X
X

Buscar

PIB de Brusque cresce mais de 20% em 2014, aponta IBGE

IBGE divulgou o indicador dos municípios neste mês

O Produto Interno Bruto (PIB) de Brusque registrou alta de 23,25% entre 2013 e 2014, de acordo com levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados foram divulgados neste mês e mostram um cenário anterior à crise que atingiu o país em 2015.

O PIB é a soma de todas as riquezas geradas na cidade durante o ano, como a produção nas indústrias e o que foi vendido no setor de comércio e serviços. Segundo o IBGE, Brusque registrou R$ 5,3 bilhões em riquezas. Em 2013, o PIB havia somado R$ 4,3 bilhões.

Eduardo Guerini, economista e mestre em sociologia política, diz que não há surpresa no fato de o PIB ter crescido em 2014 porque em 2013 o país havia crescido. “Se fizermos uma retrospectiva, 2014 ainda teve reflexo de 2013. Após as eleições é que começou a crise”.

O levantamento do IBGE foi feito, assim como no ano passado, baseado na nova metodologia, o System of National Accounts – 2008, que dá pesos diferentes aos setores da economia. Todos os valores, desde 2010, foram atualizados para o método.

Setores

Embora seja conhecida como o berço da fiação, Brusque já deixou para trás os seus anos de glória do setor têxtil. O segmento mais representativo na economia municipal tem sido, desde 2010, conforme o IBGE, o de serviços.

A indústria como um todo gerou R$ 1,8 bilhão em riquezas, enquanto que o setor de serviços registrou PIB de R$ 2,1 bilhões, o maior resultado, segundo a pesquisa do IBGE. O terceiro segmento mais representativo no PIB do município é o de impostos, com R$ 963 milhões.

Para o economista Guerini, não é surpresa que o setor têxtil esteja mal das pernas há tanto tempo. Ele avalia que o país está passando por um processo de desindustrialização, com o sucateamento do parque fabril.

Nesse contexto, o município perdeu competitividade, uma vez que as máquinas não são tão rentáveis devido ao seu mau estado de conservação. “A impossibilidade de Brusque retomar o seu parque fabril ocorre por causa da competitividade chinesa”, diz Guerini.

Para o economista, a indústria têxtil nacional entrou em colapso, e o resultado disso é que grandes empresas, como Schlösser, Buettner e Renaux, faliram. Com isso, acrescenta o especialista, a representatividade do comércio e serviços tende a crescer.

“A história comum de ter um funcionário que trabalhou a vida toda na indústria é uma peça histórica”, afirma Guerini. Ele afirma que a estrutura econômica dos municípios está mudando gradativamente para serviços e comércio.


Estado

Na comparação com as economias de Santa Catarina, Brusque ficou na nona posição, a mesma de 2013. A maior economia do estado continua a ser Joinville, que teve um PIB de R$ 24 bilhões.

Itajaí chegou a ser considerada a maior economia, mas numa outra fórmula. Neste novo modelo de cálculo, Joinville retomou a ponta. A cidade tradicionalmente industrial também sofre com a concorrência estrangeira. “Santa Catarina tende a perder competitividade no cenário externo”, avalia Guerini.

Perspectivas

Os números do PIB são referentes a 2014, ou seja, o período de crise será retratado somente nos indicadores de 2015 – divulgados ano que vem. Guerini afirma que a tendência é que os resultados sejam negativos.

Já para 2017, o economista também vê poucos sinais de melhora na situação nacional. “O pacote de medidas do governo em nada vai adiantar, porque é um pacote de miudezas paliativas”, diz Guerini, referindo-se ao pacote de medidas econômicas anunciado no dia 15.

Per capita

O IBGE também fez a média de quanto cada habitante recebeu em 2014, quando a população de Brusque era 119.719. A média per capita do brusquense é de R$ 45 mil, um dos maiores valores do estado.

Esse indicador é importante para saber o nível de riqueza dos cidadãos, porém, ele não leva em consideração a desigualdade na distribuição de renda. É apenas uma média que serve como referencial para políticas públicas e empresários.


PIB de Guabiruba ultrapassa R$ 1 bilhão

De acordo com o IBGE, o PIB de Guabiruba em 2014 atingiu R$ 1 bilhão. O valor é 28% maior do que o do ano anterior – R$ 780 milhões. O segmento mais representativo, assim como Brusque, também foi a indústria de transformação, seguido por serviços.

Já Botuverá atingiu R$ 237 milhões em 2014, aponta o IBGE. A indústria de transformação também foi protagonista, seguida pelo setor de serviços e pela administração pública.