Pesquisa revela o que os brusquenses consideram o maior problema da cidade
Assistência à saúde é alvo de crítica conforme aponta pesquisa contratada pelo O Município
Assistência à saúde é alvo de crítica conforme aponta pesquisa contratada pelo O Município
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Mapa, contratada pelo jornal O Município, aponta que os brusquenses consideram a saúde o maior problema da cidade. A área foi a mais escolhida entre o universo de 406 entrevistados na pesquisa, sendo citada por dois em cada cinco (41%) dos entrevistados.
Questionado sobre quais seriam os motivos que poderiam ter levado a população a colocar a saúde como o maior problema de Brusque, o secretário de Saúde, Humberto Martins Fornari, disse não ter explicação.
O secretário elenca os problemas gerados pela pandemia da Covid-19, como a suspensão dos atendimentos com especialistas, de cirurgias e de mutirões. “Isso tudo acabou gerando uma série de demandas que só vão ser recuperadas nos próximos anos”. Fornari ressalta que o cenário é o mesmo nas cidades da região.
No entanto, diz não poder afirmar se foi somente isso que refletiu na escolha dos entrevistados na pesquisa, mas reconhece que “realmente aborrece”.
Um ponto positivo na assistência à saúde destacado pelo secretário é a parceria com o Hospital Dom Joaquim para abertura do pronto atendimento na unidade. Além disso, destaca as melhorias realizadas durante a pandemia.
Na sequência aparece o transporte e trânsito (17%), considerado pelos brusquenses como o segundo maior problema.
O diretor-geral da Secretaria de Trânsito e Mobilidade (Setram), Renato Bianchi, acredita que essa percepção negativa está ligada mais aos condutores do que à estrutura. “A questão é a falta de respeito e a pressa que as pessoas têm no trânsito”, analisa.
Bianchi diz que a imprudência dos condutores brusquenses é o principal motivo para que o trânsito seja considerado ruim. Ele afirma que, mesmo com sinalização e até mesmo com os guardas de trânsito auxiliando, as pessoas não respeitam.
De acordo com o diretor-geral, funcionários da pasta reclamam de quase serem atropelados durante o serviço, que mesmo com os cones muitas vezes os motoristas desrespeitam a sinalização.
Levando em isso em consideração, a pasta tem investido em mais sinalização e redutores de velocidade como as travessias elevadas. Bianchi diz que era contra a implantação destes recursos. “São coisas que a gente evitava fazer porque sabemos que prejudica o bom condutor”.
Na rua General Osório, que passou por recapeamento recentemente, o diretor-geral comenta que pessoas já disseram para ele “encher a rua de buracos” porque agora os veículos passam a toda velocidade.
“De quem é a culpa? Do trânsito ou de nós?”, questiona. “A gente acaba transformando o trânsito em perigoso”. Bianchi pede para que os condutores tenham mais atenção e respeitem tanto a sinalização quanto os outros que também estão na estrada.
Ele reconhece que há locais com muito trânsito que precisam de melhorias, mas observa que estas regiões estão sendo estudadas no plano de mobilidade, para depois buscar recursos e aplicar as melhorias.
O terceiro maior problema apontado na pesquisa é a pavimentação de ruas e avenidas (16%).
O secretário de Obras, Ricardo de Souza, afirma que essa percepção é pelo “descaso dos outros governantes”. Ele diz que diversas ruas da cidade foram asfaltadas e cita como exemplo a estrada da Fazenda e a rua Padre Antônio Eising. “Obviamente não vamos resolver todo o problema do município em quatro anos”, defende.
Souza também comenta que foram recapeadas algumas vias como a Sete de Setembro e a Santos Dumont. Quanto às ruas esburacadas, o secretário diz que a equipe de tapa buracos funciona diariamente, só não em más condições de tempo.
A pesquisa ainda aponta a segurança pública como alvo de crítica por parte de 9% dos entrevistados, educação básica por 5% e geração de emprego por 4%.
A pesquisa foi realizada pelo Instituto Mapa, empresa de opinião pública e de mercado fundada em 1991. Foram ouvidas 406 pessoas entre os dias 14 e 15 de outubro.
O questionamento sobre a percepção da população acerca do maior problema de Brusque foi inserido na pesquisa contratada e paga pelo jornal O Município que consultou os eleitores sobre a intenção de voto. Esta pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sob o número SC-06288/2020.
Foram entrevistadas 406 pessoas, dentro de um eleitorado de 87.640, considerando a amostra usualmente mais praticada para pesquisas eleitorais municipais. O resultado é uma margem de erro amostral máxima de 4,9%, dentro de um nível de confiança de 95%.
As entrevistas foram feitas por telefone devido à pandemia da Covid-19. O mesmo formato tem sido utilizado por outros institutos tradicionais como o Ibope e o Datafolha.
Os 406 entrevistados foram sorteados aleatoriamente dentro das proporcionalidades de participação nos bairros do município, com base em banco de dados de telefones celulares e fixos do município.