Polícia Federal investiga fraudes milionárias em construções de luxo no litoral
Operação mobiliza 45 policiais e envolve empresários de Balneário Camboriú, Itajaí, Alemanha e Estados Unidos
Operação mobiliza 45 policiais e envolve empresários de Balneário Camboriú, Itajaí, Alemanha e Estados Unidos
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira, 9, a denominada Operação Conexão Miami, para desarticular uma associação criminosa estabelecida entre empresários do ramo da construção civil de Itajaí e Balneário Camboriú, dois doleiros já denunciados no âmbito da operação Ex-Cambio (deflagrada em 22 de setembro de 2015), dois empresários americanos e um alemão – representantes de uma marca internacional de veículos de alto luxo – além de dois corretores de imóveis, que teriam estabelecido um vínculo associativo estável e permanente para a prática de evasão de divisas mediante fraude em contratos de câmbio e lavagem de dinheiro – inclusive no exterior.
A PF mobilizou 45 policiais para cumprir nove mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão temporária – prisão com prazo de cinco dias -, em Balneário Camboriú e Itajaí. Além disso, a Polícia Federal iniciou cooperação jurídica internacional para realizar o interrogatório dos três empresários estrangeiros, com envio de rogatórias para os EUA e a Alemanha.
O esquema começou a ser desvendado durante a operação Ex-Cambio que investigou quatro organizações criminosas compostas por doleiros que realizavam evasão de divisas mediante fraude cambial, gestão fraudulenta de instituição financeira e lavagem de dinheiro.
Com a identificação de operação de câmbio fraudulenta realizada por empresa fantasma para pagar uma empresa americana de empreendimentos de alto luxo, chegou-se ao real pagador da remessa, isto é, uma construtora de Balneário Camboriú.
O pagamento fraudulento deveria ser feito para uma empresa alemã detentora de uma marca de automóveis de alto luxo na Alemanha, a fim de a construtora usar o nome da marca em seu empreendimento no Brasil. Todavia, para evitar custos mais altos, os investigados teriam decidido pagar mediante contrato fraudado de câmbio à licenciadora da marca nos EUA para que essa então pagasse à empresa alemã.
A Cooperação Internacional se realiza por conta do indiciamento dos estrangeiros; eles deverão ser qualificados, identificados e interrogados. O montante total dos valores movimentados fraudulentamente para os EUA pode chegar a R$ 13.000.000,00 (treze milhões de reais).
Os envolvidos responderão pelos crimes de fraude em contratos de câmbio (pena de até 4 anos), associação criminosa (pena de até 3 anos) e lavagem de dinheiro (pena de até 10 anos).