PMDB de Brusque tenta eleger prefeito após 34 anos
Último representante da sigla no comando da prefeitura foi José Celso Bonatelli, eleito em 1982
O PMDB de Brusque elegeu um de seus quadros para ser prefeito de Brusque, pela última vez, em 1982, quando se sagrou vencedor da eleição José Celso Bonatelli, o idealizador da avenida Beira Rio.
De lá para cá, o partido participou de diversas disputas, mas sem sucesso, e vê na eleição de outubro a possibilidade de sair da fila.
Em 2012, o partido chegou a realizar um evento, em março, no qual lançou a pré-candidatura do advogado Marcus Antônio Luiz da Silva, o Marcão. Estava presente o vice-governador, Eduardo Pinho Moreira.
O encontro reuniu mais de mil pessoas, mas a candidatura não evoluiu: o partido acabou por dar apoio à reeleição de Paulo Eccel (PT).
Quatro anos depois, o partido volta a ter pré-candidatos (Ari Vequi e Danilo Rezini) e, desta vez, parece estar inclinado a disputar o comando da prefeitura.
“O PMDB está trabalhando neste sentido, de se readequar, somar mais filiados e lançar candidato a prefeito, exatamente para, depois de muitos anos, colocar o prefeito da cidade”, afirma Danilo Rezini, presidente do diretório municipal.
Rezini diz que a saída é trabalhar a base, buscar a filiação de novas lideranças e montar um quadro partidário para as eleições de 2018. Admite, porém, a necessidade de coligar. “Ninguém vai ganhar a eleição sozinho”.
O cenário político estadual também pesa na decisão. “Até porque o PMDB deverá ter candidato a governador em 2018, mais importante ainda é lançar candidatos nas cidades que têm potencial econômico”, discursa o presidente do PMDB local.
Derrotas sucessivas
Depois da eleição de Bonatelli, o PMDB tentou a prefeitura por mais quatro vezes, sendo derrotado em todas as oportunidades. Zeno Heinig, hoje no PSD, tentou suceder Bonatelli, mas perdeu por pouco. Mais tarde, ele novamente disputou, e novamente foi derrotado.
Disputaram ainda Marcus Antônio Luiz da Silva, o Marcão, em 1996, e Osvaldo Quirino de Souza, em 2008: ambos ficaram em terceiro lugar.
O partido hoje, segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC), é o segundo maior de Brusque, em número de filiados, perdendo apenas para o Democratas.
Os dados mais atualizados mostram o PMDB de Brusque com 1.304 filiados, cerca de 13% do total de eleitores que têm filiação partidária no município.
“Se não disputa, morre”
Os peemedebistas mais antigos dizem que está na hora do partido disputar nova eleição. Ou é isso ou a sigla está fadada e enfraquecer. Ivo Mário Melato, militante no PMDB de Brusque desde 1978, resume.
“Partido que não disputa eleição está sujeito a morrer. Quem não aparece não é visto. O PMDB de Brusque tem que ter candidato a prefeito se quiser continuar vivo”, afirma.
Ele acredita que o partido deixou de disputar as últimas eleições por uma espécie de “inspiração no PMDB nacional”. “Ficaram sempre querendo fazer acordos, parece até que copiaram Brasília, que sempre foi de reboque com os presidentes, desde o Tancredo Neves. Por não ter candidato, é que o PMDB anda meio fraco, meio esquecido”.
Para Melato, essa eleição é uma boa oportunidade para o partido pois, segundo ele, não há nomes fortes se sobressaindo. “Nenhum partido em Brusque está forte para ter um candidato forte, nenhum tem. Depende da escolha do nome”, afirmou, deixando um recado. “Até eu estaria a disposição de enfrentar isso aí”.