Preço de refrigerante e cerveja deve subir com aumento de impostos
A partir de maio, a carga tributária do setor deve aumentar em 10%
A partir de 1º de maio entra em vigor a lei que aumenta impostos e altera o modelo de cobrança de tributos de bebidas frias como cervejas, refrigerantes, energéticos e isotônicos. O novo modelo aumenta a carga tributária do setor em 10%. Pela nova regulamentação, as alíquotas das contribuições que incidem sobre a fabricação e importação de bebidas frias serão de 2,32% para o PIS/Pasep e de 10,68% para o Cofins.
As alíquotas são fixas e vão incidir sobre o preço do produto ao sair da fábrica. Assim, itens mais caros pagarão mais imposto. Hoje, os tributos do setor são cobrados utilizando-se um cálculo que leva em conta o volume, a embalagem e o preço do produto.
Segundo Fernando Rodrigues de Bairros, presidente da Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras), o novo modelo vai trazer mais equilíbrio ao setor. “Por muito tempo, as pequenas empresas sofreram com impostos abusivos e distorções. Com a tributação ad valorem, quem vender seu produto mais caro, pagará mais impostos, e quem vender seu produto mais barato, pagará menos”, disse.
Repasse ao consumidor
O proprietário do restaurante Pigalle, João Cesar Sgrott, afirma que já foi comunicado pelos fornecedores de bebidas que a partir de maio, o valor dos produtos deve aumentar. “Esse mês já conversamos, e fui comunicado que a partir de maio vou comprar com valor mais caro”, diz.
Segundo ele, ainda não é possível prever se o aumento de impostos vai refletir em um maior valor cobrado do consumidor. “Ainda não sei o percentual que vai subir. Provavelmente, terei que engolir o reajuste”, diz.
Hoje, a garrafa de 600 ml de cerveja custa R$ 7 no restaurante, já o refrigerante de latinha custa R$ 3,50. “No inverno, o consumo de bebidas já cai, se repassar o reajuste dos impostos, vai cair ainda mais. O jeito é segurar, e no verão, quando temos um outro reajuste, repassar os dois”.
A proprietária da Lussoli Bebidas, Regina Tachini, afirma que a partir desta semana, já foi comunicada que todos os produtos da Coca-Cola vai aumentar em 5%, e os produtos da Ambev – produtora de cervejas – terão um aumento de 10%. “Acredito que isso vai afetar as nossas vendas. Hoje, vendemos pro consumidor direto, para bares e restaurantes, e provavelmente teremos que repassar o aumento. As vendas já estão caindo muito, estamos sentindo o enfraquecimento”.