PIB de Brusque cresce 6,73%
Dados foram divulgados pelo IBGE na semana passada e são referentes ao ano de 2012
Brusque possui o décimo maior Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todos os bens e serviços finais produzidos no município – de Santa Catarina. As informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na semana passada, e são referentes ao ano de 2012.
De acordo com o órgão, o PIB de Brusque é de R$ 3,522 bilhões, o que representa um aumento de 6,73% na comparação com os dados de 2011.
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Brusque, Jorge Ramos, destaca a permanência do município entre as principais economias do estado. “Há muitos anos Brusque está entre os primeiros colocados, principalmente pela sua indústria forte como a metalmecânica e a têxtil, que são os dois pilares da nossa economia”, diz.
Ele também ressalta o setor de serviços e as microempresas. “Atuamos muito forte também na criação de microempresas. É uma cidade bastante expressiva na economia”, afirma.
Para que o município possa manter a boa posição, Ramos afirma que atrair novos investidores é fundamental. “O que faz o PIB crescer são novas indústrias e empresas, e é preciso atrair esses novos investidores para o nosso município através de incentivos, e ainda, fornecer incentivos para as empresas que já estão aqui evoluam e faturem ainda mais”.
O secretário destaca o interesse da multinacional Landis Forest City – já noticiado no Município Dia a Dia – que pretende investir cerca de R$ 120 milhões na construção de um shopping center de porte médio em Brusque. “Se concretizado, esse será um investimento que deverá aumentar muito o PIB do município. Precisamos de mais ações como esta”, diz.
Reflexos
Se a posição de Brusque não se alterou, a divulgação do PIB dos municípios provocou mudanças significativas na ponta do ranking. Joinville, que por muitos anos foi a cidade mais rica do estado, perdeu espaço para Itajaí, que agora ocupa o topo do ranking estadual. De acordo com o IBGE, Itajaí tem um PIB de R$ 19,7 bilhões contra R$ 18,2 bilhões de Joinville, agora segunda colocada.
No entanto, o economista, mestre em sociologia política e professor da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Eduardo Guerini, ressalta que o avanço de Itajaí pode ser questionado. “Há um questionamento, inclusive, sobre a forma de cálculo do valor adicionado que se chega ao PIB do município. Em Itajaí tem a questão das exportações, que elevam o valor adicionado e sugestivamente faz com que o município apareça em primeiro lugar, ultrapassando Joinville”, diz.
Ele afirma que o cálculo do produto interno dos municípios é um aproximado. “Fazendo uma leitura dos resultados, podemos perceber que há um processo de desconcentração das atividades industriais, e possivelmente essa desconcentração elevou o PIB de algumas regiões, como aconteceu com Itajaí. É uma questão de metodologia de cálculo”.
O economista destaca que com a ascenção de Itajaí, toda a região deve ser beneficiada. Segundo ele, quando há uma elevação do PIB, a tendência é que a maior parte dos investimentos se concentrem nessas cidades. “Daí Itajaí e região chamarem a atenção como novo polo de investimentos, principalmente pela dinâmica regional, por terem dois portos, um litoral que tem um polo turístico que é Balneário Camboriú, um polo têxtil, ainda que enfraquecido por conta das relações com a entrada do produto chinês, mas ainda resiste. Há uma dinâmica, um desenvolvimento regional que se fortalece na medida que temos um crescimento da riqueza nessa região”.
PIB per capita
Apesar de aparecer na 10ª colocação, no PIB per capita – que o PIB do município dividido pela população total – Brusque aparece na sexta posição, com um PIB per capita de R$ 32 mil. “Tendo um PIB elevado não significa que a renda per capita seja mais elevada, ou ainda, que a renda seja desconcentrada. Geralmente, em cidades que tem uma população muito vinculada historicamente à produção industrial você tem uma melhor distribuição de renda. Quanto maior a cidade, menor é a distribuição de renda”.
Guerini ressalta a importância de o município manter o PIB elevado. “A medida que você tem um PIB elevado, um renda per capita elevada, você pode ter investimentos industriais e comerciais com maior facilidade. Quanto maior a riqueza do município, maior será o retorno dos investimentos realizados pela cidade”.
Guabiruba
O município de Guabiruba registrou uma pequena queda no PIB de 2011 para 2012. Em 2011, o PIB do município era R$ 549 milhões, e em 2012 reduziu para 514 milhões, uma queda de 6,4%. Para o prefeito do município, Matias Kohler, o número não é preocupante. “Nesse período, sofremos as consequências da economia em geral, o que resultou na queda do nosso PIB. Acredito que os próximos dados serão de recuperação, o município tem crescido muito, por isso, estamos muito confiantes quanto ao aumento do PIB, principalmente em 2014”.
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