Prefeito eleito, Ari Vequi afirma que prefeitura deve ter dez secretarias em 2021

Em entrevista a O Município, ele falou sobre reforma administrativa, combate à pandemia e estádio para o Brusque FC

Prefeito eleito, Ari Vequi afirma que prefeitura deve ter dez secretarias em 2021

Em entrevista a O Município, ele falou sobre reforma administrativa, combate à pandemia e estádio para o Brusque FC

Em entrevista a O Município na tarde desta quarta-feira, 2, o prefeito eleito de Brusque, Ari Vequi (MDB), falou sobre seu planejamento e do vice, pastor Gilmar Doerner (DC), para os próximos quatro anos no município.

Após a eleição, Vequi, que é o atual vice-prefeito, tirou alguns dias para descansar e a partir desta semana inicia o processo de transição de governo.

Dentro da transição, o prefeito eleito anunciou a continuidade do grupo gestor que se reúne semanalmente para discutir questões estratégicas do município.

Vequi também anunciou três nomes que continuarão no governo a partir de 2021: Edena Beatriz Censi, atual secretária de Orçamento e Gestão; Edson Ristow, procurador-geral do município; e William Molina, atual secretário de Governo e Gestão Estratégica.

O prefeito eleito destacou que nas próximas semanas deve ser encaminhado à Câmara de Vereadores o projeto de lei da reforma administrativa, que será executada em 2021.
Além disso, Vequi comentou sobre o planejamento da prefeitura para o combate à pandemia em 2021; o orçamento para o próximo ano, e também sobre o transporte coletivo. Confira.

Reforma administrativa

Foi criada uma comissão formada pelos nomes já anunciados: Edna, Molina e Ristow que serão os responsáveis por estruturar o projeto da reforma administrativa que será encaminhado à Câmara ainda neste ano.

“Esse projeto deve ser encaminhado, no máximo, na semana que vem para que a Câmara aprove ainda neste ano e a partir de janeiro, possamos começar com a nova estrutura”.
Vequi afirma que a reforma é necessária porque atualmente existe uma disfunção de cargos e funções. A reforma, inclusive, é cobrada pelo Ministério Público.

“Vamos remodelar. Hoje várias secretarias existem, mas não estamos ocupando, como a secretaria de Turismo e de Trânsito, que têm diretores. Será uma reforma dentro daquilo que pregamos em campanha. Aproximadamente 200 cargos, com 10 secretarias, mais as autarquias e os órgãos de apoio”.

Equipe de governo

Vequi diz que a sua prioridade neste momento, é fechar as contas da prefeitura e o planejamento para que quando os demais secretários forem definidos, seja possível entregar o orçamento de cada pasta. De acordo com ele, ainda não há uma data definida para o anúncio dos próximos membros do governo.

A próxima pasta a ser anunciada deve ser a Secretaria da Saúde, em razão do combate à pandemia da Covid-19.

Ari Vequi diz ainda que fez questão de manter Edena, Molina e Ristow por questões técnicas. A área em que atuam: financeira, de gestão e jurídica, é considerada fundamental pelo prefeito eleito para que as ações planejadas possam ser executadas.

Se a reforma administrativa for aprovada neste ano, Edena passará a comandar a Secretaria de Orçamento e Finanças. Molina será o secretário da Fazenda e Ristow permanece na Procuradoria.

“Por que mudar o que está funcionando? Esse núcleo não é de nenhum partido político, não tem filiação partidária. Fui muito criticado na eleição por ser o candidato que mais agrada os partidos políticos, mas estou anunciando três nomes que não pertencem a nenhuma sigla”.

O prefeito eleito, entretanto, ressalta que os partidos políticos que o apoiaram na campanha serão levados em consideração na hora de montar a equipe.

“Os nomes serão divulgados naturalmente, dentro daquele grupo que esteve comigo na campanha. Não nego. Tenho um grupo político, partidário e vou respeitar as questões políticas, sempre observando as condições técnicas para tocar os cargos”.

O atual vice-prefeito adianta que alguns nomes que fazem parte do governo atualmente não devem continuar devido à incompatibilidade de horários, já que a partir do dia 1º de janeiro, ele deverá assinar um decreto com o retorno da prefeitura em horário comercial.

“Sempre deixei bem claro que vou abrir a prefeitura o dia todo. E algumas pessoas que estão no governo hoje, por estar somente meio período, exercem outras funções fora do executivo. Alguns já me procuraram, inclusive secretários, dizendo que estão pensando se vão permanecer. No mercado, os profissionais ganham mais do que a prefeitura pode pagar, então com o trabalho em tempo integral, alguns já pediram para sair. Estamos aguardando ainda mais algumas respostas”.

Combate à pandemia

Com a crescente de casos de Covid-19 no município, a previsão é que nas próximas três semanas a situação se complique ainda mais, por isso, o prefeito eleito afirma que as ações de combate à pandemia serão o principal desafio no início de governo.

“Isso nos preocupa muito. O número de atendimentos têm crescido muito na cidade. Os hospitais estão ficando saturados. Não defendemos medidas radicais. Só estamos pedindo para que a população se cuide, evite festas, reuniões em grandes grupos, para que essa situação não piore”.

Ari diz que aguarda uma definição do governo do estado para os próximos dias, já que a região deve continuar no nível gravíssimo, mas descarta restrições mais severas por parte da prefeitura.

Entretanto, ele explica que a prefeitura não pode afrouxar as medidas do estado, somente torná-las mais rigorosas. “Temos que seguir o que diz o estado e assim deve ser a partir de 2021”.

Caixa da prefeitura

Vequi diz que receberá a prefeitura de Jonas Paegle com superávit, ou seja, com recursos para investimentos. A prioridade, segundo ele, será destinar os recursos para o combate à pandemia. “Se logo no início vier a vacina ou a pandemia seja superada, teremos recursos para investir em outras áreas, mas a saúde continuará sendo prioridade”.

O prefeito eleito afirma que a maior previsão orçamentária para 2021 será para as cirurgias e exames de especialidades. “Esse é o primeiro passo que eu darei: atacar as cirurgias e exames de especialistas. Não é possível que hoje a pessoa tenha que aguardar um ano para poder resolver seu problema”.

Vequi diz ainda que há um grande problema na questão de contratação de profissionais para a saúde devido à pandemia. “O Brasil todo está enfrentando essa dificuldade. Muitas vezes vamos ter que tirar médico para botar no centro de triagem, não vai ter jeito”.
O prefeito eleito afirma que a prioridade também será discutir os recursos para o Hospital Azambuja e Dom Joaquim.

Complexo Chico Wehmuth

Ari afirma que a situação no Complexo Chico Wehmuth, a antiga Vila Olímpica, está em ritmo lento. O Jeep Clube tem o panorama mais avançado, seguido do Kart Clube, entretanto, devido à pandemia, foi preciso segurar os investimentos.

Com relação ao terreno repassado para o Brusque FC, Vequi diz que é uma situação complicada e que é preciso encontrar o melhor caminho para que o estádio do clube possa ser construído no local.

Ele destaca que após a eleição conversou com Danilo Rezini, presidente do Brusque e que foi candidato a vice-prefeito de Ciro Roza. “Conversamos, mantemos a mesma amizade que tínhamos antes. É normal do processo democrático. Disse a ele que conte comigo para buscar a melhor solução para o Brusque”.

O prefeito eleito diz que se o Brusque conseguir o acesso à Série B, a solução para o local terá que ser rápida, mas se colocou à disposição para tentar resolver.

“Confesso que a maneira jurídica para fazer é complicada. Não há uma situação rápida. O Tribunal de Contas não aceita, não há um formato claro de que modelo podemos usar. O terreno tem que retornar para o município em algum momento. E como será essa discussão? Qual o retorno que essas empresas, o próprio grupo do Brusque terá, e para quem pode ceder o terreno. Hoje ele está cedido ao Brusque, que tem a responsabilidade de gerir e construir o estádio”.

Pagamento à empresa de ônibus

Devido à pandemia, a empresa responsável pelo transporte coletivo municipal, tem alegado prejuízos financeiros. A empresa, inclusive, apresentou valores para a prefeitura, cobrando algum tipo de subsídio para minimizar os prejuízos.

Vequi diz que essa questão deve ser discutida em 2021 e que o desfecho deve se dar por meio judicial. “Essa questão depende da agência reguladora, que vai ter que avaliar. Não conseguimos avaliar o prejuízo ou o quanto houve de prejuízo para a empresa. Em Blumenau teve decisão, mas foi judicializada. Essa é uma conta que a empresa apresenta e vamos ter que levar à discussão no momento certo ou para o judiciário”.

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