Polícia de Blumenau apreende galos usados em rinhas
Cerca de dez animais foram apreendidos e o proprietário do local vai responder pelo crime de maus tratos
Cerca de dez animais foram apreendidos e o proprietário do local vai responder pelo crime de maus tratos
A Polícia Civil encontrou na manhã desta terça-feira, 12, um local com indícios de promover rinhas de galo em Blumenau. A suspeita surgiu acidentalmente, quando eles foram ao endereço, no bairro Testo Salto, para investigar um caso de maus tratos envolvendo um cão.
O estado de saúde do cachorro chegou à polícia a partir de uma denúncia anônima. Na primeira visita ao local, há mais de um mês, eles puderam constatar que o cão estava muito magro e em estado delicado. Foi então que encontraram também diversos galos em gaiolas e um espaço que parecia ser de treinamento para rinhas.
Agentes da 2ª Delegacia, representantes da Polícia Militar Ambiental e um veterinário da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) estiveram no imóvel nesta terça. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido durante a manhã, quando cerca de dez galos foram resgatados. O cão não foi encontrado no local.
Além da gaiola de treinamento, outro indício de que rinhas aconteceriam no local foi o fato de que os galos não possuem esporões. O delegado Lucas Gomes de Almeida, explica que, em lutas, os organizadores utilizam meios artificiais, como esporões de metal ou plástico, o que intensifica as lesões. Os animais apreendidos estavam feridos e depenados.
Outros equipamentos foram encontrados, como uma roda de madeira que é utilizada para fortalecimento muscular e treinamento de galos. Uma seringa e medicamentos (que podem ser anabolizantes) também foram apreendidos e levados para a perícia.
O proprietário da residência, de 62 anos, foi detido e conduzido para a 2ª Delegacia de Polícia de Blumenau. Os policiais lavraram um termo circunstanciado pelo crime de maus tratos.
Ele assumiu ter destruído materiais relacionados a rinhas antes da chegada das viaturas, mas alega que não pratica o crime há anos. Segundo o investigado, os galos são de rinha, porém não estavam mais participando da atividade. Como não houve flagrante, ele não irá responder por prática de jogos de azar.
O delegado de Almeida frisa que participantes de rinhas também podem responder aos crimes de maus tratos. Ou seja, não são apenas os organizadores que são penalizados em caso de flagrante.
“Se for constatado que ele promovia rinhas no local, ele pode ser indiciado. Se descobrirmos que se trata de uma rede gigante com muitas pessoas envolvidas, ele pode até responder por associação criminosa”, explica o delegado.
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