Preço da carne bovina aumenta 18% em 2020 e faz consumidor mudar de hábitos em Brusque
Muitos clientes têm substituído a proteína bovina por frango ou ovo
Muitos clientes têm substituído a proteína bovina por frango ou ovo
O preço do quilo da carne bovina aumentou 18% em 2020, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As sucessivas altas do alimento pesaram no bolso do consumidor, que precisou se adaptar e, em alguns casos, mudar o cardápio devido aos altos preços.
Em alguns supermercados de Brusque consultados pela reportagem, a mudança de comportamento dos consumidores já é sentida há algum tempo.
A gerente do Bistek, Simone Quadros da Silva, destaca que os clientes estão comprando carne bovina em menor quantidade e substituindo por frango ou ovo, que são proteínas com o preço mais em conta.
“Muitos não deixam de comprar, mas estão levando menos. Nossa quantidade reduziu bastante”, observa.
Para aqueles que não abrem mão da carne bovina no cardápio, a solução é comprar cortes não tão nobres, que tem o preço menor – mas que também registraram alta no ano passado.
O encarregado do açougue do mercado O Barateiro, Agnaldo de Souza Alupes, afirma que as chamadas carnes de segunda têm ganhado a preferência, como o lombo com osso, por exemplo.
“Subiu muito o preço. O corte dianteiro que a gente pagava R$ 10, R$ 9, hoje está R$ 16. Mesmo a carne de segunda está com o valor alto. A gente percebe que o pessoal está levando bastante frango, paleta de porco, ovo”.
Conforme os economistas, o aumento no preço da carne bovina deve-se a dois fatores principais. O primeiro é o climático. Em 2020 o Centro-Oeste, região que é a maior produtora de gado do país, sofreu com a maior escassez de chuva dos últimos 50 anos. Com isso, os pastos reduziram e os custos com ração subiram, encarecendo o preço para o mercado.
O outro fator é externo. No ano passado, o Brasil exportou mais de R$ 8,5 bilhões de carne bovina, o que também reflete no mercado interno.
Levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) aponta que os cortes dianteiros apresentaram uma alta de 28,2% em 2020, enquanto os cortes traseiros subiram 12%.