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Poluição em ribeirão do bairro São Luiz preocupa moradores das proximidades

Última análise da Fundema, realizada em 2016, não identificou nível de efluentes acima do permitido

Um ribeirão que passa pela rua Otto Heckert, no bairro São Luiz, em local também conhecido como Beco do Koehler, tem apresentado diversas cores diferentes por pelo menos três anos, em função da emissão de efluentes.

Moradores suspeitam que a causa da mudança de cor sejam substâncias descartadas por empresas do ramo têxtil próximas ao rio. A Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema) realizou a última análise da água em 2016, quando não encontrou quantidades de dejetos acima do permitido.

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Morador do local, Rafael Koehler pretende levar o caso ao Ministério Público. Ele fará um pedido formal de informação à Fundema. O morador reuniu diversas imagens, documentos e trocas de e-mails com a fundação feitos na tentativa de que as águas voltem a ter condições normais.

“Todo dia isto acontece. É uma vergonha. Há peixes mortos, e nada é feito. Temos e-mails trocados com a Fundema desde 2016, temos conversado frequentemente por telefone. Cinza claro é a cor menos chocante da água. Já vimos vermelho, azul, rosa”, reclama.

Ele reclama também sobre uma inoperância por parte da fiscalização da Fundema. Como exemplo, lembra que a repartição anunciou publicamente que iniciará uma fiscalização sobre descarte irregulares prevista ao longo de 2019. Uma atitude que, em sua opinião, torna a ação menos eficaz, possibilitando que irregularidades sejam encobertas.

Nestes três anos, afirma que já recebeu justificativa de que a fundação não tem o equipamento necessário para a coleta da água ou que o convênio com o laboratório que faz a análise da água expirou.

Quando fiscais foram de fato ao local, um dia após uma das reclamações, afirmaram que a água estava com pureza dentro dos limites permitidos.

“Não dá para ser conivente com isto. À noite, como não conseguimos ver, deve ser ainda pior”, completa.

Dificuldades
O setor de fiscalização da Fundema afirma que de fato há resíduos sendo lançados no ribeirão, e reconhece que sua coloração é anormal.

No entanto, como diversas tubulações desembocam ali, a alegação é de que é praticamente impossível identificar os responsáveis a curto prazo, e que seria necessária uma longa investigação.

Em 2016, na análise mais recente, foi verificado que a água estava dentro dos padrões permitidos por lei. Acredita-se que desde então a situação do rio tenha melhorado ou se mantido.

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Em uma segunda-feira, 18 de julho de 2016, foi feita uma vistoria no local. Em resposta a uma das reclamações, o setor de fiscalização afirma que no momento da vistoria daquele dia o rio estava com um aspecto translúcido, e que como não havia a cor escura como a denúncia apontava. Logo, a água não foi coletada para análise. É informado ainda que o rio continuaria a ser monitorado frequentemente.

Ainda conforme a fiscalização, não é possível saber sequer se os efluentes vêm de residências ou indústrias. Como a água do ribeirão já está diluída com diversos tipos de dejetos, a Fundema diz que identificar que substâncias estão ali requer processos e análises mais complexos.