Santa Catarina é um estado praticamente todo verticalizado quando se fala em cadeia têxtil. A região do Vale do Itajaí possui um parque fabril extremamente avançado, com alta tecnologia, novas formulações de receituário de beneficiamento, fabricação de malhas e tecidos diferenciados.
A região, referência no setor, é capaz de produzir qualquer produto da área têxtil. Aqui se realiza todo o processo que envolve a produção de fibras sintéticas, desde a sua concepção até o produto acabado, além da vantagem de ter uma grande cadeia de prestadores de serviços.
O professor Wallace Nóbrega Lopo, coordenador do MBA em Gestão da Cadeia Têxtil, curso que será ministrado na UNIFEBE, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de Brusque, a partir de 1º de setembro, destaca que nossa região não deve absolutamente nada para nenhum outro centro têxtil do Brasil e da América Latina e somente não planta algodão por uma questão geográfica.
“Além de produzirmos produto próprio, clientes do eixo Rio-São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso, por exemplo, compram a matéria-prima, enviam para a nossa região e recebem a roupa pronta e embalada”, ressalta Lopo.
“Os contatos que eu fiz por meio da pós-graduação foram essenciais, pois conheci profissionais das mais diversas áreas que agregaram muito ao meu trabalho”.
Larissa Montibeller, 23 anos, tecnóloga em Produção Têxtil pela UNIFEBE.
“Tivemos uma troca muito grande de informações, muito trabalho de pesquisas e visitas técnicas em empresas do setor…”
Valter Schlindwein, 55, tecnólogo em Produção Têxtil, pela UNIFEBE.
O curso
Com o objetivo de capacitar cada vez mais estes profissionais que já têm conhecimento na área têxtil, visam crescer na carreira ou até mesmo abrir seu próprio negócio, a UNIFEBE disponibiliza pela terceira vez o curso de pós-graduação em Gestão da Cadeia Têxtil.
Em modalidade lato sensu, onde o acadêmico já sai da universidade com o título de especialista, a MBA engloba todas as disciplinas técnicas referentes a produção do produto têxtil, desde fibras, confecção, até as etapas de fiação, malharia, tecelagem plana, tinturaria, estamparia, não tecidos, lavanderia, tratamento de efluente, entre outros.
Além disso, há disciplinas de gestão, em que se trabalha a parte de logística, gestão de pessoas, desenvolvimento de novos produtos, custos, bem como o que o coordenador considera primordial: visitas técnicas.
Durante o curso, os alunos visitam diversas indústrias do setor, onde observam todos os processos da cadeia, como lavanderia, tinturaria, tecelagem, malharia e estamparia.
Outro grande diferencial é que o curso é disponibilizado em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de Brusque, que tem toda a infraestrutura de laboratórios e oficinas.
Lá ocorrem as aulas das disciplinas têxteis – teóricas e práticas, enquanto na UNIFEBE são oferecidos os conteúdos voltados a Gestão. Ao todo são 17 disciplinas: 11 ligadas ao setor têxtil, 5 de gestão e 1 referente à metodologia científica, com a entrega de um artigo no final do curso.
O MBA tem carga horária de 360 horas, ou seja, 18 meses, com aulas quinzenais, nas sextas-feiras à noite e aos sábados.
Vale ressaltar que os professores são renomados na área, sendo que a maioria vem de São Paulo, da Faculdade de Engenharia Industrial – a primeira de engenharia têxtil da América Latina. Além da formação acadêmica, os docentes também atuam na indústria ou são vinculados a grandes instituições de pesquisa e ensino.
Curiosidades
• A região do Vale do Itajaí é considerada o maior polo têxtil do Brasil em confecção
• O ramo têxtil é o segundo maior empregador do país
• A cadeia têxtil é a quinta maior do mundo
• O ramo têxtil emprega 1,5 milhão de empregados diretos e 8 milhões indiretos
Mercado de trabalho
Larissa Montibeller, 23 anos, é tecnóloga em Produção Têxtil pela UNIFEBE e atua na empresa Quimisa. Ela foi aluna da 2ª turma do MBA de Gestão da Cadeia Têxtil, que encerrou neste ano. Larissa afirma que o curso contribuiu significativamente para o seu aperfeiçoamento profissional, além de expandir a visão em relação ao mercado de trabalho.
“Os contatos que eu fiz por meio da pós-graduação foram essenciais, pois conheci profissionais das mais diversas áreas que agregaram muito ao meu trabalho”, conta.
Valter Schlindwein, 55, tecnólogo em Produção Têxtil, também pela UNIFEBE, se formou na 1ª turma. É gerente de produção da Toalhas Groh e destaca que a principal contribuição do curso foi aperfeiçoar o conhecimento, já que as aulas foram ministradas por professores altamente competentes.
“Tivemos uma troca muito grande de informações, muito trabalho de pesquisas e visitas técnicas em empresas do setor. De fato o curso trouxe a teoria alinhada à prática”, diz.