Poucas e recentes tentativas infrutíferas
A última iniciativa palpável do governo municipal para dar início à coleta e tratamento de esgoto data de 2016. A gestão interina de Roberto Prudêncio Neto, que assumiu a prefeitura após a cassação do prefeito Paulo Eccel, decidiu abrir um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), cujo objetivo era receber propostas de empresas interessadas em fazer […]
A gestão interina de Roberto Prudêncio Neto, que assumiu a prefeitura após a cassação do prefeito Paulo Eccel, decidiu abrir um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), cujo objetivo era receber propostas de empresas interessadas em fazer parceria com a prefeitura.
O objetivo do então prefeito era que fosse avaliada, pelas propostas, a viabilidade de Brusque conceder a implantação da coleta e do tratamento de esgoto sanitário à iniciativa privada, já que não há recursos próprios para esta área.
Porém, Prudêncio deixou a prefeitura em junho de 2016 e a ideia foi sepultada. Seu sucessor, José Luiz Cunha, o Bóca, eleito para governar por seis meses, paralisou o procedimento, sob o argumento de que seria melhor que o prefeito com mandato completo, que assumisse em 2017, avaliasse a viabilidade do PMI. Sete empresas já haviam demonstrado interesse.
No atual governo, de Jonas Paegle, tampouco o projeto foi reativado, e não se trata de um tema que esteja na pauta prioritária da prefeitura, a qual, em saneamento, preocupa-se mais com a revisão do plano municipal.
Além disso, diversos fatos contribuíram para que houvesse excessiva demora na conclusão de alguns procedimentos necessários para busca de recursos para implantação do tratamento de esgoto. O projeto, por exemplo, levou anos para ficar pronto, uma vez que sua elaboração foi suspensa em pelo menos duas oportunidades.
Isso porque o Samae buscava recursos federais para custear o projeto. Voltando a 2015, em julho daquele ano o então ministro das Cidades, Gilberto Kassab, anunciou em Blumenau a liberação de R$ 1,3 milhão para o projeto de Brusque.
Com a conhecida pompa que este tipo de cerimônia tem, até imaginou-se que, desta vez, a coisa sairia do papel. Porém, um ano depois o jornal O Município procurou o Samae, para saber a quantas andava o projeto. A resposta foi desalentadora.
A autarquia havia declinado do recurso federal. O motivo é que, para liberar a verba, o Ministério exigiu que a prefeitura prestasse contas de como estão as antigas redes de manilha, instaladas na década de 1990.
Para isso, seria necessário contratar um serviço especializado, chamado videoinspeção. A autarquia desistiu da verba federal quando apurou que esse serviço custaria R$ 1 milhão.
Optou-se, então, pela retomada do projeto contratado com recursos próprios, que foi iniciado em 2013 e ficou pronto só no começo deste ano. Ele é, atualmente, o ponto de partida da prefeitura para uma nova e eventual investida pelo tratamento de esgoto.