Rodrigo Santos

Jornalista esportivo - [email protected]

Por um travessão

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Por um travessão

Rodrigo Santos

Para o Corinthians, será apenas mais um confronto onde, com muito sufoco e graças a um travessão, o time seguiu em frente na Copa do Brasil. Para o Brusque, será uma decepção que durará muito tempo, em uma partida em que os torcedores contarão para os netos onde eles estavam na noite de 1º de março de 2017.

Uma bola no travessão. Isso é futebol.

Não foi uma primazia de partida, mas o Brusque soube equilibrar o jogo contra o Coringão, que marcou forte a saída e depois precisou recompor em cima dos espaços que abriram. A defesa brusquense dava alguns sustos com as bolas recuadas (e, é bom mencionar, quase inexistentes no Estadual) mas vinha dando jeito. No segundo tempo, as oportunidades aumentaram com a reestreia de Jadson, que tentou dar mais qualidade ao time paulista. Mais tarde, Fábio Carille colocou Jô, mas sem a rede balançar. Era alerta de pênaltis.

O erro de Jadson deu a letra para que o Brusque tivesse a bola da classificação. Ele chutou com força demais e explodiu o travessão. Costumo dizer que “só perde pênalti quem bate”, por causa do tamanho da pressão em uma decisão dessas. Nas alternadas, Carlos Alberto chutou pra fora. Estão xingando o técnico pela escolha. Se tivesse feito, ninguém teria falado. É futebol.

A cidade acordou triste pelo resultado, mas certo de que o time é bom. Tem aí um Estadual pela frente, com boas possibilidades de conquistar mais uma ida à Copa do Brasil. O Corinthians tomou um susto, dentro do seu processo de montagem de time. Afinal, ficou muito próximo da eliminação. Existem coisas boas para colher: a exposição nacional do clube foi ótima, entrou um bom dinheiro nos cofres do clube e houve uma espécie de reencontro. Teve gente que há muito não ia ao estádio que reapareceu por lá na quarta-feira.
A festa foi legal, e não tivemos problemas. Segurança funcionou muito bem.

E vida que segue. O Brusque volta a focar o Estadual, enfrentando o Joinville amanhã com boas condições de retornar à Copa do Brasil no ano que vem.


Faltou

No meio do clima do jogão de quarta, as camisas do Brusque esgotaram nas lojas. A Havan teve que ir para a rede social para criticar de forma veemente a fornecedora do material pelo não cumprimento de prazos de entrega. Fonte ligada à coluna informa que a diretoria do clube já decidiu que não continuará com a Kanxa no próximo ano. A tal camisa colorida, até agora, só apareceu no desenho. E o returno do campeonato começa semana que vem.


Rapidez

Teve torcedores do Brusque, muitos fieis, que não conseguiram comprar ingresso para o jogo contra o Corinthians, pelo simples fato de trabalharem no horário comercial e, quando foram na bilheteria, já não tinham mais bilhetes. Isso reforça a necessidade do plano de sócios, que poderia organizar isso. O clube poderia colocar planos à venda antes dos ingressos, recebendo o ano integral parcelado no cartão do torcedor, e garantiria outra renda. O Joinville possui um plano bem interessante: o torcedor paga apenas 10 reais por mês, ajuda o clube e tem direito aos mesmos descontos de um sócio de plano maior. O plano não dá direito a entrada no estádio, mas garante prioridade na compra de um bilhete.


Futebol que respira

Cenas que chamaram a atenção em Brusque x Corinthians: tinha torcedor vendo o jogo através de janela de banheiro e buraco de ar-condicionado. Na rua, os bombeiros subiram no caminhão para ver os pênaltis. E no final, muitos torcedores sentaram no muro para ver a definição, recriando aquela foto clássica do Carlos Renaux dos anos 50.


Estádio

Fontes ligadas ao Brusque indicam que o caminho mais curto para que a cidade possa ter um estádio um pouco melhor seria buscar alguma forma de mexer no Augusto Bauer, o que seria um paliativo, já que a área disponível limita um pouco as possibilidades. A diretoria do Carlos Renaux chegou a procurar a do Brusque, e a situação do jogo contra o Corinthians voltou a colocar o assunto em pauta. Está cada vez mais complicada a esperança de alguma movimentação na área da Vila Olímpica, pelo menos a curto e médio prazo.


Amador

Para encerrar, a Fundação Municipal de Esportes entregou, a pedido, ao interventor da Liga Desportiva Brusquense a organização do campeonato municipal de futebol amador. É complicado avaliar essa troca, até porque o torneio era bem administrado pela FME e que justamente assumiu essa organização por causa da falta de estrutura da LDB, que hoje não é reconhecida pela Federação Catarinense de Futebol. E, a partir do momento que houver esse reconhecimento, os clubes terão que arcar com taxas de registro. Foi isso que quebrou o campeonato amador anos atrás.

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