Polícia Federal investiga casos de moedas falsas em Brusque
Com aumento de ocorrências, equipe foi destinada para apurar casos na região de Itajaí
Os casos de circulação de notas falsas têm aumentado em Brusque e região em relação aos anos anteriores. A Polícia Civil informa que de janeiro a agosto foram registrados 18 boletins de ocorrência relacionados ao crime. O número, no entanto, pode ser bem maior, já que apenas uma parcela das vítimas informa às autoridades.
Agora, a Polícia Federal (PF) de Itajaí intensifica as investigações. O órgão é responsável por investigar os crimes ocorridos no Vale do Itajaí, já que o delito é de competência federal.
O delegado da Polícia Civil, Fernando de Faveri, explica que a moeda falsa é encaminhado à PF, para que passe por uma perícia. Ele ressalta que a prisão em flagrante é possível, no entanto, depende de vários requisitos. “O mais prudente é periciar a nota, encaminhando para a Polícia Federal em seguida. Mas tudo depende da análise de cada delegado”, diz.
O delegado da Polícia Federal de Itajaí, Alexandre Braga afirma que houve um aumento significativo no número de ocorrências relacionado às cédulas falsas, principalmente no último ano. “Não sabemos ainda quantificar percentualmente qual é o reflexo disso, até porque temos dois crimes diferentes: o estelionato e o de moeda falsa, propriamente dito”.
Ele detalha que a primeira coisa que a PF faz quando se depara com a cédula falsa, é mandar para exame da perícia. Se a cédula for considerada grosseira, ou seja, que qualquer pessoa descartaria (como em papel ruim ou coloração muito diferente), ou ainda no caso de um analfabeto pegar uma cédula que está escrito “modelo” e não perceber, é considerado crime de estelionato, e então é responsabilidade da Polícia Civil.
Porém, quando a cédula pode ser recepcionada pelo comércio ou por uma pessoa que é considerada mediana pela Polícia Federal, é enquadrado no crime de moeda falsa. Então, a PF apurará o caso e a Justiça Federal julgará. “Apesar de termos muitos casos já registrados, ainda existem aqueles comerciantes e pessoas que não querem ter o incômodo de levar a ocorrência à polícia. Então assimila o prejuízo, rasga a moeda e joga fora. Como não é comunicado, não entra nas estatísticas oficiais”, afirma Braga.
Principais vítimas
O delegado federal afirma que os criminosos agem com mais frequência à noite, quando a luminosidade é menor e as pessoas são mais suscetíveis a serem enganadas. Por isso, geralmente, as cédulas são repassadas para entregadores de lanches, em grandes eventos e locais movimentados, em que a pessoa tem pressa em dar o troco.
Além disso, Braga diz que os criminosos têm utilizado muitos menores de idade, “porque o menor apreendido no Brasil, dificilmente vai ter qualquer censura no comportamento. É feita a ocorrência, chamado os pais e entregue a eles”.
Em Santa Catarina, alguns responsáveis por fabricarem as notas falsas já foram presos. No fim do ano passado, por exemplo, a operação Mascada, em Joinville, apreendeu um grande falsário na região. Ele produzia muitas cédulas e distribuía na região. Recentemente, a operação chamada Money Inbox, realizada em Itajaí e Florianópolis, também apreendeu várias cédulas com a mesma numeração e características. “O engraçado é que os falsários sempre deixam suas marcas, então a gente vai perseguindo aquelas mesmas cédulas e consegue chegar nele”, diz o delegado.
A Polícia Federal também tem conhecimento da venda de notas falsas pela internet e pelas redes sociais. Inclusive, já investiga esses casos. De acordo com o delegado, nenhuma veia investigativa é descartada.
O crime de moeda falsa é grave, com pena máxima de 3 a 12 anos, por isso, é tido como prioridade pela Polícia Federal. “São casos que chamam nossa atenção, e temos uma equipe destinada para essa investigação na região”, garante Braga. Porém, ele ressalta que a maior parte do esforço da PF é dedicado à repressão ao tráfico internacional, às organizações criminosas internacionais, ao desvio de verba pública e corrupção.