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Prática do S.U.P cresce e é fomentada em Brusque com criação de associação

O esporte que iniciou no Havaí na década de 1960 como forma de locomoção de uma ilha à outra encontra cada dia mais adeptos

A facilidade em ‘andar’ sobre a água e contemplar um passeio tranquilo tem feito do stand up paddle uma das atividades que mais crescem no país. O esporte que iniciou no Havaí na década de 1960 como forma de locomoção de uma ilha à outra encontra cada dia mais adeptos.

Em Santa Catarina, comumente é possível ver famílias e pessoas de todas as idades se aventurando pelo litoral do estado em razão da praticidade. O atleta Leandro Oberdan de Oliveira ressalta que é comum hoje a iniciação desde crianças a idosos. “Minha mãe tem 62 anos e pensa em começar”, comenta o brusquense, que normalmente a leva junto com a namorada para acompanhá-lo pelos rios e mares catarinenses.

O crescimento do esporte, de acordo com ele, ocorre em razão das sensações físicas e psicológicas ocasionas com a prática. “É um esporte leve e acessível, que abre a mente e te ajuda a sair da rotina”, observa Oliveira, que encabeça um projeto para criação de uma associação em Brusque.

A ASUPB – Associação Stand Up Paddle de Brusque já tem sede própria e documentos redigidos. A entidade que funcionará no bairro Santa Rita deve ser oficializada nas próximas semanas com a formalização dos trâmites legais.
Segundo Oliveira, futuro presidente, será uma forma de fomentar a modalidade e dar suporte às pessoas que tenham interesse em conhecer o esporte.

Histórico antigo

O brusquense já se aventura com ondas há 15 anos, mas há pouco mais de um ano passou a praticar o stand up junto com outros atletas da cidade. “Para muita gente isso é novidade de verão, mas na nossa região já ‘rola’ há sete anos”, explica.

De fato, a cidade tem uma relação estreita com o stand up. Foi através de outro brusquense que o S.U.P, como também é conhecido o stand up, paddle se difundiu no litoral catarinense.

Há cerca de oito anos, Maicon Rodrigo Heckert se responsabilizou por divulgar a marca de um companheiro de surfe que estava iniciando a fabricação de pranchas para o stand up. Na época, ele juntou amigos que vinham de Balneário Camboriú para descer o rio Itajaí-mirim. “Vínhamos de Botuverá até o centro de Brusque. Até então ninguém queria saber de stand up. Só atrapalhava os surfistas”, revelou ao Município Dia a Dia em entrevista em janeiro de 2013.
Há dois anos, segundo Heckert, existiam na cidade cerca de 200 pessoas que praticavam o stand up , número que, segundo ele, hoje já é muito amor. Para Leandro Oberdan Oliveira, a quantidade atualmente pode ser até quatro vezes mais considerando a região.

Shaper designer de uma loja, espécie de profissional responsável por passar todas as orientações possíveis para o surfista e praticante do S.U.P, Heckert destaca o crescimento da procura por pranchas personalizadas. De acordo com Oliveira, somente nos dois primeiros meses do ano o número de pedidos ao colega chega a cerca de 40 unidades por mês. “Até o mês de março já está fechado”, observa, ao relatar o interesse crescente na prática.

Ele comenta que hoje o custo de uma prancha varia. Para a boa prática, é necessário uma personalizada. Normalmente elas são desenvolvidas com base em um programa, valorizando o peso, tipo de surf e locais onde a pessoa praticará a modalidade. O custo em média é de R$ 2.5 mil, mas quem não tem uma prancha também tem a opção de alugar com facilidade nas praias do litoral catarinense. “A hora pode sair por R$ 40 com instrutor, ou R$ 25 somente a prancha”.

Ideia de integração

Com a criação da associação brusquense, a ideia de Leandro Oberdan de Oliveira é integrar os novos adeptos da região. A maioria das incursões do grupo é feita no Itajaí-mirim. “Já chegamos a vir remando do bairro Águas Negras (em Botuverá) até a Uniasselvi”, diz. Em setembro, em uma parceria com o Sesc com apoio da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros, os brusquenses fizeram uma remada dentro da ação de incentivo ao projeto de iniciação de prática esportiva ‘Move Brasil’. Um outro evento no local deve ser marcado para 8 de março, quando os representantes da ASUPB pretendem fazer um circuito de quatro etapas pela região.

A ressalva do atleta para a prática no rio é de que muitas vezes ele não apresenta condições ideias para uma remada em família. “A água hoje está um pouco barrenta, mas nunca vimos nada demais. No rio, recomendamos o uso de uma sapatilha, a mesma usada no inverno para pegar onda. Mas quem não tem pode utilizar um calçado para proteger os pés”, observa.

Além do rio Itajaí-mirim, a ideia é também aproveitar dias propícios no litoral catarinense, ou eventos organizados por entidades que reúnam praticantes do S.U.P. A equipe já participou de um em Porto Belo com outras 160 pessoas. “Foi um fim de semana em família incrível”, descreve Oliveira. Segundo ele, os melhores locais para quem quer iniciar a prática na região são: Balneário Barra Sul (Balneário Camboriú), Perequê (Porto Belo) e a Meia-praia (Itapema). “São Lugares quase sem ondas, ‘light’ para iniciantes”. Se o praticante tem um pouco mais de intimidade com as ondas do mar pode se arriscar em Balneário Camboriú e na praia do Atalaia, em Itajaí. “São locais um pouco mais agressivos, para quem já sabe pegar onda”, recomenda.

Algumas informações necessárias para quem desejar iniciar a pratica do S.U.P

Itens principais: Quem quer praticar o S.U.P precisa de prancha, com quilhas, antiderrapante e remo. Há pranchas de onda e de remada. São modelos diferentes e também existe a ‘Race’ que é para remada longa, não indicada para iniciantes.
Medida: As medidas das pranchas funcionam da seguinte forma: Exemplo: 9.6 ( nove pés e seis polegadas) _ 10.0 (dez pés)
Acessórios: Uma capa de proteção, e a cordinha do Leash [Cordinha de poliuretano que serve para segurar os pés do praticante e impedir que a prancha se distancie na hora da queda]. Protetor de borda para não pegar o remo na borda e não quebrar.

Valores: Em média um kit completo varia de R$ 2.7 mil a R$ 3.3 mil dependendo do remo. Existe o de iniciante e o de fibra de carbono que é mais avançado.

Aluguel: Na praia: Uma hora de aluguel de stand up varia de R$ 30 a 50, depende da praia.

Locais para começar a praticar: O stand up para iniciantes normalmente é praticado na baía de Porto Belo. Também pode ser feito em lagos, represas e na praia quando está calminha. A Meia-Praia, em Itapema é uma boa opção. A Praia Brava, também é normalmente escolhida, mas exige mais experiência dos praticantes pela velocidade de suas ondas.

Fonte: Maicon Rodrigo Heckert – Shaper designer