Bárbara Sales
Policiais de Brusque começam a usar câmeras nas fardas durante as ocorrências
Batalhão recebeu 20 equipamentos que auxiliarão na produção de provas para processos judiciais
A partir desta quarta-feira, 28, policiais do 18º Batalhão de Polícia Militar de Brusque estarão nas ruas equipados com mini câmeras. Os equipamentos são individuais e ficam presos à farda, na altura do peito. A partir de agora, todas as ocorrências atendidas pela polícia na região serão filmadas.
O batalhão recebeu 20 câmeras que serão distribuídas entre os policiais. Todas as viaturas terão um militar equipado.
De acordo com o subcomandante da Polícia Militar de Brusque, major Heintje Heerdt, as câmeras fazem parte de um projeto pioneiro no Brasil. Todas as cidades de Santa Catarina receberam os equipamentos na última semana e, após treinamento, começarão a usá-los na rua.
O objetivo, segundo ele, é produzir provas para auxiliar nos processos judiciais. Major Heintje destaca ainda que com o uso das câmeras, as abordagens tendem a ser mais tranquilas, sem a necessidade do uso da força.
“As ocorrências mudam de uma forma muito rápida e a câmera é fundamental para que não haja questionamentos sobre a atuação dos policiais. Há estudos em vários países que mostram que o uso de câmeras nas abordagens fez reduzir o número de queixas contra policiais e também o uso da força, já que as pessoas mudam seu comportamento quando sabem que estão sendo filmadas”.
Em toda abordagem os policiais vão informar os suspeitos de que a ação está sendo filmada. A tendência é que a resistência às abordagens diminua consideravelmente. “É uma forma de deixar o trabalho do policial mais transparente e ainda auxiliar nos processos judiciais. Na audiência de custódia, por exemplo, o juiz já vai ter acesso às imagens e poderá tirar suas conclusões”.
A câmera que será utilizada pelos policiais é semelhante a uma GoPro. O equipamento é resistente à queda e à água. No momento em que a viatura é acionada para atender uma ocorrência, o policial já é orientado a ligar a câmera. Ao chegar ao local, ele informa as pessoas que estão sendo filmadas.
Dali, as imagens irão para um sistema que será gerenciado pelos policiais da seção técnica. Ocorrências de menor relevância ficarão armazenadas no sistema por um mês, já para casos maiores, como homicídio, por exemplo, o tempo máximo de armazenamento será de seis meses. Major Heintje ressalta que as imagens não poderão ser divulgadas, já que o sistema não permite a distribuição. “Serão usadas apenas em situações legais, até porque causam exposição do policial e do suspeito que está sendo abordado”.
As câmeras chegaram em Brusque no dia 21 de agosto. No dia seguinte foi iniciado um treinamento sobre o uso correto do equipamento. A capacitação terminou nesta quarta-feira, quando os policiais já começaram a utilizar as câmeras no atendimento de ocorrências.