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Políticos de Brusque avaliam cenário para as próximas eleições municipais

Resultado do pleito deste ano força legendas a se repensar

Os resultados das eleições deste ano colocam a maior parte dos partidos políticos no divã, refletindo para entender qual será o seu papel no pleito municipal de 2020. Em Brusque, as principais legendas tentam compreender o recado dos eleitores para traçar a estratégia para os próximos dois anos.

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Há dois fatores principais que são apontados por dirigentes partidários desta eleição. Um é o surgimento do Partido Social Liberal (PSL), até pouco tempo um nanico na política nacional. O aparecimento do Partido Novo também é uma novidade, embora em menor escala.

O outro ponto que chama a atenção e que terá forte impacto nas eleições municipais de daqui dois anos é o fim das coligações na proporcional (pleito para a Câmara de Vereadores).

Até este ano, os partidos podiam coligar-se nas eleições para somar seus votos para as eleições legislativas proporcionais. Mas a partir de 2020 não será mais possível.

Isso faz com que partidos pequenos, que antes se coligavam somente nas eleições para alcançar cadeiras no legislativo, sejam fortemente atingidos. Terão de buscar nomes fortes para a disputa ou correm risco de desaparecer do mapa político municipal e nacional.

Os dois fatores são entendidos de forma conjunta, porque sem poder coligar, a tendência é que políticos hoje em siglas pequenas migrem para outras. E aí aparece o PSL como a estrela da vez para atrair postulantes de direita.

O Partido Novo, com proposta de aposentar a velha política, também é uma figura ascendente no espectro político. A sigla já tem representantes em Brusque, tanto que lançou Sabrina Avozani nas eleições deste ano.

Deivis da Silva, vereador pelo MDB e secretário de Assistência Social, acredita que PSL e Novo são partidos que devem receber migrações de outras legendas por terem se destacado neste ano.

O presidente do PSL de Brusque, Marcos Paulo Vargas, diz que a legenda já está se preparando para 2020. Segundo ele, há um planejamento junto com empresários para o pleito, com possibilidade de lançar candidatos na próxima votação.

Até pouco tempo desativado no município, o PSL embarca na onda Bolsonaro e tenta ganhar espaço. “Estamos estruturando o partido”, comenta o presidente.

Reorganização geral
Nos partidos tradicionais, derrotados nas eleições deste ano, há entendimento de que é preciso fazer algo. Silva, do MDB, afirma que o eleitor deu seu recado.

“Entendemos que foi um sinal para até os partidos mais tradicionais se reinventarem”, afirma o vereador e secretário. O MDB é uma das siglas mais fortes do interior do estado, inclusive, em Brusque.

O ex-prefeito e ex-deputado estadual Ciro Roza, do PSB, avalia que o número de partidos deverá cair drasticamente tanto pelo fim das coligações quanto pela cláusula de barreira.

Alguns partidos não atingiram uma meta mínima nessas eleições e não terão dinheiro do fundo partidário a partir do ano que vem. Com isso, a tendência é que sejam extintos. São eles: Rede, PCdoB, PHS, PTC, PMN, PRP, PSTU, PCB, PRTB, DC, PCO, PPL e PMB.

Ciro diz que o PSB local também deverá se reorganizar daqui para frente, pensando em 2020. “Nosso partido vai estar ajustado”, afirma.

Questionado se poderia concorrer de novo à prefeitura, o ex-prefeito não foi categórico. “Necessariamente, não precisa ser candidato para participar [das eleições]”.

No entanto, Ciro afirma que seu nome “sempre está à disposição do partido”. Ele está inelegível neste momento, mas, com o vaivém do judiciário, até 2020 pode haver mudança nessa situação.

Vereador, Jean Pirola (PP) diz que o recado do eleitor foi que a “velha política” deve ser aposentada. O PP é outro partido com raízes profundas no município, por isso não deve ser atingido significativamente pelo fim das coligações.

Como partido grande, o PP tem sido procurado por outros políticos. Segundo Pirola, já há contatos de pessoas querendo se filiar, assim como ele próprio recebeu convite para deixar a legenda.

Pirola avalia que é positivo reduzir a quantidade de partidos. Ele acredita que é preciso haver mais entendimento entre as legendas para lançar menos candidatos.

O presidente do PSD do município, Roberto Pedro Prudêncio Neto, também vê positivamente a redução de partidos. Ele acredita que as eleições deste ano apontaram para a mudança.

“Quem não souber mudar, vai se acabar, tanto o partido quanto o político”, afirma Prudêncio. O PSD também tem nomes fortes na cidade. Ele acredita que a diminuição de siglas é boa para o país.

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Muito cedo
O PT foi o partido derrotado na eleição presidencial e teve uma redução na sua bancada da Câmara dos Deputados. A legenda tem comandado o campo de esquerda no país há décadas e agora tenta entender o revés para planejar o futuro por décadas.

Esta avaliação, no entanto, deve ficar para mais tarde, conforme o presidente do PT de Brusque, Cedenir Simon. Ele diz que é muito cedo para avaliar a derrota.

O petista analisa que o cenário para 2020 depende como serão as administrações de Jair Bolsonaro e Carlos Moisés da Silva, no governo estadual. Se forem boas, o PSL e a direita conservadora chegam fortes para o pleito, caso contrário, o cenário é outro.

Sebastião Lima, vereador do PSDB, afirma que o partido tem reunião marcada para esta semana para avaliar as eleições deste ano. Na pauta, devem estar as demandas locais também.