“Precisamos fazer pressão política”, diz secretário da Defesa Civil sobre barragem de Botuverá
João Batista Cordeiro participou da reunião da Acibr para atualizar situação da tão aguardada obra
João Batista Cordeiro participou da reunião da Acibr para atualizar situação da tão aguardada obra
O secretário de estado de Defesa Civil, João Batista Cordeiro, participou na noite desta segunda-feira, 9, da reunião da diretoria da Associação Empresarial de Brusque (Acibr). A participação do secretário teve como objetivo atualizar as informações sobre o projeto da barragem de Botuverá, anunciada pelo governo do estado em 2013 e que ainda não saiu do papel.
No início do encontro, o presidente da Acibr, Halisson Habitzreuter, destacou os inúmeros prejuízos que Brusque já teve por conta das enchentes dos últimos anos e a necessidade da barragem para minimizar o problema.
“O prejuízo econômico gerado pela enchente não afeta só o poder público, mas também a atividade privada e a população como um todo. Esse é um problema sério da nossa região. Brusque fez o seu dever de casa, tirou as curvas do rio, fez a avenida Beira Rio que agora está sendo continuada, mas isso só não basta. Precisamos da barragem”.
O secretário afirmou que a barragem de Botuverá foi incluída em abril deste ano no Plano Nacional de Segurança Hídrica e classificada como uma das quatro estruturas mais importantes para o Brasil em segurança hídrica.
Ele lembrou do entrave ambiental com o ICMBio, o que gerou a perda do recurso destinado a esse fim por meio de financiamento. Agora, ele garante que já não há mais entraves ambientais e o que trava o início da obra é a falta de recursos. A saída encontrada pelo órgão estadual é tentar incluir a barragem no orçamento da União em 2020.
“Estive na semana passada em Brasília, conversei com o secretário nacional da Segurança Hídrica, Marcelo Borges, ele informou que não existe uma rúbrica específica para Botuverá, mas sim uma rúbrica para obras hídricas. O que temos que fazer agora é trabalhar com a bancada parlamentar catarinense para que consiga definir o recurso para esse fim específico”, disse.
“Essa é uma rúbrica de milhões, que prevê recursos para a transposição do rio São Francisco, estamos competindo com essa obra gigantesca. Precisamos fazer pressão”, completou.
Presente na reunião, o prefeito de Botuverá, José Luiz Colombi, o Nene, fez um desabafo. “Não sei quantas vezes já estive aqui nesta sala falando disso. A gente não entende. Foram três anos de briga com o ICMBio. Se fosse pelo estado, teríamos a barragem construída já, mas por causa do parque, teve que ir para Brasília e até agora nada. Estou desapontado”.
Nene sugeriu a possibilidade de incluir a barragem de Botuverá nos R$ 700 milhões que o governo do estado vai pegar em financiamento do BNDES para a infraestrutura.
“Precisamos mostrar para o governador que a barragem é uma grande obra de infraestrutura. Precisamos fazer pressão politicamente. Se não fizermos isso, não vamos ver essa barragem tão cedo. Sabemos que o financiamento é burocrático, nem que seja solicitado só uma parte do recurso para poder dar início a obra pelo menos”, disse o prefeito.
O secretário de Defesa Civil, entretanto, explicou que não é possível incluir a barragem neste financiamento do governo do estado porque é algo já em andamento. “Teria que buscar um recurso novo. Ele está bem encaminhado na secretaria de Segurança Hídrica. Estamos batalhando, mas precisamos de força política grande para conseguir entrar no orçamento”.
O prefeito de Brusque, Jonas Paegle, e o de Guabiruba, Matias Kohler, também participaram da reunião e ressaltaram a importância da barragem para toda a região.
Após ouvir todas as explicações do secretário, ficou definido que a Acibr vai encaminhar ofícios para a bancada catarinense em Brasília, subscrito pelas prefeituras de Brusque, Guabiruba, Botuverá, Itajaí, Navegantes e Balneário Camboriú, que serão beneficiadas pela barragem com a geração de água potável, solicitando o apoio para incluir a obra no orçamento da União em 2020. O ofício também será enviado à Secretaria Nacional de Segurança Hídrica e ao Ministério da Integração Nacional.