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PIB de Brusque tem a segunda maior queda entre as maiores economias do estado

Em 2015, município saiu da 10ª para 9ª posição, com queda de 13,4% na geração de riquezas

Brusque registrou a segunda maior queda do Produto Interno Bruto (PIB) de Santa Catarina em 2015, na comparação entre as dez maiores economias do estado. O levantamento foi realizado pela Federação Catarinense de Municípios (Fecam), com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados na semana passada.

O PIB é a soma de todas as riquezas produzidas, como a produção nas indústrias e o que foi vendido no setor de Comércio e Serviços. Segundo o IBGE, Brusque contabilizou um pouco mais de R$ 5 bilhões em riquezas em 2015. Já em 2014, o PIB havia somado R$ 5,8 bilhões, ou seja, uma queda de 13,4%.

O levantamento do IBGE é baseado na metodologia System of National Accounts 2008, que dá pesos diferentes aos setores da economia. Todos os valores, desde 2010, foram atualizados para o método.

Assim como nos anos anteriores, o setor de Serviços foi o que mais cresceu – foram gerados em Brusque R$ 2,5 bilhões em 2015, enquanto que em 2014 foram R$ 2,1 bilhões. Por outro lado, o segmento com a maior queda foi a Indústria. Enquanto que em 2014 foi registrado R$ 1,87 bilhão, em 2015 caiu para R$ 1,6 bilhão.

Os impostos também tiveram queda acentuada – foram gerados R$ 806 milhões, diante de R$ 963 milhões em 2014. Já o setor Agropecuário se manteve estável – foram produzidos R$ 2,7 milhões em riquezas.

Setor de serviços foi o que mais cresceu em 2015, conforme IBGE/ Miriany Farias/Arquivo O Município

Estado
Brusque perdeu uma posição no ranking das maiores economias do estado. Enquanto que em 2014 o município era a 9ª maior, em 2015 ocupou o 10º lugar, atrás de cidades como Chapecó, Criciúma, Jaraguá do Sul e Palhoça.

A maior economia do estado continua a ser Joinville, que lidera com R$ 25,5 bilhões, o que corresponde 10,28% do PIB de Santa Catarina. Na segunda colocação está Itajaí (7,57%), seguida por Florianópolis (7,48%), Blumenau (6,27%) e São José (4,04%).

Com exceção de São José, na Grande Florianópolis, que teve crescimento de 4,18%, todos os demais municípios tiveram queda real em relação ao ano anterior. Por outro lado, os maiores crescimentos foram registrados em Araquari (52,90%), seguida por Arvoredo (38,82%) e Piratuba (26,51%).

Assim como em Brusque, o setor de Serviços é o mais representativo, com 54,97% do total, seguido pela Indústria (24,20%), Tributos (15,82%) e Agropecuária (5,01%). Comparado ao ano de 2014, houve queda na participação da Agropecuária, que representava 5,23%, e da Indústria, 25,61%.

Reflexo da crise

Os dados apresentados pelo IBGE são reflexos da crise econômica do Brasil que iniciou em 2014, segundo Eduardo Guerini, economista e mestre em Sociologia Política.

“São reflexos da retração da economia, que acabou repercutindo na economia catarinense”.

Ele explica que principalmente as indústrias e setores secundários sofreram com este cenário, já que houve grande queda nas exportações.

Quanto ao setor de Serviços, o economista afirma que o segmento é muito volátil e depende da individualidade do município. “No contexto geral se observa a sazonalidade do setor, que tem impactos positivos e negativos, dependendo a cidade. Em geral, é onde a economia é mais informal”.

Guerini observa que Brusque e a região do Vale do Itajaí dependem da influência do turismo e da indústria, e que por isso há variações constantes no PIB. “Tem uma margem de interpretação. Não é o PIB tradicional calculado, mas sim o valor agregado, depende da circulação de bens”, diz o economista.

Segundo ele, o levantamento dos próximos PIBs também deverão apresentar queda, devido ao cenário econômico do país.

O auditor fiscal da Prefeitura de Brusque, Adalberto Kohler, diz que os números do PIB acompanham a realidade do país. Ele afirma que a indústria têxtil vem sofrendo principalmente com a concorrência dos produtos asiáticos. No entanto, Kohler analisa que a terceirização dos serviços é uma tendência global, por isso o crescimento neste setor.

PIBs por setor em Brusque

Per capita
Outro dado revelado pelo IBGE é a média de quanto cada habitante contribuiu para o PIB em 2015, quando Brusque tinha 122.775 habitantes. A média per capita do brusquense foi de R$ 47,3 mil.

O indicador é importante para saber o nível de riqueza dos cidadãos, porém, não leva em consideração a desigualdade na distribuição de renda. É apenas uma média que serve como referencial para políticas públicas e empresariais.

Guabiruba e Botuverá
O PIB de Guabiruba de 2015 somou R$ 879 milhões, uma queda de 18% em relação ao ano anterior. Assim como em Brusque, o setor mais representativo foi de Serviços, seguido de Indústria, Impostos e Agropecuária.

Já Botuverá atingiu R$ 226 milhões em 2015, uma queda de 8,5%. O setor industrial foi o que mais movimentou a economia, seguido de Serviços, Impostos e Agropecuária.