Políticos que perderem eleições para deputado procurarão cabides de emprego
Defesa
Certamente cobrados por seus eleitores, vários deputados estaduais foram e continuam indo à tribuna da Assembleia Legislativa defender o projeto que criou 864 cargos no Judiciário, dos quais 462 comissionados, de livre nomeação. A justificativa: agilizar processos. A mesma e veemente defesa foi feita em 2016 quando de uma só vez o Legislativo aprovou a criação de 32 novas vagas de desembargador no Tribunal de Justiça. De nada serviu, parece. A corte catarinense tem hoje quase 100 desembargadores, mais que o dobro de 10 anos atrás.
Sede de poder
Passadas as eleições deste ano, principalmente para deputado estadual, vários dos candidatos que não forem eleitos começam a se movimentar para nova campanha, em 2018. É para assumirem o comando (presidência) das dezenas de cooperativas de eletrificação rural espalhadas pelo estado, lamentavelmente, e de forma histórica, transformadas em trampolim para políticos oportunistas, quando não cabides de empregos. Não é por acaso que tais cooperativas nunca dão lucro e não raro estão metidas em corrupção. Com as exceções de sempre.
Queixa
Ao decretar situação de emergência no sistema prisional de SC o governador Pinho Moreira, muito delicadamente queixou-se de prefeitos que repelem projetos de construção de novos presídios em seus territórios, e de juízes, que em suas redomas de vidro desconhecem (ou fingem desconhecer) a realidade, achando que o estado a tudo deve prover.
Autonomia excessiva
Figuras do alto escalão do governo estadual estão dispostos a levar ao governador Pinho Moreira uma sentida reclamação, quase geral no andar de cima, e com ecos no Legislativo. É contra a excessiva “autonomia”, digamos assim, que parece ilimitada, da secretária de Estado da Educação, Simone Schramm, que estaria extrapolando em cortes de recursos, em especial nas bolsas de estudo do artigo 170 e na suspensão das matrículas nos 18 Centros de Educação Profissional (Cedups) espalhados pelo estado.
Roubalheira
Agora é possível se dizer, anos depois, que era muito suspeita a proposta do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), do Rio de Janeiro, de instalar uma unidade em SC. Nunca se soube, publicamente, o que impediu o projeto de ir adiante. Corporativismo? Talvez. Ontem divulgou-se mais um desdobramento da Operação Lava Jato em que se descobriu, preliminarmente, que só do INTO foram roubados, em licitações fraudulentas, mais de R$ 1 bilhão.
Veto derrubado
O Plenário do Congresso Nacional derrubou ontem o veto presidencial à federalização do trecho de rodovia entre Bom Jesus (RS) e Bom Retiro (SC). Conhecido como “Rota das Neves”, o trecho une as regiões serranas do Rio Grande do Sul e SC, atravessando várias cidades turísticas. O veto já havia sido rejeitado anteontem pelos deputados. Agora foram 43 votos a favor e 3 contra. Com isso será promulgado o projeto de lei que transfere a rodovia para o Sistema Rodoviário Federal, cabendo à União sua manutenção, operação e administração da infraestrutura.
Lideranças
A Universidade do Estado (Udesc) vai ajudar a formar lideranças que promovam ações de educação política em suas comunidades até as eleições. A ideia é ajudar as pessoas a discutir política e assim fazer suas escolhas de candidatos com mais clareza, seja qual for a corrente, partido ou político com quem mais se identifique. Interessados em atuar como educadores políticos em seu bairro, local de trabalho ou de estudo podem se inscrever gratuitamente até dia 27, para curso intensivo, que será realizado dias 18 e 19 de agosto, em Florianópolis.
Em alta
Está em alta o senador catarinense Dalírio Beber (PSDB), que além de relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) da União para 2019, teve aprovado anteontem, na Comissão de Assuntos Econômicos, projeto de sua autoria impedindo que as receitas de royalties sejam consideradas no cálculo do limite das despesas com pessoal nos estados, no Distrito Federal e nos municípios. Trata-se de uma receita extraordinária e deve ser direcionada a investimentos e não a custeio, defende o senador. O Rio foi a falência devido a isso.
Fumígenos
Lei municipal existente em Florianópolis desde 2009 antecipa-se, em pelo menos nove anos, a eventual lei federal se for sancionado como lei projeto aprovado esta semana na Câmara dos Deputados que proíbe a venda de cachimbos, narguilés, piteiras, papéis para enrolar cigarro e outros produtos fumígenos para crianças e adolescentes. No caso de Florianópolis, a lei é mais abrangente: a proibição é para fumar em qualquer espaço de uso coletivo, público ou privado, fechado ou parcialmente fechado com telhado e divisórias, onde ocorra trânsito ou permanência de pessoas.