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Prefeito eleito Jonas Paegle fala sobre a transição e os planos para o início de sua gestão, em 2017

"Minha meta é ficar na história", diz Paegle

Eleito há menos de uma semana para comandar o município pelos próximos quatro anos, Jonas Paegle (PSB) imediatamente iniciou uma agenda de encontros com correligionários, empresários e lideranças políticas, com o objetivo de se preparar para o mandato.

Nesta semana, ele concedeu entrevista ao Município Dia a Dia para falar sobre a transição de governo com o atual prefeito, Bóca Cunha, do PP, e seus planos para o início da gestão, em 1º de janeiro de 2017.

Paegle disse que já conversou com Bóca a respeito do assunto, e foi acertado que os trabalhos de transição iniciarão, oficialmente, em 1º de novembro, após a Fenarreco.

Segundo ele, inicialmente serão feitas reuniões da sua equipe econômica e jurídica com os responsáveis pelas áreas na prefeitura. Nessas reuniões, serão avaliadas as contas da prefeitura em sua totalidade, como orçamento das pastas, dívidas e projeção orçamentária.

Os advogados de Paegle, por sua vez, irão se reunir com a equipe da Procuradoria Geral do município para se inteirar das pendências judiciais da prefeitura, para que a equipe que assumir em janeiro já esteja a par de tudo.

Aliás, a equipe que irá comandar as finanças e o departamento jurídico será a primeira a ser escolhida, mas ele não quis antecipar nomes.
“Já tenho alinhavado algumas coisas, mas não convém jogar já os nomes, para não ser massacrado. A rede social é muito boa, mas também perversa, ali tem opinião de todo tipo de pessoa, que macula”, justifica.

Segundo o prefeito eleito, além da área econômica e jurídica, deve iniciar o ano com equipe definida para as secretarias de Educação, Saúde, Obras e, talvez, Comunicação.

Sobre o mandato, ele não esconde o entusiasmo, e diz que pretende “ser referência”. “O meu interesse é ser uma referência lá na frente, daqui quatro anos. Não é que eu queria aparecer, mas tem que buscar isso. Se não tiver uma meta, não vou chegar a lugar nenhum. Minha meta é ser o melhor, ficar na história”, discursa o prefeito eleito.


Situação financeira

Jonas afirma que tem noção das dificuldades financeiras da prefeitura. “A situação é crítica, difícil, porque realmente a cidade está sentindo o reflexo da queda na arrecadação. Prevemos para o próximo ano uma situação difícil no lado econômico, tem o pagamento da folha, que a gente sabe que é essencial, assim como investir em obras”.

Ele afirma que irá tocar a prefeitura, portanto, conforme os recursos disponíveis, e estima que até o terceiro mês terá completado a reestruturação na prefeitura, que deverá conter uma pequena reforma administrativa, de forma imediata.


Agenda de encontros

Nesta semana, o prefeito eleito teve uma agenda de encontros com empresários, entidades e também com servidores da prefeitura.
Em uma reunião com a Unimed de Brusque, ele tratou do projeto de construção de um hospital da cooperativa, a ser implantado em terreno próprio.

Paegle afirma que se comprometeu a apoiar a iniciativa e, além disso, construir uma rotatória de acesso ao local, uma das necessidades da obra.

Segundo ele, a instalação deste hospital da Unimed, futuramente, possibilitará convênios de prestação de serviços.

Ele também esteve na Secretaria de Obras e de Saúde para conversar com os funcionários efetivos sobre os principais desafios de cada um das pastas. Destacou, sobretudo, as verbas estaduais e federais que estão atrasadas.


Ações imediatas

Uma fusão imediata da Secretaria de Orçamento e Gestão com a da Fazenda, envolvendo toda a parte de finanças em uma única pasta, é um dos planos já anunciados por Jonas. Ele ainda não confirma a medida, mas diz que faz parte de seu planejamento inicial.

O prefeito eleito informou, ainda, que já teve contato com o governo estadual, por meio do vice-prefeito eleito, Ari Vequi (PMDB), e que o governador Raimundo Colombo deu sinais de que irá colaborar com a administração, na parte que mais interessa: a liberação de recursos.

“O governador se prontificou e já deixou aberto o caminho, em termos de verbas, para o ano que vem”, disse, citando o financiamento do Badesc para prolongamento de parte da avenida Beira Rio, no sentido Santa Terezinha.

“Vamos começar obras fundamentais que são pilares em Brusque, como a Beira Rio. Já está acertado, pelo que o governador falou, para começar a Beira Rio em janeiro. Isto já está mais ou menos alinhavado”, afirma Paegle. “Vamos começar o ano fazendo alguma coisa pela comunidade, não com verba daqui, mas de fora”.


Conversa com vereadores

Jonas mantém, em uma pequena agenda, contatos de todos os vereadores eleitos, em uma das páginas.

Ele já conversou com alguns, em busca de apoio para garantir governabilidade durante seu mandato de quatro anos. Citou, em especial, Celso Emydio da Silva, do DEM, que o telefonou, para tratar de política.

“Não adianta termos uma cidade beligerante, em que o Legislativo é oposto ao Executivo, por problemas políticos e não comunitários”, diz o prefeito eleito. “Uma cidade dividida não leva a nada, só traz problemas”.

Para ele, oposição por ideologia partidária não deve existir na Câmara de Vereadores. “Vou procurar ser o mais correto possível na administração. Estou tendo contatos para somar conhecimento e levar a cidade para frente. Creio que os vereadores eleitos pelo povo devem ter o mesmo pensamento”.

Sua expectativa, contudo, é de que consiga montar uma base aliada sólida. “Está tudo sendo alinhavado já com o passar dos dias. Está surgindo um movimento, do lado do Legislativo, a nosso favor”.


O papel de Ciro Roza

O prefeito eleito descarta uma participação direta de seu padrinho político, o ex-prefeito Ciro Roza (PSB), no governo. Questionado se Roza poderia assumir uma secretaria, disse que isso não irá acontecer.

“O Ciro, logo que resolver umas questões judiciais pendentes, vai para o Pará, ele tem lá criação de gado e fazendas. O que ele queria era lavar a alma dele, e ele conseguiu”, afirma Jonas, o qual reconhece que, sem o apoio de Ciro, sua sorte na eleição teria sido outra.

“Ele me ajudou na campanha, desistiu para eu ser candidato. Ganhei as eleições com o apoio dele, sozinho não teria condições”.

Apesar de devotar elogios a Roza, Jonas também afirma que conseguiu seu próprio eleitorado, devido à carreira de médico em Brusque, que já dura cerca de 40 anos.

“Tem muito eleitor que é o Ciro Roza, e tem aquele que é Dr. Jonas, que me conhece há tempo, que já tratei do pai, do filho, estou tratando do neto. Tem muita gente que foi grata ao trabalho que prestei e me deram credibilidade como candidato a prefeito”, conclui.