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Por que onda de furtos em residências no Guarani segue sem solução

Polícia Civil acusa fragilidade da lei e excesso de casos no município; PM não possui estatísticas expressivas sobre situação

O bairro Guarani tem passado por uma onda de furtos em residência nos últimos dois meses. A maioria dos relatos gira em torno de furtos de bicicletas caras, mas também há casos de roupas sendo levadas dos varais e de outros objetos sendo alvo de ladrões.

Moradores já têm suspeitas sobre quem comete os furtos de bicicletas, com a ajuda das imagens das câmeras de monitoramento. Entretanto, a sensação de insegurança tem aumentado no bairro, e a população reclama de uma falta de ações concretas das Polícias Civil e Militar, como falta de investigação e de policiamento.

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Os furtos têm se concentrado mais em um raio de 500 metros ao redor da igreja do bairro, ainda que já tenham sido relatados por todo o Guarani. O morador Alex Sandro Mannrich conta que, quando sua bicicleta foi furtada, encaminhou as imagens das câmeras de monitoramento à polícia. Ele reclama que chegou a pedir para os policiais verificarem a casa onde afirmava estar a bicicleta, mas que nenhum procedimento foi tomado no momento.

“Parece que a polícia não está nos dando atenção, tanto a Civil quanto a Militar. O bairro era muito tranquilo, e não sabemos para quem recorrer. Além das bicicletas, roupas, carteiras, celulares, bolsas têm sido furtados. Identificamos pelo menos uma pessoa.”

Mannrich também reclama que não há policiamento no local, e destaca a rua Orides Schwartz e arredores como outro ponto crítico. A polícia é ausente. Já liguei para a Polícia Militar, mas eles não respondem de forma satisfatória. Parece que não há ação.”

Outro morador, Tarcísio Reis, teve sua bicicleta furtada logo após o furto de um amigo. O ladrão chegou à casa de Tarcísio, levou sua bicicleta no valor de R$ 13 mil e deixou a do furto anterior lá. O crime só foi percebido às 6h30 da manhã, quando sua esposa acordou e conferiu o terreno da residência.

A moradora Tayná Deichmann ainda não passou pelas mesmas situações, e acredita que por ter um muro alto e um cachorro de grande porte que late ao notar sinais suspeitos, esteve mais segura até o momento. Ela estima que mais de 20 bicicletas já foram furtadas na vizinhança, e fala que algumas pessoas já pensam em revidar com agressões caso os ladrões sejam pegos em flagrante por moradores.

“É vergonhoso, porque já temos provas e filmagens de um indivíduo que furtou bicicletas, apresentamos para a polícia e eles dizem que não há provas suficientes para ir atrás do cara. Não passei pela situação, mas até por isso o medo é maior, porque vejo as pessoas ao meu redor tendo objetos de valor furtados e me pergunto quando será minha vez.”

O delegado responsável pela Delegacia Regional de Polícia Civil de Brusque, Fernando de Faveri, recomenda que os moradores sempre denunciem através do registro do boletim de ocorrência e também através do telefone 181. “Também são importantes os cuidados preventivos, como monitoramento da vizinhança, fechamento das portas e janelas, dentre outros. A população também jamais deve adquirir produtos de origem duvidosa de baixo valor, pois a receptação incentiva o furto”, comenta.

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Sobre a impaciência da população culminar em agressão física, o delegado repudia veementemente a hipótese. “A violência não é um caminho, não apenas por ser crime daqueles que a aplicam, mas também por nada adiantar na solução do problema real.”

A principal dificuldade, na opinião do delegado, está no que consta a lei. O furto, em regra, possui pena máxima de quatro anos. “Isto dificulta a manutenção da prisão do autor. E caso seja preso, é possível que a condenação não seja em regime fechado. Só uma mudança da lei mudaria este cenário. Apuramos todos os casos, mas o volume de registros é grande e o andamento pode levar algum tempo às vezes”, explica.

O major do 18º Batalhão de Polícia Militar de Brusque, Heintje Heerdt, explica que o reforço nas rondas e no policiamento dos bairros de Brusque é feito através da concentração de ocorrências. De acordo com os dados da Polícia Militar, nos últimos dois meses, por exemplo, houve 16 furtos de bicicletas, dos quais apenas dois foram no Guarani. Em 2018, foram 29, com os mesmos dois furtos no bairro.

“Não temos o feedback ideal da população. Costumamos chamar isto de cifra negra, quando há casos, mas não temos registros. Pedimos para que venham até o quartel da Polícia Militar para que tentem solucionar a situação, talvez até com uma rede de vizinhos para intensificar os trabalhos. Sempre tentamos atender a toda a cidade, mas nos concentramos mais sempre nas áreas mais problemáticas”, comenta.