Policiais civis de SC podem boicotar operação veraneio
Essa medida e a possibilidade de fazer operação padrão serão votadas na quinta-feira
Os policiais civis de Santa Catarina podem realizar uma operação padrão e boicotarem a Operação Veraneio 2019/2020. As duas ações serão levadas para votação durante assembleia geral da categoria convocada pelo Sindicato dos Policiais Civis de Santa Catarina (Sinpol-SC) para a próxima quinta-feira, 5, no auditório da Assembleia Legislativa, em Florianópolis.
Entre os motivos para o protesto está a reforma da previdência estadual enviada pelo governo do estado à Alesc, que tem regras diferentes de aposentadoria para policiais civis e militares.
“Uma categoria ficou com todos os benefícios, enquanto nossa pensão por morte caiu pela metade e o salário ficou em 60%”, justifica Paulo Abreu, diretor jurídico do sindicato.
Também fazem parte da pauta reposição salarial, que segundo o Sinpol não acontece há seis anos, e aumento da diária congelada desde 2012, hoje, R$ 110. “Muitas vezes não paga nem a hospedagem”, diz o diretor jurídico.
A dificuldade em pagar as despesas com o valor da diária é o principal argumento para a não participação na Operação Veraneio, que levas agentes do interior para o litoral. Já a paralisação leva em conta, principalmente, a proposta de reforma da previdência.
“Fomos pegos de surpresa por um governo que levantou a bandeira da segurança pública, mas que que segurança pública é só polícia militar”, critica Abreu.
O que é operação padrão?
O diretor jurídico explica que a operação padrão seria feita porque o judiciário considera ilegal greve de policiais.
“Segundo a legislação, cada ocorrência precisa de pelo menos dois policiais. A maioria das cidades catarinenses não tem isso, então durante a operação nenhum policial vai sair sozinho”, afirma. Os agentes também deixariam de sair se a viatura não estiver em condição, se o colete estiver vencido ou se as munições estiverem vencidas.
Torce por solução
Procurado pela reportagem para comentar o caso, o delegado da delegacia regional de Brusque, Fernando de Faveri, se limitou a dizer que é um assunto entre sindicato e governo do estado, e que ele torce por uma solução.
“Trata-se de questão a ser resolvida no âmbito do sindicato e governo. Desejo que a melhor solução, de forma mais democrática possível, seja encontrada em futuro próximo”, resumiu o delegado.