menores de dois anos consumiram biscoitos recheados, doces ou guloseimas
Cerca de 200 crianças de Brusque, menores de 10 anos, passaram por uma avaliação antropométrica, com medição de peso e altura e responderam um questionário do Ministério da Saúde sobre o consumo alimentar
O objetivo é avaliar a alimentação, o crescimento e desenvolvimento das crianças do município. A ação foi realizada no dia 15 de fevereiro, nas Unidades Básicas de Saúde dos bairros Steffen, Águas Claras, Dom Joaquim e no Centro, durante o Dia D de vacinação contra o Sarampo.
Como resultado da avaliação, verificou-se que 38% de crianças menores de dois anos consumiram biscoitos recheados, doces ou guloseimas; 13% macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote e biscoitos salgados, além do consumo habitual de bebidas adoçadas.
O consumo de hambúrguer e outros alimentos embutidos, como presunto, salame ou mortadela, estava presente na alimentação de 22,5% dos entrevistados, um dado considerável.
“Isso revela a exposição cada vez mais precoce a alimentos inadequados para a idade. De maneira geral, desde os primeiros anos de vida, as crianças estão consumindo pouca variedade de alimentos in natura como frutas, legumes e verduras e minimamente processados como arroz e feijão, por exemplo”, explica a nutricionista Rafaela Lopes Doria.
Ela aponta ainda que “o consumo de ultraprocessados, como salgadinhos de pacote, macarrão instantâneo, refrigerantes e sucos artificiais estão fazendo parte da alimentação muito precocemente, o que causa uma grande preocupação, já que a exposição precoce a esse tipo de alimentos podem trazer diversos prejuízos ao desenvolvimento infantil”.
A pesquisa com crianças com idade entre cinco e nove anos revelou que 63% das crianças nesta faixa etária tem o hábito de fazer as refeições utilizando celulares, em frente ao computador ou assistindo TV.
“A falta de atenção durante o ato de comer está intimamente associado ao consumo de alimentos densamente calóricos e de baixo valor nutritivo”.
Esta estratégia faz parte do Programa Crescer Saudável, que consiste num conjunto de ações a serem implementadas no âmbito do Programa Saúde na Escola, com vistas a prevenção, redução e controle da obesidade infantil.
O programa, aderido em 2019 pelo município de Brusque, através da parceria entre Unidades Básicas de Saúde e escolas do município, realiza ações de vigilância nutricional, promoção a alimentação adequada e saudável e a prática de atividades físicas, além ações voltadas para a oferta de cuidado a crianças que apresentam obesidade.