X
X

Buscar

Prefeito eleito André Vechi comenta prioridades para mandato e confirma que vai se filiar ao PL

Vechi foi eleito com mais de 27 mil votos neste domingo

Após a eleição fora de época em Brusque neste domingo, 3, o prefeito eleito André Vechi (DC) concedeu entrevista ao vivo ao jornal O Município e falou sobre as prioridades do mandato. Vechi confirmou que vai se filiar ao PL, partido do vice-prefeito eleito André Batisti, o Deco.

Vechi também comentou assuntos que envolveram a campanha eleitoral. Inicialmente, a candidatura dele era dúvida, pois passava por problemas relacionados ao próprio partido. O prefeito eleito, porém, conseguiu viabilizar a participação na eleição e fez mais de 27 mil votos. Confira a entrevista:

O senhor esperava que a vitória fosse tão expressiva, com mais de 40% dos votos válidos?

Trabalhamos muito ao longo da campanha. Eu ainda tinha uma limitação de tempo, em virtude de estar como prefeito interino. No horário de expediente, eu não fazia campanha e ficava trabalhando na prefeitura.

Tínhamos toda uma equipe dando suporte e esse somatório de forças fez com que chegássemos tranquilos e com a consciência leve de que fizemos o melhor. Estávamos com a expectativa de que fosse um resultado positivo, mas chegar aos 27 mil votos, mais do que o prefeito Ari fez em 2020, foi algo que nos deixou muito satisfeitos.

O que o senhor acredita que explica a alta abstenção neste domingo? Foram quase 25 mil eleitores que não foram às urnas, mais de 26% do eleitorado.

Se pegarmos uma média, as eleições suplementares que ocorrem em todas as cidades do país costumam ter uma abstenção alta. Primeiro, é por uma questão cultural. Muitos talvez nem sabiam que teríamos eleição neste domingo. Outro ponto importante que influenciou nisso é que trata-se de uma campanha que não elege vereadores.

O fato de ter só os candidatos a prefeito faz com que as pessoas não estejam muito motivadas a sair de casa. Acho que, apesar de ser uma eleição suplementar, tivemos uma participação muito grande se compararmos com uma eleição normal.

Quais foram os acertos das estratégias de marketing? O apoio do PL e do bolsonarismo foi o ponto mais crucial?

Brusque é uma cidade claramente de direita e a resposta nas urnas mostrou isso, tanto o voto em mim quanto nos outros candidatos de direita. Isto é reflexo do que aconteceu nas eleições do ano passado se compararmos os votos de Lula e Bolsonaro. Vemos que a mentalidade do brusquense se mantém à direita. Por termos essa postura, conseguimos o apoio do PL.

Quando temos o apoio dessas lideranças [do PL], há essa transferência de votos. Foi um fator muito importante, mas não este fator sozinho que nos levou à vitória. Tivemos uma equipe de rua atuando de forma efetiva e motivada.

Há uma expectativa nos bastidores que o senhor se filie ao PL. Isso realmente vai acontecer?

Tenho uma boa relação com meu partido. O DC me proporcionou ser vereador e, no Legislativo, nunca tive uma única interferência sequer do partido nas minhas votações. O DC, principalmente nosso presidente estadual Jocimar, presidente municipal Natal Lira e nosso vice Rodrigo Voltolini, se envolveram muito e lideraram toda nossa equipe de rua, que fez um trabalho fantástico.

Tenho esse carinho e gratidão e vou ajudar o partido a se estruturar para que ele possa crescer na cidade. Em paralelo, o PL foi o partido que me abraçou assim que assumi de forma interina. Por uma questão de gratidão e pelo vínculo que criamos, está bem encaminhada minha filiação ao PL. Se não ocorrer no final deste ano, ocorrerá no início do ano que vem.

O senhor sempre falou do apoio do PL e do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas nessa eleição Bolsonaro não manifestou apoio ao candidato, mesmo ciente do pleito. Por que isso aconteceu?

O presidente Bolsonaro tem uma relação muito próxima com o empresário Luciano Hang. O grupo que permeia o Luciano tinha uma simpatia com o ex-prefeito Ari Vequi e com o candidato dele, que é o Molina.

O presidente resolveu não se manifestar. Por um lado, tinha o partido dele e, por outro, a boa relação com o Luciano. Assim, ele resolveu ficar neutro. O presidente efetivamente não teve nenhum posicionamento público de manifestar apoio a algum candidato em Brusque.

Se contar pelo número de vereadores que te apoiou nessa candidatura, o senhor tem maioria na Câmara, com oito vereadores. Pretende trabalhar para atrair partidos que foram adversários nesta eleição para a base do governo?

A eleição acabou. Qualquer divergência ficou de lado. Conversando com outros candidatos de direita, eu falava: ‘dia 4 de setembro acabou a eleição e todo mundo senta para pensar o melhor para a cidade’.

Todos têm o mesmo objetivo, que é transformar a cidade em uma Brusque cada vez melhor. O que a gente diverge é o caminho que vamos seguir. Os partidos de direita que quiserem somar ao nosso projeto serão bem-vindos para montar um projeto bom para a cidade.

A partir de agora, quais são as prioridades do seu mandato?

A nossa primeira prioridade é avançar na saúde, sobretudo na atenção básica. Já falei isso nos debates. A gente sabe a demanda que existe nas unidades básicas de saúde. Sabemos que tem unidade que falta médico, remédio e que a pessoa às vezes não é bem acolhida.

Recentemente, trocamos a secretária de Saúde e renovamos o contrato com o Hospital Azambuja na semana passada. Precisamos focar na atenção básica. Vamos trabalhar com estratégias para atrair mais médicos. Outros três grandes projetos que temos que avançar e concluir são o plano diretor, a concessão do esgoto e a concessão do novo transporte coletivo.

Nas últimas semanas, o jornal recebeu diversas reclamações referentes a buracos de rua. O que será feito para resolver essa situação?

Temos buracos na rua, sobretudo nos bairros. Por muito tempo, a prefeitura focou mais na região central e deixou os bairros abandonados. Hoje, temos feito algumas operações de recapeamento total das vias, como a avenida Hugo Schlosser e a rua São Pedro.

Um buraco ou outro isolado não compensa um recape, compensa mais a operação tapa-buraco. Em vias que temos problema maior em infraestrutura vamos buscar trabalhar para fazer um recapeamento bem feito.

Uma das obras que não foi entregue desde o início da implementação é a UPA 24 Horas. Qual a sua proposta para aquele espaço?

A UPA se tornou um PA (Pronto Atendimento). Estamos na fase final da obra e, ainda neste ano, a UPA deve ficar pronta. A questão é o formato que ela vai atuar. Inicialmente, pensamos em fazer das 8h até as 22h.

Estamos vendo uma questão de custo e se vamos fazer a gestão própria ou repassar para o Hospital Azambuja fazer a gestão daquele local. Devemos concluir o modelo até esse mês de setembro.

O senhor mencionou o vereador Jocimar, mas o senhor quase não foi candidato a prefeito justamente por divergências com o presidente do seu partido, o DC, que é o Jocimar. Como conseguiu reverter essa situação?

Minha preocupação maior era que a cidade não parasse. Conseguimos vencer esse desafio. Naquela construção, muitas pessoas se aproximaram. Foi uma transformação também na minha vida pessoal. Eu acabei esquecendo de trazer para fazer parte desse processo algumas pessoas, dentre elas o meu próprio partido.

Poderia ter aproximado meu partido, que sempre foi muito parceiro comigo, mas fato é que conseguimos superar isso, com muita conversa. Outras pessoas buscaram o DC para impedir que eu fosse candidato, mas, no final das contas, quem tentou fazer isso ficou de fora da disputa.

Considerando a sua oposição ao PT, como será a relação com o governo Lula?

Eu não compactuo com as ideias do PT. Sou antipetista, mas eu sou prefeito. Todos os programas e projetos que tiver em nível federal que tragam benefícios e recursos para Brusque, não vou fechar as portas.

Não sou irresponsável de fechar as portas para algo que venha a trazer benefício à cidade por uma questão ideológica. Em relação a isso, tudo o que o governo federal tiver para contribuir com o município, estaremos de portas abertas.

Em 2024, nós teremos uma nova eleição aqui na cidade. Desta vez, será na época correta. O senhor já pensa na reeleição no ano que vem?

É um passo de cada vez. Naturalmente vou fazer parte desse processo, candidato ou não, por estar envolvido na política. O primeiro desafio é tirar do papel nossos projetos e mostrar nosso ritmo de trabalho de forma mais efetiva. Brusque pôde conhecer nesses três meses de governo interino um pouco do meu modo de gestão e de fazer política.

Se entendermos, no ano que vem, que esse projeto está bem avaliado e que temos condições de entregar ainda mais, não vou me furtar de participar desse processo, mas é um passo de cada vez. Até lá, temos muito trabalho pela frente.

*Colaborou Luiz Antonello

Assista à entrevista:


Veja agora mesmo!

Após conhecer esposa pelo Facebook, advogado do Timor-Leste se muda para Brusque: