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População de Guabiruba pede ajustes no trânsito

Transformação da rua Brusque em mão única agradou, porém, excesso de velocidade preocupa guabirubenses

As mudanças no trânsito de Guabiruba causam divergências entre a população, mas, de modo geral, foram bem recebidas, uma semana após a implantação do novo modelo viário. O objetivo inicial da Coordenadoria de Trânsito (GBTran) de desafogar a área central, a princípio, foi atingido, mas os guabirubenses pedem ajustes e mais fiscalização.

Os comerciantes da rua Brusque, a principal artéria do município, dizem que o fluxo de veículos foi facilitado, porém, eles alertam que muitos motoristas estão abusando da velocidade. Hilário Schweigert tem a sua loja de motos, a Mega Motos, perto da prefeitura, próximo de uma curva. Ele é uma das pessoas que dizem que os motoristas estão pisando fundo no acelerador. “O trânsito melhorou, mas precisa de um limite para a velocidade”, diz o comerciante.

Schweigert também reclama do tráfego de caminhões pela rua Brusque durante o dia. Ele afirma que deveria existir um limite de peso para carretas e outros veículos pesados que passam pelo Centro. O comerciante diz que a própria administração municipal é prejudicada, porque o asfalto, na visão dele, é deteriorado pelo excesso de carga. Por último, ele pede que a prefeitura faça as calhas das ruas, que hoje estão inacabadas.

Osnildo Rieg mora do bairro São Pedro, mas vai frequentemente para o Centro. Ele afirma que as mudanças foram positivas no sentido de melhorar o fluxo, mas também pede providência no que se refere aos caminhões. “Deveriam abrir mais acessos para tirar o trânsito pesado do Centro”. Segundo ele, muitos motoristas desrespeitam as leis de trânsito e estacionam o carro na ciclovia.

Em frente à Mega Motos, o comerciante Paulo César Souza, dono da Ki-Barato, afirma que nesta primeira semana já foi possível notar a alta velocidade dos carros. Ele também reclama da falta de estacionamento, por causa das ciclovias que foram implantadas no lado direito da rua. Souza diz, ainda, que os caminhões deveriam passar na rua de trás, a Alois Erthal, para diminuir o movimento via principal.

O taxista Aleixo Jaraceski diz que Guabiruba é uma cidade antiga e que não foi projetada para ciclovias. “A mudança no trânsito foi boa, mas as ciclovias estão matando comércio da cidade”, afirma Jaraceski, que dirige pelo município há mais de dez anos.

Um pouco mais adiante, quase em frente à Câmara de Vereadores, na rua 10 de junho, os trabalhadores da região ouvidos pela reportagem aprovam as mudanças. O atendente de farmácia Pedro Camargo vai de carro trabalhar e diz que a fila da região central diminuiu bastante. A colega dele, farmacêutica Lilian Sonda, sai de Brusque todos os dias. “Para mim, que venho de Brusque, ficou ótimo”, afirma. “Só dá um pouco de medo à noite, porque a rua (caminho de retorno) é um pouco escura”, completa.

Greicekelly Leonardo, que trabalha no Despachante Vânio, também considera que o fluxo no Centro melhorou com as mudanças nos sentidos das ruas. Em contrapartida, a atendente da Tecnosat Carolaine Schweigert não gostou das alterações. “Ficou pior porque o tempo que eu gastava na fila na rua Brusque agora eu perco na volta, que ficou mais longa”, diz.

Alterações perto da Câmara de Vereadores foram aprovadas pela maioria dos trabalhadores ouvidos / Foto: Marcos Borges

GBTran fará ajustes

Após a primeira semana em funcionamento, o coordenador da GBtran, Paulo Sestrem, avalia que o retorno até o momento tem sido positivo. Ele conta que nos primeiros dias os atiradores do Tiro de Guerra 05-005, a Polícia Militar e os servidores da prefeitura orientaram a população. A partir do quinto dia o número de motoristas desinformados já reduziu bastante, informa.

Nestes dias, a GBTran avaliou os resultados das mudanças e agora parte para a fase de ajustes. Por exemplo, Sestrem diz que o semáforo entre as ruas José Fischer e Brusque passará por mudanças. “Vamos aumentar o tempo para a rua Brusque, mas vamos esperar o começo do mês, quando o pessoal vem para o Centro, para definir”, diz.

Outra alteração importante é que uma travessia elevada será instalada na rua Júlio Schumacher, perto da Recicle, porque os motoristas estavam passando em alta velocidade, conforme o coordenador. Com relação à velocidade acima do limite em outros locais Sestrem afirma que a sinalização é clara e que o órgão está acompanhando a situação. O mesmo vale para o estacionamento irregular na ciclovia. A PM é que fiscaliza estas infrações.

Sestrem afirma que está estudando uma rota alternativa para caminhões, para desviá-los do Centro. Ele fará uma reunião com empresários que têm frota de caminhões para debater o assunto. “O fluxo de caminhões no Centro já foi reduzido em 50% com a transformação em mão única”, afirma.