Prefeito eleito de Botuverá demonstra preocupação com construção da barragem: “como vamos dizer que será segura?”
Victor Wietcowsky aponta problemas que podem ser gerados durante e após construção
A construção da barragem de Botuverá não é uma demanda defendida pelo prefeito eleito Victor Wietcowsky (PP). Ele demonstra preocupação com a segurança dos moradores do bairro Barra da Areia, local em que a barragem será construída, e cita transtornos sociais que poderiam ser gerados durante a execução da obra de grande porte.
O principal argumento de Victor é a falta de manutenção das barragens já existentes em Santa Catarina, o que gera temor que o mesmo aconteça com a barragem de Botuverá. Ele cita o deputado estadual Napoleão Bernardes (PSD-SC), aliado político, em que alega que a barragem de Ituporanga, no Alto Vale, por exemplo, está sem manutenção há 50 anos.
O prefeito eleito pede por mais explicações por parte do governo do estado. Ele afirma que colocará a prefeitura à disposição para articular o contato entre o governo catarinense e os moradores do Barra da Areia, que estão preocupados com a construção da estrutura.
“Nós queremos ser intermediador entre o estado, que é dono da obra, e a população. Se o estado quiser conversar com a população, faremos essa intermediação. Mas hoje está muito obscuro”, afirma Victor. “Como vamos dizer que a barragem será segura se não são feitas manutenções naquelas que já existem?”, questiona.
Victor Wietcowsky crê que existam outras opções eficientes para mitigar os efeitos das enchentes e cheias que atingem Botuverá, Brusque e região. Para o prefeito eleito, dragar o rio Itajaí-Mirim, como está sendo feito com o rio Itajaí-Açu, é um bom exemplo. Ele cita ainda a construção de avenidas à beira do rio e muros de contenção como alternativas.
Problemas sociais
A obra é de responsabilidade do governo do estado, entretanto, na avaliação do prefeito eleito, haverá um custo a ser pago pelo município. Victor diz que será necessário garantir serviços essenciais a “centenas de trabalhadores”, como define, que virão a Botuverá construir a barragem. Ele projeta que a obra dure anos para ser finalizada, então crê que familiares dos trabalhadores virão junto ao município.
“Não tem posto de saúde, não tem escola e não tem plano habitacional para isso. Sabemos que haverá aumento de receita, mas não posso ser favorável se a população sofrerá com aumento de pobreza e insegurança”, afirma o prefeito eleito, que garante que a cidade hoje não possui estrutura para receber a barragem.
Questionado sobre a estimativa particular de “centenas de trabalhadores”, Victor relata que baseia o alto número ao comparar com a execução de obras de outras barragens já construídas em Santa Catarina. O prefeito eleito aponta a falta de acessos adequados ao local da barragem como outro fator para justificar a falta de estrutura.
Por fim, Victor Wietcowsky acredita que a postura crítica à barragem não fará com que o governo do estado deixe a obra de lado, mas sim passe a discutir, explicar e se preparar para outros fatores que vão além da construção da barragem. Em linhas gerais, o prefeito eleito defende que o governo do estado passe olhar para a construção da barragem sob outra ótica.
“Estamos abertos ao diálogo com o estado. Queremos que o governo do estado venha e explique melhor. Quando começou a discussão da barragem, se tivesse sido pensado na estrutura ao redor, como a estrada, hoje teríamos uma outra estrutura, talvez apta para receber a barragem, mas isso nunca foi conversado”.
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