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Precisamos falar sobre chocolate hidrogenado!

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  • 24/03/2016
  • 18:00

A Páscoa é o período do ano em que as prateleiras de supermercado são preenchidas com chocolate. São dezenas de ovos pendurados, caixas de bombom e barras, em uma variedade de marcas, tamanhos e preços.

Além destas, também há diferenças internas quanto ao tipo de chocolate, que se diferenciam pela quantidade ou presença de açúcar, fibra de cacau, manteiga de cacau, leite em pó, gorduras vegetais e outros aditivos. Como mais comuns, temos o chocolate amargo, ao leite, branco, e o fracionado (de cobertura). O chocolate fracionado é mais barato e fácil de moldar, pois dispensa a temperagem (processo de aquecimento seguido por resfriamento do chocolate, com fim de moldagem) é indicado para banhar bombons, fazer casquinhas de chocolate, banhar pão de mel e outros tipos de decoração. Todavia, devemos consideram certos fatores a respeito dos chocolates fracionados e hidrogenados.

O chocolate fracionado é aquele que recebe adição de gordura vegetal – normalmente óleo de palma. Isto ajuda o chocolate a manter sua forma e cor em um país mais quente como o Brasil, já que derretem em temperatura mais alta. Mas vale ressaltar que grande parte dos chocolates brasileiros tem uma adição de gordura vegetal, para torná-los mais resistentes ao calor dos trópicos e baratear a produção.

Segundo a Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados) os produtos feitos com menos de 25% de cacau são considerados doces com “sabor de chocolate”. E é justamente por isso que muitas vezes os vemos com o título de cobertura. É só você ver o rótulo. Se aparecer na ordem “açúcar, gordura vegetal, cacau em pó”, comece a desconfiar.

Os chocolates hidrogenados, geralmente utilizados em doces de padaria, em especial, possuem a adição de gordura hidrogenada, a mesma gordura utilizada na margarina, e possuem como característica notável o gosto pastoso e grudento que lembra vela. Isto porque ela utiliza-se de um processo químico chamado hidrogenização, que consiste em a adição de minúsculas partículas de metal à gordura vegetal submetidas ao gás hidrogênio num reator de alta pressão e temperatura, com a finalidade de solidificá-la (uma vez que grande parte das gorduras vegetais encontra-se no estado líquido).

Consideradas como gordura trans, o consumo de gordura hidrogenada está associado com uma série de outras doenças graves que vão além do câncer, como aterosclerose, diabetes, obesidade, disfunções no sistema imunológico, recém-nascidos com baixo peso, defeitos de nascimento, dificuldade visual, esterilidade, dificuldades na lactação e problemas com ossos e tendões.

Em outras palavras, é um tipo de doce que é melhor evitar! Logo, pense bem na hora de comprar os chocolates nesta Páscoa. Às vezes vale à pena pagar um pouco mais caro para ganhar em sabor e saúde. Afinal, o barato geralmente sai caro.

João M Dias Machado – 16 anos – Quimica III, IFSC