Ponte do Cedro Alto não tem prazo para reconstrução

Pontilhão que liga Cedro Alto e Cedro Grande aguarda por obra desde 2012

Ponte do Cedro Alto não tem prazo para reconstrução

Pontilhão que liga Cedro Alto e Cedro Grande aguarda por obra desde 2012

Há mais de dois anos, os moradores das regiões do Cedro Alto e Cedro Grande convivem com um impasse. Em 2012, uma enxurrada que atingiu Brusque acabou levando também a ponte de concreto que ligava os dois pontos. Como medida provisória, a prefeitura construiu um pontilhão de madeira que hoje se encontra em crítica situação e acaba gerando reclamação por parte de empresários e moradores da região que precisam utilizar a ponte diariamente.

Entretanto, pelo que parece, a população continuará com esse problema por tempo indeterminado. Isso porquê, de acordo com o secretário de Obras Gilmar Vilamoski, por se tratar de uma destruição causada por desastres naturais, esse repasse deve ser feito pela Defesa Civil que, por sua vez, aguarda retorno do órgão estadual. O Jornal Município Dia a Dia entrou em contato com a Defesa Civil de Santa Catarina e o diretor de Resposta aos Desastres, James Rides, afirmou que apenas em 2015 será iniciada a distribuição de Kits de Transposição – pontes – em caráter preventivo e que o município deve ser contemplado com apenas uma unidade. Pela ordem de prioridade citada pelo diretor da Defesa Civil, Evandro Melo do Amaral, deve ser destinada à Limeira.

Amaral explicou que nos primeiros meses do ano passado encaminhou para o órgão estadual relatórios em que pontilhões da cidade precisariam ser substituídos e que, desde então, aguarda resposta. “A Defesa Civil do Estado nos apresentou um projeto chamado de Kits de Transposição, que seriam direcionados aos municípios que necessitassem. Pediram para que verificássemos três locais com a necessidade de substituir esses pontilhões. Fizemos uns levantamentos e determinamos que um desses locais seria ao pontilhão do Cedro Alto. Fato é que na Defesa Civil do Estado o processo está parado e não deram continuidade para nós”.

O diretor de Resposta aos Desastres comentou que, no momento, a Defesa Civil está entregando os últimos dos 126 kits para municípios que estavam em situação de emergência em 2013, o que não é o caso de Brusque. “Quando começamos a entregar os kits para essas cidades que estavam em situação de emergência os outros municípios criaram expectativa que iam ganhar também. Brusque não decretou situação de emergência em 2013 e não se encontra hoje assim. Mas isso não significa que semana que vem, caso aconteça uma situação adversa no município e for decretado esse estado ele não ganhe um kit”.

Ele ainda explica que os Kits de Transposição, em ano eleitoral, só podem ser distribuídos em caráter emergencial. Por isso, o segundo lote – em caráter preventivo – do produto estará disponível apenas no próximo ano, seja por verba federal ou estadual, e que, então, Brusque deverá receber uma unidade. Contudo, esse kit estaria destinado à substituição de um pontilhão na Limeira. “A intenção do prefeito Paulo Eccel é que naquela região (do Cedro Alto) se faça uma ponte de mão dupla e, com esse kit não é possível. Vi a possibilidade de mandarem dois kits para o local e inicialmente foi negado. Se vier um kit apenas será colocado na Limeira, até porquê pode ser que venha recurso de outra fonte para que seja colocada uma ponte de mão dupla naquele local”, diz Amaral.

A questão também foi levantada na Câmara de Vereadores de Brusque pelo vereador Guilherme Marchewsky que, na oportunidade, fez um pedido de informação à prefeitura solicitando dados do projeto de reconstrução da ponte e previsão para o início das obras. “Os moradores conversam com a gente e reclamam. A situação está bem complicada por lá. Há empresas que têm dificuldades em transportar materiais por causa da ponte e até agora não foi feito nada”.

Reclamações constantes

O proprietário da empresa Gesso Nunes, Joenildo Nunes, afirma que é uma reclamação geral sobre a situação do pontilhão. “A maioria do pessoal que mora na região tem essa mesma reclamação. Tem trecho que se passa com um pneu fora da ponte. A situação está bem crítica, a ponte está feia, falta sinalização. A noite, então, nem se comenta, é um perigo. Não aconteceu nada grave ainda por sorte”. O estado de conservação do pontilhão acaba, por vezes, atrapalhando seu negócio. “Não dá para passar uma carreta. Preciso descarregar uma carreta de material e não tenho condições. Tenho que parar, colocar num caminhão menor e levar para cima. Pagamos tanto imposto, fazemos as coisas certas na prefeitura, Fundema, e várias outras coisas sempre em dia e, agora quando precisamos, não temos essa estrutura”.

Um dos sócios da BDM Artefatos de Cimento, Fábio Machado, passa pela mesma dificuldade quanto ao transporte de produtos e que funcionários da prefeitura, algumas vezes, colocam barro na cabeceira da ponte para tentar amenizar a situação e de nada adianta.

A reclamação também vem por parte de moradores. A aposentada Marcia Dirschnabel relata que passa de ônibus com um grupo de idosos, no qual é voluntária, e sempre é um ‘susto’. “A ponte não é reta na estrada, está em curva. Quando passamos de ônibus é sempre difícil, dá medo, é arriscado e parece que o rodado está caindo para fora da ponte”.

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