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Preço dos medicamentos subirá até 12,5% no próximo mês

Aumento, considerado um dos mais altos da história, começará a valer em 1º de abril

O preço dos remédios subirá entre 10% e 12,5% a partir do dia 1º de abril. O reajuste será o maior nos últimos dez anos e, na opinião de pessoas do ramo, terá impacto direto no bolso dos consumidores. Neste quadro, qualquer forma de economizar é bem-vinda, e os cartões de fidelidade e programas de bonificação apresentam-se como uma das principais alternativas.

O governo federal utiliza o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para calcular o reajuste anual. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA fechou em 10,36%. Além dele, também pesam outros custos da indústria farmacêutica no valor a ser aumentado. Por isso, a maior probabilidade é de que os medicamentos fiquem 12% mais caros, segundo as farmácias consultadas pela reportagem.

Para César Amaral, proprietário da farmácia Bom Preço, no bairro Azambuja, embora seja anual e os clientes estejam acostumados, o reajuste terá impacto direto no bolso das pessoas. “É o aumento mais alto neste tempo que estou trabalhando em farmácia”, comenta.

Amaral diz que muitos distribuidores e laboratórios já não concedem mais descontos, por isso fica complicado para os estabelecimentos represarem o acréscimo.
Assim como ele, o farmacêutico da Farmácia do Trabalhador, Eduardo Bianchini, acredita que a subida no preço dos remédios vai prejudicar a população. No entanto, ele não acredita que vá impactar nas vendas, porque as pessoas não deixam de tomar o remédio, mesmo pagando mais caro.

Bianchini é funcionário da Farmácia do Trabalhador há 13 anos. Está lá desde quando a unidade abriu, em 1993. “O aumento deste ano será o maior desde a abertura. A farmácia abriu em 1993, já no Plano Real, e a inflação nunca foi tão alta”, afirma.

Priscila Petermann, agente de farmácia do Sesi, também não acredita que os consumidores abandonarão os medicamentos, pois a maioria deles não tem opção. Fazem uso de remédio de uso contínuo. Mas ela ressalta que a maior parte tem o cartão fidelidade. Esta é uma boa alternativa para quem quer economizar.

Conheça as opções

Todas as três farmácias ouvidas pela reportagem possuem algum tipo de desconto, do qual os clientes podem “tirar vantagem”. No Sesi, há o cartão fidelidade – que oferece abatimentos que vão até 30%. Qualquer pessoa pode fazê-lo na hora, com um formulário simples.

Além disso, explica Priscila, há o programa de fidelidade no qual é possível acumular pontos na compra de itens de perfumaria. E, por ser vinculado à indústria, o Sesi também oferece desconto para os trabalhadores de empresas conveniadas.

Outra opção é a Farmácia do Trabalhador. Diferentemente dos estabelecimentos de sindicatos, a farmácia é aberta à população em geral. O farmacêutico Bianchini diz que há mais de 100 convênios. As condições variam conforme cada acordo, mas a redução no preço pode ser generosa. Bianchini também ressalta que a farmácia não visa o lucro, por isso os seus preços são mais competitivos naturalmente.

Na Bom Preço, o proprietário Amaral explica que existe um convênio com os laboratórios, no qual são inseridos os dados de pacientes que usam medicamentos contínuos. Segundo ele, um remédio para diabetes, por exemplo, pode sair até 70% mais barato por meio deste sistema. Além disso, o estabelecimento também oferece o cartão fidelidade – onde a pessoa acumula pontos e troca por brindes e produtos.