Preço do pinhão aumenta quase 50% em Brusque; especialista explica os motivos

Epagri estima uma produção de 4 mil toneladas de pinhão em 2023, número bem abaixo do registrado no ano passado

Preço do pinhão aumenta quase 50% em Brusque; especialista explica os motivos

Epagri estima uma produção de 4 mil toneladas de pinhão em 2023, número bem abaixo do registrado no ano passado

Desde o início do mês, é possível encontrar pinhão nos supermercados e hortifrutis de todo o estado. A colheita da semente está liberada desde o dia 1º de abril e segue até meados de setembro.

Em Brusque, os consumidores têm notado uma grande diferença no preço do quilo da semente em relação aos valores do ano passado. 

Pesquisa realizada na segunda-feira, 17, pela reportagem de O Município em sete estabelecimentos de Brusque, mostra que o preço médio do quilo do pinhão na cidade é de R$ 12,51. O valor é 46% maior do que a média do quilo do ano passado, que era de R$ 8,56.

Um dos fatores para o aumento significativo do preço do pinhão é a safra menor da semente neste ano. A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), estima uma produção de 4 mil toneladas de pinhão em 2023, 50% a menos do que no ano passado, quando se colheu 8 mil toneladas da semente em Santa Catarina.

César Arruda, extensionista da Epagri em Painel – município que tem a maior produção de pinhão do estado – explica que a safra do pinhão está mais atrasada do que nos últimos anos, o que contribui também para essa queda na produção.

“Pinheiros que costumeiramente amadurecem no dia 15 de março e entram no início de abril bem maduros, este ano, amadureceram somente na primeira semana de abril. Os produtores estão chegando nas árvores que em anos normais davam entre 40, 70 pinhas e estão encontrando 15, 30”.

De acordo com ele, isso acontece devido ao grande volume de chuvas no estado nos últimos meses. “Tivemos um balanço hídrico positivo e isso acaba deixando a árvore mais nutrida, e o ciclo da planta se alonga um pouco mais”.

Entretanto, o extensionista lembra que os pinhões que estão sendo colhidos neste ano, sofreram influência do clima dos últimos três anos, já que a semente leva de 22 a 34 meses para ficar pronta. 

“Neste período ocorrem muitos fenômenos naturais. Nos últimos três anos tivemos estiagem, e isso afeta o pinheiro, que precisa de uma boa polinização para ter a safra subsequente. A seca atrapalhou demais e está refletindo em uma produção menor este ano”.

O mesmo cenário deve se repetir no próximo ano, alerta o extensionista. “Ano que vem a tendência é de termos uma safra menor ainda”.


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