Os likers já falaram sobre as cotas na Universidade aqui no blogÁlvaro Huber de Souza traz sua opinião – cheia de sugestões de leituras! – para a conversa!

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Ilustração: freepik.com

As cotas são um assunto delicado e por isso é tão difícil de falar sobre elas. Cada um formula sua opinião baseando-se em sua própria vivência e por este motivo é muito comum alguém ofender, mesmo sem querer, a opinião de outra pessoa. Assim como aconteceu recentemente na UFMG, muita gente que nunca vestiu a camisa de cotista abre a boca para menosprezar aqueles que dependem de um auxílio para ingressar na universidade. Desta forma, como eu não sou negro, não vou defender o ponto de vista racial das cotas, mas indico um excelente texto sobre o assunto, que pode ser conferido aqui.

Falar de cotas é falar de vestibular, afinal essa é a forma mais comum para entrar numa universidade. Cobrar de um aluno no final de sua adolescência conhecimento essencial sobre diversas matérias é, no mínimo, inconveniente. Dependendo do curso que a pessoa escolhe ela não irá estudar nem metade dos assuntos cobrados pelo vestibular, quanto mais usá-los. Como o estudante público dificilmente vai além do básico, a escola acaba educando principalmente alunos com grande capacidade intelectual e pouco conhecimento teórico, o que normalmente deixa os cotistas um pouco atrás dos estudantes de colégios particulares nos vestibulares – porém isso não significa que estes estudantes ficam para trás no decorrer do curso.

Podemos encontrar nas escolas públicas muitas pessoas que dariam ótimos trabalhadores no futuro, mas carecem do incentivo para fazerem uma faculdade e seguirem uma carreira. Como a escola muitas vezes falha nesse sentido, o adolescente também não busca estudar em casa, sendo que a realidade de um estudante de escola pública é totalmente diferente do de escola particular. Seja para sustento próprio ou para ajudar a família, a maioria dos alunos do ensino médio já trabalha, diminuindo ainda mais o tempo livre para estudar.

Assim, acredito que as cotas são benéficas e deveriam continuar auxiliando os estudantes públicos. Diversas pesquisas já mostraram que os cotistas não deixam a desejar nos cursos em que estão matriculados e eu fico feliz ao ver que as universidades estão aceitando cada vez mais jovens que estudaram todo o ensino médio em escola pública. Apesar de alguns terem começado os estudos de forma um pouco mais simples, é bom saber que todos possuem o mesmo incentivo para terem uma formação acadêmica completa.

Álvaro Huber de Souza – 16 anos – Terceirão