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Porque a compra de imóvel na planta é uma das modalidades mais procuradas em Brusque

Preço menor, valorização do imóvel e possibilidade maior de planejamento no orçamento estão entre os motivos elencados

A compra de imóveis na planta é uma das modalidades mais procuradas nas imobiliárias de Brusque. De acordo com as empresas consultadas por O Município, este segmento representa hoje o maior número de vendas na cidade, entretanto, a falta de novos empreendimentos têm limitado as opções dos compradores.

A corretora da CHF Imóveis, Carine Boteme, afirma que uma das principais vantagens de se comprar um imóvel direto na planta é a possibilidade de se programar. De acordo com ela, muitos casais jovens optam por adquirir um imóvel desta forma justamente pelo fato de poder entrar com financiamento somente depois que o imóvel está pronto.

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“Geralmente as pessoas não têm um valor alto para dar de entrada, então podem negociar o pagamento, as parcelas são corrigidas e vai pagando até o imóvel ficar pronto. Assim que está concluído, pode entrar com financiamento bancário para quitar o saldo devedor”, explica.

Esta é uma das principais vantagens citadas pelo diretor administrativo da KRcon Empreendimentos, Valter Orlandi. Segundo ele, é mais fácil vender apartamento na planta do que pronto porque o cliente consegue organizar melhor o orçamento.

“Por exemplo, o apartamento pode custar R$ 300 mil, mas o cliente só tem uma linha de crédito para financiar até R$ 150 mil, e não tem como dar R$ 150 mil de entrada. Por isso, tem a opção de pagar essa entrada parcelada durante o tempo que o imóvel é construído e depois fazer o financiamento”.

Além disso, a documentação necessária para a compra nesta modalidade é bem mais simples e menos burocrática do que os exigidos para a compra de imóvel pronto.

O gerente de vendas da Júlio Imóveis, Sérgio Germano, destaca que na compra na planta, o comprador pode escolher o imóvel de acordo com seu gosto e preço e além de ser um imóvel novo, com arquitetura moderna, entra dentro de uma programação. “Os bancos oferecem bastante linhas de créditos para este tipo de transação”, diz.

Geralmente, os imóveis ficam prontos entre um e cinco anos, dependendo do tamanho do empreendimento. O valor também varia. Germano afirma que há apartamentos mais simples que custam a partir de R$ 136 mil até acima de R$ 1 milhão.

A proprietária da Planifik Imóveis, Karine Horner, ressalta outra vantagem que o cliente tem ao comprar o imóvel na planta: o preço diferenciado. “O cliente vai comprar com preço de lançamento, que é mais baixo que o preço final”.

Orlandi, da KRcon, destaca também que a compra direto na planta é bastante procurada devido, principalmente, à valorização do imóvel. “Acaba sendo uma oportunidade devido a valorização que o imóvel ganha. Mesmo que o cliente pague a variação do CUB (indicador monetário que mostra o custo básico para a construção civil) durante a construção, a valorização do apartamento depois de pronto é maior”.

Falta de lançamentos
A falta de novos empreendimentos acaba deixando os compradores sem muitas opções na hora de escolher um imóvel na planta. Em Brusque, a maioria dos prédios que estão sendo construídos já estão com quase todos os apartamentos vendidos e não há previsão de novos lançamentos.

Não tivemos lançamentos novos, os empreendimentos estão sendo finalizados em 2019 e 2020, se tiver algo disponível são algumas unidades”, destaca Carine, da CHF Imóveis.

Um dos proprietários da Imobiliária Atual, Inácio Allein, destaca que a crise econômica acabou afetando o mercado da construção civil que, consequentemente, reduziu o número de empreendimentos no município.

Sérgio Germano, da Júlio Imóveis, destaca que apesar do número reduzido de construções em Brusque, ainda há um estoque a ser vendido. Para ele, este é o momento de comprar.

“Está numa fase boa de compra. Diminuiu o número de lançamentos, mas os preços estão convidativos. O momento de compra é agora, tenho a impressão que logo deve aumentar os preços em decorrência da oferta e já não teremos mais imóveis de nível médio, pela redução das construções”.

Regras para destrato
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou em junho projeto de lei que regulamenta o distrato, ou seja, a desistência de contrato de compra e venda de imóveis, especialmente aqueles comprados na planta. O texto prevê multa de até 25% dos valores pagos em caso de desistência do imóvel. A matéria segue para tramitação no Senado.

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Atualmente, não há percentual definido para multa no caso de desistência de compra de imóveis. Segundo o relator da proposta, deputado José Stédile (PSB-RS), a recente crise econômica e a ausência de norma específica sobre o assunto têm aumentado nos últimos anos as disputas judiciais de compradores que buscam reaver valores pagos.

Entre os principais pontos do PL, está a previsão de que, em caso de atraso na entrega de imóveis comprados na planta, a incorporadora deverá ao comprador que mantiver o imóvel multa de 1% por mês de atraso. Já o comprador que desistir do imóvel, passados 180 dias da entrega prevista, receberá da construtora todo o valor pago integralmente e mais multa por atraso estipulada no contrato.

Para Sérgio Germano, da Júlio Imóveis, é importante ter regras bem definidas, principalmente nesta modalidade de compra, porém, em Brusque, os destratos não são comuns. “Normalmente as pessoas adquirem baseado na sua possibilidade. Na nossa região há pouco destrato, as pessoas compram de forma mais consciente, mas precisa ter o amparo legal”.

A proprietária da Planifik Imóveis, Karine Horner, afirma que até hoje a empresa não teve nenhuma desistência na compra de imóvel na planta. De acordo com ela, o cliente é bem orientado antes de fechar o contrato. “Entendemos que pode acontecer de ter algum imprevisto financeiro, mas aí neste caso tentamos revender o imóvel para não cobrar a multa contratual”.