Policiais param viatura para conversar com mulher e atrapalham o trânsito
Leitora fotografou viatura prejudicando o fluxo e foi abordada por policial que estava no veículo
Leitora fotografou viatura prejudicando o fluxo e foi abordada por policial que estava no veículo
Uma leitora que não quis se identificar relatou ao jornal Município Dia a Dia que foi abordada por um policial militar na noite de terça-feira, 16. A abordagem aconteceu, segundo a leitora, dentro de um restaurante de comida japonesa, após ela ter feito fotos do momento em que ele e seu colega de trabalho, também policial, pararam sua viatura no meio da rua França, bairro Santa Rita, para conversar com uma mulher.
De acordo com o relato da leitora, ela estava com o filho pequeno no restaurante esperando para ser atendida, por volta das 20h, quando uma viatura da PM parou em frente ao estabelecimento e começou a conversar com uma mulher loira, vestida com roupas de ginástica, que passava pelo local. “A conversa durou pelo menos cinco minutos.
Com isso, alguns carros pararam atrás da viatura, que não estava estacionada. Passado algum tempo, o pessoal do restaurante começou a chiar, já que estava atrapalhando o trânsito”, diz.
Segundo informações de pessoas que estavam no local e também não quiserem se identificar, após a reclamação dos clientes do restaurante, a mulher e os policiais se encontraram novamente na rua Carlos Gracher – outro lado do rio Itajaí-Mirim -, para continuar a conversa. Depois de alguns minutos, a viatura voltou a passar defronte ao restaurante, segundo a leitora. “Os policiais pararam a viatura em frente ao restaurante e chamaram um homem que estava ao meu lado. Ele foi até o carro e, quando voltou, me disse que um dos policiais queria falar comigo”, diz.
Intimidação
A leitora não saiu do restaurante e pediu para o policial vir até ela. Então, segundo o relato, um dos policiais entrou no estabelecimento comercial para falar com a leitora, que havia fotografado a situação. Questionada pelo policial sobre o motivo de ter feito a foto, a leitora disse que poderia fotografar o que quisesse. “Eu respondi que poderia ser foto da árvore, do poste, do que eu quisesse”. O policial afirmou, ainda, que a moça com quem estava conversando também era policial militar.
Em seguida, os policiais pediram um documento de identificação da leitora. “Foi para intimidar que fizeram isso. Eu mostrei meu documento, mas também pedi a identificação deles. Ele se identificou como sendo Cabral, e disse que seu colega policial se chamava Lázaro”, afirma. A leitora diz ainda que quem presenciou a cena – cerca de 20 clientes que estavam no restaurante – ficou indignado com a atitude do policial. “Ao invés de ser exemplo, vai em caminho oposto e busca na intimidação uma forma de corrigir sua má conduta”, diz a leitora.
PM diz que irá investigar
O comandante do 18º Batalhão de Polícia Militar de Brusque, tenente-coronel Moacir Gomes Ribeiro, afirma que, conforme informou o policial, a mulher da foto também é policial militar do 18º Batalhão e no momento estava repassando informações de uma ocorrência em andamento. “Com relação a situação ocorrida ontem [terça-feira, 16], já repassei ao Corregedor do Batalhão para abertura do devido Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), com o objetivo de investigar de forma criteriosa e rigorosa os fatos em questão, julgando cada procedimento, situação e conduta dos policiais militares aqui denunciados”, diz o tenente-coronel.