Polícia Militar anuncia fiscalização mais rígida no trânsito de Brusque
Ciretran também terá critérios mais severos para habilitação de motociclistas
Ciretran também terá critérios mais severos para habilitação de motociclistas
Uma reunião no batalhão da Polícia Militar de Brusque, reuniu representantes de Centros de Formação de Condutores (CFC), da Guarda de Trânsito (GTB) e do Ciretran para discutir a situação do trânsito no município na noite desta quarta-feira, 5.
O objetivo da reunião técnica foi fazer um diagnóstico do trânsito de Brusque, que é considerado um dos mais violentos do estado, e, assim, construir um pacto para tentar reduzir as mortes no trânsito na cidade.
O delegado regional de Brusque, que também é responsável pelo Ciretran, Fernando de Faveri, destaca os altos índices da cidade. Se no quesito mortes violentas o município tem uma das melhores taxas do país, quando o assunto é trânsito não há o que comemorar.
“Para cada uma morte por homicídio em Brusque, temos cinco no trânsito. Desses, mais de 70% são motociclistas”, afirma.
O secretário de Trânsito e Mobilidade, Renato Bianchi, ressalta que a pasta está atuando na melhoria da sinalização na cidade, entretanto, o maior número de notificações emitidas pela Guarda de Trânsito hoje estão relacionadas a falta de atenção e falta de respeito à sinalização.
O comandante do 18º Batalhão de Polícia Militar de Brusque, coronel Otávio Manoel Ferreira Filho, afirma que a reunião técnica foi o primeiro passo para medidas mais rígidas que serão adotadas no trânsito de Brusque.
“Reunimos o tripé do trânsito para tentar diminuir esse número ruim da nossa cidade: a educação, a gestão e a fiscalização. Hoje, a cada morte que temos, nos sentimos um pouquinho responsáveis”.
Em 2018, o município teve 16 óbitos no trânsito. Neste ano, já foram sete e, novamente, a maioria motociclistas.
Segundo ele, a média de Brusque é de três mil acidentes por ano, com mil vítimas lesionadas, 200 inválidas e 25 mortes.
“Já reduzimos os números, mas precisamos de mais”, afirma. Ele lembra que em 2007 a cidade registrou 34 mortes, o que foi considerado o pior ano da história.
Medidas mais rígidas
Durante a reunião, o delegado Fernando comunicou aos representantes dos CFCs que a partir de agora, nos testes práticos para habilitação em Brusque, a cinta jugular do capacete aberta e mal regulada será critério para reprovação.
“Os avaliadores já estão instruídos e não vão avisar. Se o aluno colocar o capacete e não ajustar a cinta será reprovado. Este será um dos critérios mais importantes a partir de agora devido às pessoas que não param de morrer em Brusque”.
Coronel Otávio também alertou que a fiscalização da Polícia Militar será mais rígida, principalmente com relação aos motociclistas.
De acordo com o comandante, não será mais tolerado conduzir motocicleta de chinelo ou descalço; sem camisa e com a cinta jugular aberta ou mal regulada.
Já para os veículos, além do uso indispensável do cinto de segurança, não será tolerado estacionar em passeios ou calçadas. Para os proprietários de ciclomotor ou bikemotor também será exigida a habilitação.
“O meu pessoal já está avisado. Vamos multar, sim. Arrecadar não é o foco. O objetivo é conscientizar e reduzir as mortes. Precisamos diminuir esses números”, finaliza o coronel.