Polícia Militar abre inquérito para investigar caso de agressões de policiais em Guabiruba

Caso ocorreu no sábado, no bairro Holstein, em Guabiruba

Polícia Militar abre inquérito para investigar caso de agressões de policiais em Guabiruba

Caso ocorreu no sábado, no bairro Holstein, em Guabiruba

O comando da 7º Região de Polícia Militar (RPM) comunicou na tarde desta quinta-feira, 6, que será instaurado um inquérito policial para apurar a conduta dos policiais militares que bateram nos jovens durante atendimento a uma ocorrência em Guabiruba. O caso ocorreu neste sábado, 1º, no bairro Holstein, em Guabiruba.

De acordo com o tenente-coronel da Polícia Militar, Ricardo Alves da Silva, a polícia não concorda com a conduta dos agentes públicos. O Inquérito Policial Militar vai apurar todos os fatos sobre o ocorrido.

Anteriormente, o Promotor de Justiça Wilson Paulo Mendonça Neto, da 5ª Promotoria de Justiça da Capital, que atua perante a Vara de Direito Militar da Comarca da Capital, instaurou procedimento e requisitou inquérito policial militar para apurar o caso dos policiais que agrediram jovens durante uma abordagem em Guabiruba. O inquérito é conduzido pela Polícia Militar e, após concluído, é encaminhado para o Ministério Público.

Confira a nota na íntegra

NOTA A IMPRENSA

Prezados, diante das imagens que estão circulando pelas redes sociais, acerca de um atendimento a uma ocorrência policial militar no município de Guabiruba, informamos que NÃO COADUNAMOS com as condutas demonstradas pelos Policiais Militares e que diante dessas imagens o Comando da 7ª RPM, determinou a Instauração de Inquérito Policial Militar para apuração integral dos fatos.

Atenciosamente
RICARDO ALVES DA SILVA
Tenente Coronel PM – Comandante 7ª RPM

 Relembre o caso

Circula nas redes sociais um vídeo de dois policiais militares batendo em alguns jovens durante uma ocorrência. As imagens mostram um grupo de pessoas reunidas em um quiosque. O motivo da chamada policial seria uma festa que estava ocorrendo durante a quarentena, além da pertubação de sossego. O caso ocorreu neste sábado, 1º, no bairro Holstein, em Guabiruba.

As festas estão proibidas devido decreto estadual que tem o objetivo de conter a propagação do novo coronavírus.

O vídeo mostra que após um dos jovens falar “covardia” os policiais começam a questionar quem falou aquilo. Ninguém responde e um policial da um soco na barriga de um dos rapazes. Novamente os policias continuam questionando e ninguém responde. Nesse momento, eles chegam na frente de outro rapaz e usam a arma para bater na barriga dele também. Após a agressão, os policiais ainda dizem “fala guerreiro”.

Os jovens permanecem em silêncio e um dos policiais diz “agora ninguém é macho para falar”. Depois os policiais ainda falam outras frases como “abre a boca para ver”, e “quer debochar? Então vamos brincar”; e “a gente também sabe brincar”.

Ao fundo é possível ouvir uma pessoa chorando. Alguém tenta acalmá-la e diz para a pessoa respirar. No entanto, as imagens não mostram essas outras pessoas.

Explicação da PM de Brusque

De acordo com o comandante do 18º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Otávio Manoel Ferreira Filho, os envolvidos desrespeitaram e cometeram desacato com os policiais que atenderam a ocorrência, “o que levaram eles a agirem e usarem energia um pouco maior”.

Segundo ele, o motivo inicial da ocorrência foi perturbação de sossego alheio. Quando os policiais chegaram ao local constataram a aglomeração de pessoas na festa. O comandante ainda afirmou que foi lavrado termo por porte de entorpecente.

“Antes de analisarmos a atitude e ação policial, temos que analisar sim o erro das pessoas irresponsáveis e que cometeram atos ilegais de promoverem um evento que está proibido por decreto estadual e municipal, além da perturbação do sossego. Esse é o foco principal e não podemos nunca deixar de ver o foco principal”, diz o comandante.

“Não estou dizendo que os atos praticados pelos policiais foram corretos, ou foram adequados, ou se foram legais. Eu teria que analisar de forma muito mais ampla o contexto geral”.

Ferreira Filho explica o que acontecerá caso as vítimas decidam procurar a PM alegando que sofreram abuso de autoridade. “Com certeza cabe a nós abrirmos procedimento, apurar, e se for confirmado que houve um excesso e abuso, com certeza os policiais irão responder e até possivelmente serão punidos”.

O comandante enfatiza que a reação policial sempre vem após uma ação das pessoas. “Repito, nada é por acaso. Entendo eu que quando um policial toma uma atitude mais enérgica e contundente nada é por acaso. Deram causa. Não estou defendendo ou querendo [dizer] que ele agiu legalmente”.

Ferreira Filho acredita que o vídeo foi editado, pois não mostra as cenas anteriores as agressões dos policiais. Ele ainda afirma que os policiais são bons profissionais, comprometidos e que são os que mais produzem na região de Guabiruba.

OAB emite nota de repúdio

Nesta quinta-feira, 6, a Subseção de Brusque da OAB-SC divulgou nota de repúdio à ação de dois policiais da Polícia Militar em Guabiruba. Trata-se de um caso de agressão registrado em vídeo, que circulou pelas redes sociais nesta semana.

Assinada pelo presidente da subseção, Renato Munhoz, e pelo Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania, Ricardo Vianna Hoffmann, a nota afirma que é correto respeitar as normas impostas por decretos no combate à Covid-19.

Contudo, documento manifesta que a ação dos policiais “se denota insofismável abuso de poder e flagrante desrespeito à lei”.


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