Preço médio da gasolina varia mais de 10% ao longo do ano em Brusque
Sincombustíveis diz que razão do aumento é o reajuste da gasolina A e álcool anidro
Entre janeiro e novembro deste ano o preço da gasolina teve altos e baixos. Nas bombas dos postos de combustíveis de Brusque, os preços médios variaram de R$ 3,86 a R$ 4,27. A variação durante o ano foi superior a 10%.
O jornal O Município realizou um levantamento com base nos dados do relatório da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Os números não contabilizam o mês de dezembro, visto que o ano ainda não terminou. Mesmo assim, é possível perceber que os preços nos últimos dias ficam em torno de R$ 4,29.
Fevereiro foi o mês que registrou a menor média do preço da gasolina comum, sendo cobrado R$ 3,86 nas bombas. Já a média mensal de maio foi de R$ 4,27, a mais alta entre os 11 meses analisados.
Um dos motivos da grande variação é a política estipulada pela Petrobrás, em que não existe periodicidade definida para os reajustes, que podem ocorrer a qualquer momento, de acordo com as condições da economia.
O secretário executivo do sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Litoral e Região (Sincombustíveis), César Martinho Ferreira Junior, explica que a variação do preço do combustível ocorreu em razão dos reajustes da gasolina A e álcool anidro, itens que unidos formam a gasolina comum.
“A gasolina comum é composta por 73% da gasolina A e 27% de álcool anidro, com isso temos a gasolina C, que é a comum. A gasolina A, nesses 11 meses de 2019, teve um percentual acumulado de aumento de 27%. Além disso, tem outro agravante, que é o álcool anidro que estamos passando pelo período de entressafra. Ele começou no início de outubro e deve se estender até o final de março, começo de abril. Nos últimos 60 dias já teve quase 10% de reajuste também”, esclarece.
Ele também explica que a tendência é que o preço continue a aumentar nas próximas semanas. No entanto, devido à época de temporada, os postos de combustíveis não devem ser muito impactados pelo aumento.
Ferreira Junior afirma que existe queda de consumo com o aumento de valor, mas que a temporada compensa o impacto nos postos. Ele explica que cidades praianas tem mais movimento nesta época do ano. “Quando voltam as aulas, já volta a realidade”, explica.
O secretário executivo lembra que, assim como qualquer empresa, os postos precisam pagar aluguel, salários e carga tributária. Ele afirma que nenhum estabelecimento terá condições de segurar o preço com tantos reajustes. “É um somatório de acontecimentos que acabam refletindo. Todos esses reajustes agravaram bastante”, pontua.