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PP ensaia se juntar ao governo, mas bancada está dividida na Câmara de Brusque

Até agora, partido integra a oposição, contudo, presidente do Legislativo indica aproximação

A base governista de Jonas Paegle (PSB) e Ari Vequi (PMDB) poderá aumentar nos próximos dias. O Partido Progressista (PP), que tem dois representantes na Câmara de Vereadores, ensaia se juntar ao governo.

Contudo, os posicionamentos de Jean Pirola, presidente da Câmara, e de Ana Helena Boos, vereadora em primeiro mandato, não estão alinhados. Enquanto Pirola trabalha para se juntar à situação, Ana é reticente.

Nos corredores da Câmara  o que se diz é que uma das condições para que o PP seja aceito na base governista é a vinculação dos votos dos dois parlamentares. Esse seria o ponto principal que barra a entrada dos progressistas na aliança.

O presidente Jean Pirola admite que o partido tem conversado com o governo. “Viemos conversando não é de hoje com o governo, não para entrar no governo, mas para fazer Brusque voltar a crescer”, diz.

Ele avalia que a cidade passa por um momento turbulento devido à crise financeira e política do Brasil. Na visão de Pirola, é preciso se juntar, a fim de ajudar a cidade. Segundo ele, a condição para participar do governo é ter o diálogo aberto com os partidos da base.

“Se formos integrar o governo, vamos fazer parte de um governo para tentar ajudar a cidade a voltar aos trilhos”, diz o pepista. Questionado se o PP pediu cargos na prefeitura para aderir à base, Pirola nega movimento neste sentido.

“O PP não exigiu nada. Algumas pessoas disseram que queríamos uma ou duas secretarias, mas não pedimos nada ao prefeito. Tem alguns setores objetivos da prefeitura que estão precisando de pessoas competentes, que já trabalharam na função. A gente, é claro, vai indicar ao prefeito: ‘temos uma pessoa assim’. Não necessariamente do partido. Aí vai do prefeito se quiser ou não. Mas quanto a trocar a nossa ajuda por cargos, nunca existiu”, afirma Pirola.

A vereadora Ana Helena diz que não compactua com troca de favores em troca de apoio político. A pepista diz que não é contra integrar a base do governo, desde que não exista vinculação de votos.

“Eu não concordo com troca de favores e cargos”, afirma a vereadora, ao ser questionada se o partido vai ou não para a base do governo. Ela diz que manteve uma postura independente desde o primeiro dia de mandato.

Ana Helena sustenta que seu posicionamento sempre foi pautado nos projetos apresentados, não no partidarismo ou governismo. “Não quero deixar meu voto subordinado a alguma coisa. Quero continuar com a minha independência e coerência, para poder votar com a consciência tranquila no que está certo”, diz.

Apesar do posicionamento, Ana Helena diz que não está rachada com o partido, tampouco brigada com algum membro da diretoria.

A reportagem tentou contato com Fábio Roberto de Souza, presidente do PP município, mas não conseguiu contato.

PP tem histórico de rachas e mudanças de posição

Os progressistas de Brusque têm um longo histórico de rachas internos e de articulações nos bastidores, sobretudo nos últimos cinco anos. O partido integrou o governo Paulo Eccel (PT), nas duas eleições (2008 e 2012), e depois passou à oposição, mesmo com Evandro de Farias, o Farinha (PP), como vice-prefeito.

Depois da cassação de Eccel, o PP inicialmente lançaria o empresário Ingo Fischer na eleição indireta para prefeito. Mas houve a batalha judicial que postergou a eleição e manteve Roberto Prudêncio Neto (PSD) no comando da prefeitura interinamente.

O PP, que iria concorrer com Fischer contra Prudêncio, foi situação no começo. No final, passou a ser oposição. Na eleição indireta de 2016, o partido articulou nos bastidores e elegeu José Luiz Cunha, o Bóca, como prefeito.

Neste ano, o partido se intitulou como independente, depois passou a ser oposição. Oficialmente, esse bloco intitula-se Vereadores por Brusque, e tem como líder Sebastião Lima (PSDB).

Bancada governista
Hoje, o governo tem cinco vereadores oficialmente: Gerson Morelli, o Kéka (PSB), Deivis da Silva (PMDB), Joaquim Costa, o Manico (PMDB), Ademilson Gamba, o Nino (PSB) e Rogério dos Santos (PSD).

O bloco de oposição é formado, oficialmente, por: Sebastião Lima (PSDB), Jean Pirola (PP), Ana Helena Boos (PP), Marcos Deichmann (PEN), Paulo Sestrem (PRP), Leonardo Schmitz (DEM) e Claudemir Duarte (PT).

Ivan Martins (PSD), Celso Emydio da Silva (DEM) e Cleiton Bittelbrunn (PRP) dizem, oficialmente, não integrar um ou outro grupo.